CAPÍTULO 28

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TOMÁS

_ Que espécie de homem é você caralho? Só foi o ex traidor ligar e você ja mete o pé..

Me levanto da cama também indignado com o jeito que meu irmão fala comigo.

_ Nem termine essa frase João. Eu não estou metendo o pé em ninguém, o Henrique foi a melhor coisa que me aconteceu nos últimos tempos então não fale o que você não sabe.

_ Que ótima maneira de demonstrar isso meu irmãozinho, ele ficará emocionado.

_ Para de deboche comigo. Conversar com minha mãe sugou todas minhas energias, não quero ir assim me encontrar com Henrique.

_ Então não vai, fique aqui martelando esses pregos em sua cabeça e foda se o esforço que o Henrique teve em preparar tudo pra você e o Benicio, acabe com a alegria dele e do seu garoto.

Ele fala e sai batendo a porta e eu fico me sentindo o pior dos homens, eu quero muito ir ver o Henrique mas não quero chegar aborrecido na casa dele. Me sento na cama e tento ligar denovo pra Danilo e novamente ele não atende. Alguém da dois toques na porta e meu pai entra.

_ Oi filho. O que aconteceu pro seu irmão sair daqui cuspindo fogo?

Meu pai me olha atentamente.

_ Ele ficou bravo porque eu disse que não estou bem pra ir no acampamento que o Henrique preparou.

Meu pai não diz nada e se senta na cama comigo.

_ Você não está bem ou não quer ir?

_ Eu quero..

_ Então vai. Se está assim porque sua mãe ligou e te disse um monte de desaforo não fique. É isso que ela quer, que você fique mal e faça o que ela quer, não faça as vontades dela como eu fiz, de um jeito torto mas fiz e me arrependo muito. O Benicio está triste no colo da Fran la na sala filho, não se sinta obrigado mas se quer ir vá e não pense nos outros. Danilo a gente entra em contato novamente depois e se ele não responder vamos atrás dele, vai ser feliz.

Meu pai me da um beijo na testa e uma mensagem aparece no meu celular acalmando meu coração.

Tommy eu to atolado de trabalho aqui e tinha esquecido meu celular em casa. Amanhã te ligo, amo você e seu garotinho fofo.

Estranho um pouco a mensagem mas não penso muito nisso, só pego uma mochila e coloco produtos de higiene, um conjunto de moletom, cueca, camisa e visto uma blusa por cima do pijama. Meu pai sorri quando ve que vou ao quarto de Benicio e pego coisas dele também incluindo chupeta, mamadeira, um brinquedo que ele dorme abraçado e a sua naninha inseparável. Pego também uma blusa e vou a sala o encontrando sentado com Fran no sofá ele me olha triste. Coloco a blusa nele e o puxo pro meu colo.

_ Vamos acampar meu amor.

_ Oba papai bigado.

Me despeço de todos e meu irmão me da um abraço me pedindo desculpas pela explosão dele, é claro que eu ja o tinha desculpado Danilo teria feito pior. Vou no meu carro que ja tem a cadeirinha. Meu filho vai o caminho todo tagarelando e muito feliz. Chego na casa de Henrique e ele vem nos receber na porta todo feliz em nos ver e sinto meu coração quentinho e muito feliz em ter vindo pois ao ver Henrique  esqueço completamente as loucuras de minha mãe. Desço do carro e ele ja está pegando Benicio na cadeirinha no banco de trás.

_ Oi garotão, como você está lindo e cheiroso.

_ Oi tio. Onde a genti vai acampar?

_ Hum primeiro deixa eu matar a saudade não vi vocês o dia todo.

Ele fala me olhando e eu sorrio.

_ Oi.

Digo estranhamente tímido.

_ Oi.

Me da um abraço ainda com Benicio no colo, a vontade de o beijar é grande mas primeiro quero conversar com meu filho, afinal até outro dia eu namorava um outro rapaz, não que eu esteja oficialmente namorando Henrique mas a gente tem alguma coisa e sobre isso temos que conversar também.

_ Venham ver uma coisa.

Ele vai com Benicio no colo e eu os sigo pro fundo da casa e me surpreendo ficando literalmente de boca aberta ao ver uma enorme barraca armada a alguns metros da casa e uma fogueira na frente dela.

