O PEÃO DA FAZENDA

CAPÍTULO 41

TOMÁS

Minha mãe para diante de mim esfregando as mãos visivelmente nervosa.

_ Me desculpa filho. Eu não sabia que Eduardo estava abusando de você, era só pra ele tirar sua roupa...

_ Só? Só tirar minha roupa mãe? Você tem noção que você me drogou?

_ Eduardo me disse que era fraquinho e você só iria dormir um pouquinho ele é médico então eu confiei nele, não tinha motivos pra desconfiar. E eu fiz isso pra te tirar de perto do Henrique, esse namoro não te faz bem.

_ O meu namoro não me faz bem? Olha onde eu estou mãe, olha ao seu redor e veja onde você me colocou. Eu passei a noite numa cama de hospital, drogado. Eu que nunca havia ingerido droga nenhuma na vida fui drogado pela minha própria mãe, e você ainda vem dizer que o meu namoro me faz mal. Se o Henrique não tivesse chegado a tempo eu teria sido violentado..

Eu ja estou com a voz embargada, me dói verbalizar esses fatos tão cruéis.

_ Não. Isso nunca. Eduardo só tirou a sua roupa, ele...

_ Uma ova sua louca..

Henrique entra na conversa.

_ ... aquele marginal estava tocando em Tomás sem o consentimento dele, que nome você da pra isso?

_ A culpa é desse caipira. Se não fosse por ele eu jamais teria que ter chegado ao ponto de fazer o que fiz.

_ Ainda bota a culpa em mim? Eu jamais teria uma mente tão perversa pra tramar algo semelhante contra alguém sua cobra, fez o que fez contra o filho e agora quer se safar botando a culpa em mim?

_ Henrique por favor...

_ Filho, esse rapaz te botou contra mim, olha como ele me chama.

_ Ele ainda está sendo gentil com a senhora pois se eu não fosse seu filho estaria te cjamando de coisa pior.

_ Você com certeza aprendeu a me enfrentar assim com ele. Você nunca foi assim, eu te eduquei pra alta sociedade não pra viver no meio do mato atrás de um caipira. O que minhas amigas dirão quando verem o meu filho com um caipira que não tem onde cair morto?

_ Você deveria estar preocupada com o que suas amigas irão dizer quando souberem que está respondendo processo por drogar e compactuar com o abuso e tentativa de estupro do próprio filho.

Digo com o meu coração acelerado e ela arregala os olhos pra mim.

_ Você não pode fazer isso. Não pode denunciar sua própria mãe.

_ Não só posso como vou. O que você fez foi muito sério e não irei passar pano pra isso.

_ Meu filho foi apenas um erro meu, me desculpa.

_ Não foi só um erro. Meu pai me contou o que aconteceu a anos atrás quando você queria acusar o Henrique de pedófilo e envolver o meu pai nisso, você fez isso sabendo que o meu pai é leigo e acreditaria nesse absurdo, teve também o acidente na cachoeira quando você teve a coragem de ir a Campinas e levar aquele homem com você mesmo depois de tudo que ele me fez, e você não se compadeceu nem um pouco ao me ver todo machucado, ao ver meu filho traumatizado, inclusive ele está traumatizado novamente por sua culpa. Seu neto tem dois anos e com a diferença de semanas ele viu o pai desacordado, sendo carregado, nem isso amolece o seu coração.

_ Claro que amolece. Irei conversar com ele e...

_ Não te quero perto dele.

_ O que?

_ Isso mesmo que você ouviu. Não te quero perto do meu filho, ele é uma criança indefesa e eu não confio em você, não mais, por isso nesse momento estou rompendo relações com você, a partir de hoje pra mim você é apenas Lara. Assim que o delegado quiser colher meu depoimento estarei disponível pra contar tudo o que aconteceu.

Ele se aproxima ainda mais tentando me abraçar mas eu e Henrique a impedimos.

_ Não faça isso meu filho, você irá me destruir.

_ Essa é a sua preocupação?

_ Também mas eu não quero, eu não posso me afastar de você e meu neto, eu te amo meu filho, por favor não me afaste de você e do meu neto Tomás eu amo muito vocês.

_ Eu também te amo e isso não tenho como negar mas eu não confio mais em você e amor e confiança andam juntos sabia? Você é minha mãe, deveria me defender e olha as coisas que teve coragem de fazer.

_ Mas eu te defendo, eu seria capaz de entrar na frente de uma bala pra te defender..

Henrique da risada do drama dela eu estou tão concentrado nela que o ignoro.

_ Nem metaforicamente falando você faria isso, não use metáforas que não te representa.

_ EU FARIA.

_ Ok então vamos usar metáforas. Você disse que entraria na frente de uma bala pra me defender, mas no caso o que aconteceu é que você estava segurando a arma e atirou em mim a queima roupa sem titubear. Metaforicamente falando, você me matou mãe, matou a nossa relação de mãe e filho e é por isso que não confio mais em você e estou me afastando junto com meu filho.

Ela paralisa parecendo entender wue não irei voltar atrás e sai do quarto aos prantos. Eu também choro de soluçar e Henrique me toma nos braços me abraçando forte.

_ Calma, calma meu amor você fez o certo.

Meu pai e Benicio entram no quarto e eu estendo os braços pro meu filho o pegando, meu pai nos abraça também e Henrique sai do quarto nos dando privacidade.

_ Meu filho que loucura, eu nunca tive tanta vontade de matar alguém como hoje.

_ Mata quem vovô?

_ Ele não precisará matar alguém que não faz mais parte de nossa vida filho, e ele não faria isso de qualquer forma. Pai se o delegado quiser eu estou pronto pra prestar meu depoimento, irei pedir uma ordem de restrição também.

_ Como você quiser filho.

Me comovo com o olhar de amor que meu pai me direciona e olho pro meu filho que tem o olhar, o sorriso mais lindo do mundo e eu sei que faria tudo e mais um pouco pra esse sorriso estar sempre presente em seu lindo rostinho. Como a minha mãe pôde fazer o que fez comigo? Essa pergunta sempre irá me atormentar pois não existe resposta pra ela, sigo amando minha mãe e cuidando dela de longe porém ela não faz mais parte de minha vida.

Não iria postar mais capítulo hoje mas resolvi postar esse de surpresa aos meus poucos leitores kkk. Saibam que são muito importante pra mim, me incentivam de verdade. Curta e comente se gostou do capítulo e me sigam. Obrigada. Volto com mais capítulo no meio da semana se conseguir, essa semana será bastante corrida pra mim. Beijo pra vcs!!!