CAPÍTULO 39

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CAPÍTULO COM MENSÃO DE ESTUPRO, DROGAS ILÍCITAS E VIOLÊNCIA. SE NÃO SE SENTE CONFORTÁVEL PULE ESSE CAPÍTULO E NÃO O LEIA.

TOMÁS

Vejo Eduardo se aproximando de mim e fico em pânico. Porque minha mãe me trancou aqui com ele? Sem nem mesmo entender porque, eu escorrego pela porta sem força nenhuma nas pernas. Que merda está acontecendo comigo? Ele para em minha frente me olhando atentamente.

_ O remédinho ja fez efeito pelo visto.

Ele diz ainda olhando pra mim rindo e se abaixa ficando em minha altura.

_ Que remédio seu filho da puta? Eu não tomei remédio nenhum.

Ele me agarra e eu mesmo fraco tento me debater tentando me soltar.

_ Me solta. Me solta seu filho da puta. MÃEEEEE ABRE ESSA PORTAAA. Caralho, me solta Eduardo.

Me sinto fraco, movimentos limitados. Eduardo me toca, me abraça se aproveitando de minha fraqueza me levanta do chão e me pega no colo me colocando no sofá. Eu tento me defender e afasta lo de mim mas tudo que faço é inútil, me sinto tonto como se estivesse muito bêbado então me lembro do chá doce que a minha mãe me deu. Ela não teria coragem de drogar o próprio filho teria?

_ Eduardo me ajuda... em nome do que tivemos... eu não me sinto bem, me ajuda.

_ É exatamente em nome do que tivemos que estou aqui. Você é o meu troféuzinho que eu exibia a todos. Eu sou um homem preto, rico com um namorado branco, lindo, gostoso e rico do lado. É tudo que preciso pra ser aceito por esse bando de racista que é a alta sociedade...

Ele diz arrancando e até rasgando minhas roupas com raiva.

_ Para... para por favor... não faz isso comigo..

Tento para lo mas estou quase me entregando ao mundo dos sonhos, pesadelo se encaixa melhor a esse maldito momento. Ele arranca minhas roupas e começa a me masturbar beijando meu pescoço. Eu choro e tento chamar minha mãe mas acho que só sai um sussurro de minha boca. Eu serei estuprado por esse louco e não consigo fazer nada pra me defender. Minha visão está embaçada mas consigo ver ele se levantando e tirando sua roupa.

_ Que saudade que eu estava de você meu loirinho.

As mãos dele passando pelo meu corpo é a última coisa que me lembro antes de apagar chorando. Como minha mãe teve coragem de fazer isso comigo?

HENRIQUE

Saio todo feliz da Fazenda pra ir a São Paulo. João me leva a rodoviária e fica conversando comigo até o horário de saída.

_ Você e o ton ton estão firmes mesmo né?

_ Estamos. Eu estou muito feliz João. Eu amo tanto o seu irmão.

_ To ligado. E você sabe que ele te ama também né?

_ Sei, ele me demonstra isso sempre. Nós nos amamos.

_ Melação da porra.

_ Igual você e sua namorada não é?

_ A gente se gosta mas sei la. Não sei se ela é a pessoa que quero passar o resto de minha vida.

_ Pintou dúvida é porque não é. A gente sempre sabe quando não quer nunca mais ficar longe da pessoa.

_ Mas eu gosto dela, qualquer dia venho com ela passar o final de semana com vocês. Aquele amigo de Tom. Tem visto ele quando vai a São Paulo? Faz tempo que ele não vai a Fazenda.

_ A última vez foi naquele episódio terrível da cachoeira né? Ê que Tommy só ta indo final de semana na Fazenda e final de semana o amigo dele trabalha bastante, acho que é por isso que ele não está indo. Mas fomos uma vez ao bar dele, é bem bacana. Gostei do lugar.

_ A é? Tenho vontade de ir lá.

