CAPÍTULO 7

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TOMÁS

_ Caralho mano. Olha o que tu fez. Tinha espinafre naquele sanduiche que te dei?

Danilo comenta ainda me segurando.

_ Leva ele daqui Danilo, depois converso com ele.

_ EU NÃO SOU UM PACOTE PRA SER LEVADO SEU DESGRAÇADO, E NÃO TEMOS MAIS NADA PRA CONVERSAR.

_ ENTÃO LEVA SUAS COISAS E SOME DA MINHA CASA VOCÊ E ESSA SUA CADELA.

Danilo me solta dando risada.

_ Cadela cara? Prefiro ser cadela do que um cuzão, um pau no cu arrombado feito você filhote de onça. Como tu engana um avião desse pra comer aquela criatura horrenda que está ganindo ali no chão?

_ Avião esse que você quer pra você né?

_ Quero e muito, como amigo.

O amante se senta ainda gemendo de dor.

_ Chama a polícia Edu, ele quase me matou.

_ Cala a boca senão acabo de quebrar esse pau nojento, o seu e desse infiel aqui. Como você se prestou a isso Eduardo? Um amante cara? O que me deixa mais indignado ainda é que ele é feio pra caralho...

Danilo da uma gargalhada.

_ Bota feio nisso, porra cara onde tu achou isso?

_ Pelo menos ele tem tempo pra mim e é muito gostoso...

_ VOCÊ ESTÁ CONFIRMANDO QUE SOU FEIO EDUARDO?

O amante interrompe Eduardo pra fazer essa pergunta mas ele o ignora.

_ Você Matheus é bonito, é gostoso mas não tem tempo pra mim, não temos privacidade. É sexo só depois que o bebê dorme e a portas fechadas no quarto e detalhe, não pode fazer muito barulho. É brinquedo até aqui em meu apartamento, é tio dudu pra cá tio dudu pra la e eu morto de cansaço de tédio aturando sendo que a única coisa que eu queria era gozar e dormir. Não sou pai de ninguém e não quero ser, eu quero meu homem disponível pra mim e não trocando fraldas, fazendo a porra de uma mamadeira...

Eu interrompo o homem que nunca pensei que falaria essas palavras tão cruéis comigo, pois ele dizia gostar do meu filho e nunca havia reclamado dele.

_ Você tinha a opção de cair fora nunca te obriguei a nada, você sabia que eu tinha filho sempre deixei claro que ele é minha prioridade, nunca espere de mim que eu priorize um macho ao invés do meu filho, nem ouse esperar isso de mim. Mas agora você está livre de fraldas, mamadeiras de brinquedos e meu filho nunca mais te chamará de tio Dudu, eu devo desculpas a ele por ter errado em meu julgamento ao permitir que você fizesse parte de nossa vida... Só me responde uma pergunta. Porque? Se tudo em minha vida, meu filho te incomodava tanto porque você ficou comigo por um ano cara? Porque?

_ Porque eu ti amo, pode não parecer mas eu amo você.

Eu fico incrédulo sem palavras, mas meu amigo ri debochado põe a mão no coração e comenta.

_ Que declaração linda! Estou emocionado. Deixa de ser cara de pau macho. Tu não ama ninguém, nem a si mesmo pra se deitar com o et de varginha.

_ Hahaha que engraçado, você é engraçadão. Se acha bonito né? Pois não é.

_ Melhor que você e essa criatura eu sou, pode apostar que sim.

Danilo e Edu discutem enquanto eu pego uma bolsa e jogo minhas coisas e as de Benicio ali.

_ Se eu esquecer alguma coisa pode jogar fora.

_ Você mentiu pra mim quando disse que iria pra Campinas hoje.

Ele diz revoltado como se tivesse razão.

_ Você mentiu pra mim quando dizia que estava em plantão no hospital sendo que pediu demissão a meses. Mentiu quando me deixava em casa pra curtir o final de semana com seu amante, mentiu pro meu filho quando disse a ele que o considerava um filho e mentiu agora a minutos atrás quando disse que me ama. Quer mesmo me cobrar por uma única mentira?

Termino de arrumar minha bolsa e saio do quarto com Danilo atrás de mim, deixo a chave dele na mesa e saio batendo a porta. No elevador Danilo me olha atentamente e eu olho pra câmera e mando o dedo do meio.

_ O que foi isso?

_ O puto do Homero estava interfonando quando entrei, eles estavam tão afoitos na transa que nem pararam pra atender.

_ Você está bem com isso Tommy?

_ Não. Minha vontade é gritar, chorar, desabar... mas o ódio não está deixando...

_ O pau do amante tava roxo tu deve ter o quebrado. Nunca irei te perdoar por ter me feito ver o pau daqueles dois, nossa amizade ficou irremediavelmente abalada.

Danilo disse rindo.

_ Como tu fez aquilo cara? O pobre estava falando fino.

_ Chutei com todo ódio que me consumia, aquele não goza tão cedo. Tava todo cheio de deboche pra cima de mim, bicha feia do caralho.

_ Tenho que admitir, tu é muito mais bonito mesmo.

Danilo gargalha dentro do elevador mas eu não consigo, estou oco por dentro. Ele tampa o pau com as mãos e me sai com essa.

_ Estou com medo de você, agora acabei de crer que tu é doidão. Me lembre de nunca te trair.

_ Faz muito bem. Fui criado em fazenda cara, meu pai me ensinou a pegar touro brabo no laço, você acha mesmo que esses putos irião me intimidar, estou me sentindo humilhado, morto por dentro.. mas não deixei aquele ser debochar de mim.

Fomos ao meu apartamento, eu queria ficar sozinho mas Danilo estava irredutível, ficou comigo em casa e até me fez uma janta que mesmo sob protestos dele eu a ignorei, não consigo nem olhar pra algo comestível. Me deitei pra dormir e ele se deitou comigo, chorei a noite toda só durmi de cansaço. Quando acordei estava sozinho, imaginei que Danilo tivesse ido embora e fui tomar um banho. Terminei meu banho me vesti com cueca moletom velho e camiseta mais velha ainda, fui pra cozinha e reparei que tinha café feito, peguei uma xícara e me sentei no sofá pra tomar. Interrompo meus pensamentos ao ouvir a porta abrir e meu grudinho passar correndo por ela junto com Danilo, só ai consegui abrir um sorriso.

O PEÃO DA FAZENDAOnde histórias criam vida. Descubra agora