_ Tio tio barraca..

Benício esperneia pra descer do colo de Henrique e corre pra olhar a barraca eu ainda estou de boca aberta e acho que meus olhos se enchem de lágrimas de emoção ao ver o carinho de Henrique comigo e com meu filho, isso ficou perfeito. Não resisto e o abraço.

_ Obrigado Henry, eu amei isso aqui, está perfeito.

Ele aproveita que Benicio entrou na barraca e me da um selinho.

_ Que bom que gostaram.

Ele pega na minha mão e entramos abaixados na barraca onde Benicio ja escolheu seu saco de dormir bem no meio de nós dois, eu gostei porque assim ele fica bem seguro. Olhamos a barraca e resolvemos caminhar um pouco pois meu filho queria caçar vagalume, depois pegamos uma cesta recheada de coisa gostosa e ficamos em volta da fogueira.  Henrique comprou até marshmelow pra fazermos no fogo, preparamos também um chocolate quente pois está bastante frio e ficamos envolvidos em uma manta quentinha, quando vejo eu estou com as costas encostada no peito de Henrique e meu filho em meu colo, conversamos e rimos bastante antes de entrarmos na barraca, preparo a mamadeira de Benicio e ele entra no saco de dormir do meio e agarra seu ursinho e a mantinha, Henrique conta uma história pra ele e ele logo está dormindo, Henrique sai do saco de dormir dele e logo está do meu lado e ja chega me beijando, o beijo dele é calmo e cheio de carinho eu pego em seu cabelo com as duas mãos e só desgrudo minha boca da sua quando estou quase morrendo sem fôlego, encerramos o beijo com um selinho e colamos nossas testas.

_ Você está bem? João me ligou e disse que talvez você não viria.

Suspiro contrariado me lembrando da grande burrice que eu iria fazer se não tivesse vindo.

_ Desculpa. Você acredita que o Eduardo e minha mãe me ligaram hoje?

Ele me olha sério e suspira deitando do meu lado.

_ O que queriam?

_ Me enlouquecer. Minha mãe e ele acham que estou sendo dramático porque terminei com ele por um motivo ridículo.

_ E você ficou mal com isso?

Ele me pergunta cauteloso e eu me viro pra ele.

_ Fiquei mal porque fiquei chocado com a audácia dele em me ligar e por minha mãe concordar com ele. Estou decepcionado com ela sabe? Poxa ela é minha mãe, deveria querer manter longe de mim alguém que me deixou tão mal.

Henrique fica calado e eu viro o rosto dele pra mim.

_ Estou te aborrecendo né? Falando do meu ex com você, desculpa.

_ Não é isso Tommy, eu prefiro que você fale e fale tudo que sente, por isso mesmo com receio de sua resposta vou te perguntar olhando em seus olhos. Ha alguma possibilidade de você voltar pra ele?

_ E eu vou responder seguro, olhando em seus olhos. Não. Eu não o quero mais. Eu quero você Henrique, se você me quiser, eu quero você.

Henrique me beija dessa vez mais afoito mas logo paramos o beijo pra não ter o perigo de nos empolgarmos demais, afinal Benicio está aqui do lado. Ele se senta no colchão e me puxa pra sentar com ele, mais precisamente pro colo dele e me beija novamente me abraçando. De repente me olha nos olhos e pede.

_ Eu sei que está cedo e que a gente se reencontrou a pouco tempo mas eu tenho tanta certeza dos meus sentimentos por você e eu ja te esperei por tantos anos. Namora comigo Tommy?

Ele pede num fôlego só e fica me olhando em expectativa e eu sei que vim a esse lugar pra me curar e talvez eu esteja me precipitando mas olhando nos olhos de Henrique eu tenho certeza que o que eu senti por Eduardo não chega nem aos pés do que sinto por este homem em minha frente, o cara nocauteou o que eu sentia por Eduardo num piscar de olhos sem dar chances pra uma réplica e é com ele que eu quero ficar.

_ Aceito. Eu quero ser seu namorado Henrique.

O PEÃO DA FAZENDAOnde histórias criam vida. Descubra agora