_ Vamos marcar um fim de semana pra isso. Quem sabe no próximo.

_ Pode ser.

Meu ônibus chega, eu me despeço de João e sigo com minha mochila. Trago pouca coisa pois ja tem roupas minhas no apartamento do Tommy, cada vez que venho deixo um pouco.

Entro no ônibus e acabo cochilando um pouco. Acordo com Tommy me ligando e vejo que ja chegamos em São Paulo. Ele me diz que não poderá ir me buscar pois sua mãe passou mal, combino com ele de o esperar em casa mas acabo me arrependendo pois me da uma sensação tão ruim que não sei explicar, tanto que antes do ônibus chegar na rodoviária salto perto de um ponto de táxi e me dirijo ao condomínio onde a mãe dele mora, por mais que ela esteja quieta nos últimos dias eu não confio naquela mulher. Não acho que ela irá fazer mal ao próprio filho, não é isso, porém seguro morreu de velho.

Chego no condôminio e salto do táxi na entrada, quando estou me aproximando um carro para ao meu lado e reconheço o Senhor Jonas.

_ Oi rapaz. Vai entrar?

_ Sim. O Tommy está ai. Ele me disse que veio ver a mãe que está passando mal.

Ele franze a sombrancelha.

_ Passando mal como?

_ Não sei te explicar..

_ Entra aí, vamos ver o que aconteceu.

Eu entro no carro dele e ele entra no condôminio.

_ Estou chegando de viagem agora. Viria amanhã mas como consegui terminar tudo cedo vim hoje de surpresa, mas Lara deveria ter me ligado se estava mal. Mas que bom que ligou pro filho.

_ Sim...

Digo não estendendo a conversa. Chegamos e ele entra apressado comigo atrás dele, entra chamando e esposa e a tal Gisele que se bem me lembro é a empregada, se aproxima aflita com Benicio em seu colo chorando, meu coração dispara quase me infartando.

_ Ainda bem que chegaram. Eu ouvi o Tomás gritar pela mãe na sala de cima e eu quis abrir a porta, ela não deixou..

_ ONDE FICA ESSA SALA?

Pergunto desesperado.

_ La emcima, na esquerda.

Antes dela terminar de falar ja subo correndo a escada com seu Jonas atrás de mim. Assim que subo vejo a mãe dele parada diante de uma porta dupla e ela nos olha assustada mas procura disfarçar.

_ Amor? Não te esperava hoje..

Percebo a desgraçada nervosa.

_ Cadê meu namorado?

_ Olha rapaz, você não gostará de ver. Eu disse a ele que não era certo fazer isso.

Eu franzo a sombrancelha. Que merda essa bruxa está falando?

_ Fazer o que Lara?

_ Cadê ele?

Olho pra porta e vejo a chave na porta, me adianto e a abro mesmo ela tentando me impedir. Me deparo com uma cena inacreditável que me paralisa fazendo descer lágrimas dos meus olhos. Tomás não fez isso comigo.

Ele está deitado nu, de braços abertos e o desgraçado do ex dele por cima dele só de cueca. Ele me olha e ri.

_ Da pra sair e fechar a porta? Eu e Tom estamos matando nossa saudade.

_ Pois ele irá me dispensar olhando em meus olhos.

Avanço sobre eles com a Lara tentando me segurar e o filho da puta do ex dele arregalando os olhos, ele sabe que não pode comigo. Chego nele e arranco ele de cima de Tom só com meu olhar furioso e me aproximo de Tom que está de olhos fechados. Dou um tapa fraco no rosto dele o chamando.

_ Não finge que dorme não caralho, fala comigo.

Seu Jonas se aproxima também e o força a abrir um dos olhos clareando com a lanterna de celular na pupila dele, eu não entendo nada mas me sobressalto com o olhar assustado que ele me olha.

_ Ele foi drogado. Temos que correr com ele pro hospital.

O PEÃO DA FAZENDAOnde histórias criam vida. Descubra agora