CAPÍTULO 17

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HENRIQUE

Deixo Tommy no casarão e vou pra casa salivando de vontade de ter beijado aquela boca rosada, se ele ao menos tivesse me dado um sinalzinho eu o teria imprensado naquela parede da varanda e teria mostrado o tamanho da saudade que tenho dele.

Me diverti pra caramba hoje, em nenhum momento foi fingimento ou esforço para o agradar por causa do filho, eu realmente gostei e me senti realizado, me senti tendo o que sempre quis na vida, uma família. O filho dele me conquistou logo de cara, o garoto tem tudo dele quando era novinho, e se ele deixar eu quero muito ensinar o garoto a montar cavalo e pegar touro no laço como o pai dele fez com ele e como eu faria com um filho.

Chego em minha casa tomo um banho e caio na cama nu mesmo, é óbvio que no meio da madrugada me bateu aquele tesão danado por ele, porra ele está lindo demais.

Me levanto antes do despertador tomo um banho e coloco uma cueca preta box, camisa basica de trabalho e uma calça jeans justa. Calço meias e botas e cinto, tranco a casa e monto na preta.

Vou ao casarão e no caminho encontro alguns peões que ja chegaram pra lida mas vou direto pra cozinha da Fran tomar um café. Entro pelos fundos e como sempre, a mesa ja está posta.

_ Bom dia Fran, bom dia Goreth.

_ Bom dia peão. Pelo sorriso bonito deu tudo certo no passeio.

_ Deu sim. Tommy e o filho dele são...

Fico pensativo escolhendo a palavra certa pra descrever aqueles dois.

_ São o que Henrique?

_ Sei la Fran. Eu gosto tanto do Tommy e agora do filho dele também, não sei explicar.

Fran sorri mas Goreth fecha a cara, essa moça ja me jogou charme algumas vezes, não dei bola porque sei que Marcos meu amigo também peão da Fazenda é a fim dela, é bonita mas prefiro mil vezes o Tommy.

Tomo café da manhã com seu Miguel, João, Marcos e alguns outros peões e depois vamos pra lida. O veterinário chega pra ver a vaca que está pra parir e eu João e Marcos vamos pra roça. Não gosto desse veterinário metido a playboy que o seu Miguel insiste em manter na fazenda, chega aqui pagando de patrão se achando o dono da porra toda. Eu cheguei a fazer veterinária na faculdade aqui de Campinas mas esse cara me botou tão pra baixo que acabei desistindo, segundo ele ninguém iria querer meus serviços aqui em Campinas pois ele é o melhor e os fazendeiros até brigam pra ter os serviços dele. Tranquei a faculdade pois não tenho intenção de sair daqui e seu Miguel ja tem esse metido a besta como veterinário.

Hoje é colheita de milho e só paramos perto da hora do almoço, seu Miguel se juntou a nós no meio da manhã quando disse que a vaca ainda não tinha parido. Peguei a preta e corri pra minha casa pois estava muito suado e sujo. Tomei um banho e troquei de roupa pra tirar o suor, geralmente não ligo pra isso mas Tommy está aqui e não quero aparecer suado e sujo na frente dele.

Vou ao casarão montado na preta e ja tem várias pessoas la, João tira sarro de mim por eu ter ido tomar banho e insinuou que Tommy iria cheirar o meu cangote, esse palhaço ja passou dos trinta e não sai da quinta série.

Sentamos a mesa e logo chegam Tommy, seu filho e o amigo dele que praticamente se joga ao lado de seu Miguel arrancando um sorriso de João. Tommy se senta ao meu lado e eu posso sentir o mesmo cheiro gostoso que senti ontem a noite e isso da uma fisgada no meu pau e quase não consigo disfarçar, ele faz de propósito ou ele não faz idéia do quanto é delicioso?

Seu Miguel diz que encontrou ele e o amigo dormindo juntos e meu mundo desaba, mesmo com a explicação do amigo dele eu fico bem puto. Porque porra eles dormem juntos? Eu nunca dormi na mesma cama com alguém que eu não comi. Acabou com meu dia, tento disfarçar mas a comida que estava boa agora me parece isopor.

Termino de comer pego a minha égua e vou pra casa descansar o almoço. Chego e vou logo acendendo um cigarro, quase não fumo mas hoje preciso. Não tenho nada com o Tommy mas to me tremendo de ciúmes, tem o tal namorado que ele diz amar e tem esse amigo que dorme ao lado dele, pra mim não sobrou foi nada, acho que terei que me conformar que o que tive com ele ficou no passado, acabou.

Passa o horário de almoço e volto pra lida, faço tudo no automático, nem vendo a hora de acabar tudo e eu ir pra casa. No final do dia a vaca resolveu que era hora de parir, quando cheguei no celeiro o bezerro ja tinha nascido e estava tentando se levantar. Benicio chorava assustado no colo do pai, Danilo vomitava num canto horrorizado, e o metido do veterinário estava ao lado de Tommy encantado o olhando como se ele não tivesse uma vaca e um bezerro pra cuidar.

_ Ele está bem?

Pergunto me referindo a Benicio.

_ Ele nunca tinha visto um parto mas está tudo bem, não é filho?

_ Ele é uma gracinha, lindo como o pai.

Comenta o veterinário e eu reviro os olhos.

_ Vem com o tio ver os cavalos Beni.

O chamo e ele vem pros meus braços.

_ Ja volto com ele Tommy.

_ Eu vou com vocês.

_ Ei, me passa seu número.

O veterinário segura no braço dele cheio de intimidade.

_ Claro eu...

Aquilo me revira o estômago e eu nem paro pra ouvir, sigo com o Benicio pra longe deles. Que filho da puta esse veterinário. Chego num pasto pequeno que tem para treinos e subo em um cavalo manso com o Benicio que ri achando aquilo divertido, fico la o entretendo até João chegar, ai deixo o garoto com ele e vou a minha casa, chego tomo um banho e fico em minha varanda tomar uma cerveja, mais tarde o veterinário playboy passa com a sua amarok e minha vontade é de chorar, não acredito que Tommy caiu nos encantos desse seboso e nem deu pra ver se ele estava junto com ele no carro, se eu visse acho que arrumaria minhas coisas e sairia sem rumo pra nunca mais voltar.

O PEÃO DA FAZENDAOnde histórias criam vida. Descubra agora