TOMÁSPego o carro e saio atrás de meu pai pela fazenda, no caminho pergunto do paradeiro dele a alguns peões e acabo o encontrando sentado numa cerca de um pasto com uns peões, paro o carro e olho mais a frente e vejo meu irmão e Henrique de cavalo tentando laçar um bezerro mas o que me deixa puto é ver Benicio no cavalo junto com Henrique, e se ele derruba meu filho? Ja desço gritando do carro.
_ Henrique... Henrique...
Todos me olham assustados e meu filho para a gargalhada na hora.
_ Que foi meu filho?
Meu pai desce da cerca e vem ao meu encontro.
_ Que foi Tom?
Ele pergunta novamente pois minha cara não está boa.
_ Que foi? Vocês não tem juízo? E se meu filho cai daquele cavalo?
_ Você acha que alguém aqui é irresponsável de deixar o garoto cair? Acho que sei cuidar de uma criança emcima de um cavalo, você e o João são exemplos disso, se está bravo com alguma coisa não desconte em Henrique e muito menos no meu neto que está radiante andando de cavalo.
Fico até envergonhado com a minha explosão pois sei o quanto meu pai ama Benicio e nunca seria irresponsável com ele.
_ Desculpa..
_ Pai...
Meu filho chega correndo abraçando minhas pernas com Henrique também correndo atrás dele.
_ Pai eu joguei laço no boi, tio rique e tio João me ensino.
_ É meu filho? Que bom.. depois o papai quer ver..
João se aproxima da gente também.
_ E aí Tom, Fran disse que seu amigo foi embora.
_ Ele foi. Deu uma confusão no bar dele e ele precisou ir, mas ele volta.
_ Espero que não seja sério.
_ Você me chamou Tommy?
Fico sem graça pois quando o chamei estava puto e só iria descontar nele, ainda bem que meu pai me abriu os olhos a tempo.
_ Não era importante só fiquei apreensivo pelo Beni.. desculpa..
Ele fica sem jeito mas não diz nada. Eu pigarreio e olho pro meu pai.
_ Pai, a mamãe ligou..
_ Isso explica seu mal humor.
Eu não tenho como a defender pois ele está com a razão.
_ O que ela queria?
_ A gente conversa depois do almoço pode ser? Quero te fazer umas perguntas.
_ Ta bom. Eu vou pra casa almoçar, antes darei um banho nesse mocinho.
_ Deixa que eu dou pai.
_ Deixa eu cuidar do meu neto um pouquinho Tom? Você ja o faz sempre.
Eu concordo e ele pega Benicio no colo.
_ Thau pai.
Benício da thau todo sorridente no colo do avô. Ficamos eu, João e Henrique.
_ Acho que essa é a minha deixa.
João fala e sai com a sutileza de um trator.
_ Desculpa se não gostou que eu estava no cavalo com seu filho Tommy mas quero que saiba que em nenhum momento eu me descuidei dele..
_ Eu sei Henry me desculpa. Minha mãe me deixou bastante nervoso no celular, acho que só quis descontar em alguém e me envergonho disso, por favor me desculpa de verdade.
_ Quer conversar?
Eu suspiro querendo aceitar o convite pois Danilo não está e eu preciso desabafar com alguém.
_ Você precisa ir almoçar.
_ Eu comi um pedaço de pão caseiro quando fui na casa dar uma espiada em você, foi quando a Fran disse que você tinha ido levar seu amigo na rodoviária, enfim.... não estou com fome..
_ Dar uma espiada em mim?
Pergunto achando engraçado e ele baixa a cabeça sem graça.
_ É... eu meio que sonhei com você..
Fico bastante envaidecido com a revelação dele e não consigo esconder meu sorriso.
_ Só você mesmo henry...
Balanço a cabeça em negação.
_ Vamos dar uma volta?
Ele pergunta sorrindo.
_ Vamos ué. Pra onde?
_ Tava pensando num passeio de cavalo até a cachoeira.
Olho em volta e só ai percebo que os peões foram almoçar e levaram os cavalos pra outro pasto.
_ Só tem a sua preta aqui, eu te sigo de carro.
_ Deixa seu carro aqui depois você o pega, vem comigo.
Não digo mais nada, só aciono o alarme trancando o carro e vou com ele até a preta, subo na frente e ele sobe em seguida sentando atrás de mim. Engulo em seco quando sinto seu peito em minhas costas, sua pélvis em minha bunda e nossas coxas coladas, sinto o respirar acelerado dele na minha nuca e não comento nada enquanto ele pega as rédeas e a égua começa a trotar. Sentir o ventinho gelado em meu rosto e esses braços em volta do meu corpo é bom demais, me sinto no melhor lugar do mundo. Vamos num silêncio confortável e logo chegamos na cachoeira, eu desço e ele desce em seguida amarrando a preta numa árvore na sombra perto da água. Eu me sento numa pedra enorme na sombra e ele me acompanha.
_ Gostoso aqui.
Eu comento com ele pra puxar assunto e ele não responde, então eu olho pra ele e ele está me olhando, só aí ele me responde.
_ Muito gostoso.
E do jeito que ele está me olhando eu sei que ele não está se referindo ao lugar e dou mais um sorriso cheio de encorajamento a ele. O que eu estou fazendo? Não sei. Só sei que estou gostando muito disso.
_ O que a gente está fazendo Henry?
_ Vivendo Tom.
Essa fala dela faz eu me lembrar de uma coisa que minha mãe falou e eu fico sério.
_ Falei com a minha mãe hoje.
_ Eu ouvi você comentando com seu pai. Ela falou alguma coisa que você não gostou.
_ Várias. Minha mãe estava estranha, estava grossa e alterada comigo, nem parecia ela.
Henrique da um sorriso sem humor.
_ Desculpa Tommy mas você me descreveu ela exatamente como a conheço, só foi um pouco generoso na descrição.
_ Olha Henry, eu sei que minha mãe errou quando te deixou pra fora do condômino a anos atrás mas ela não é uma má pessoa, hoje ela me demonstrou ser bastante sem noção e autoritária mas para por aí.
_ Ta. Entendo que ela é sua mãe e não vou discutir isso com você. Mas o que ela falou que você ficou brabo daquele jeito.
_ Além de outras coisas falou pra eu voltar imediatamente pra São Paulo e não só voltar pra São Paulo, ela disse pra eu voltar com o Eduardo.
Henrique arregala os olhos e me olha apreensivo.
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O PEÃO DA FAZENDA
RomanceELES SE CONHECERAM AINDA CRIANÇAS, TIVERAM UM ROMANCE NA ADOLESCÊNCIA. ROMANCE ESSE QUE FOI INTERROMPIDO PELO PAI DO TOMMY QUE É O PATRÃO DO PAI DO HENRIQUE. ELES FORAM INCOMPREENDIDOS E SURRADOS, ISSO DEICOU UMA MARCA EM TOMMY QUE ELE DIFÍCIL IRA E...