CAPÍTULO 29

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HENRIQUE

Tommy demora alguns segundos pra me responder e eu sem nem perceber prendo o ar e só o solto ao ouvir sua resposta.

_ Aceito. Eu quero ser seu namorado Henrique.

Encho o rosto dele de beijos o fazendo rir. Um sorriso rasga meu rosto e eu sinto vontade de gritar de felicidade, se Benicio não tivesse dormindo do lado eu realmente gritaria.

_ Nesse momento eu sou o cara mais feliz desse mundo inteiro.

_ Eu também, a gente comemora em outro momento quando estivermos sozinhos.

_ Será que o Beni vai me aceitar como namorado do pai dele?

_ Acho que sim, ele ja gosta de você e se você quiser conversaremos com ele juntos, podemos levar ele pra passear em algum lugar. Outro dia ele quis andar de maria fumaça, eu fiquei de levar ele la denovo.

_ Ótima idéia. Escuta, eu comprei um presente pra você, não sei se vai gostar mas quando vi não resisti, achei que combina com você pois é  chique, bonito e estiloso sem ser exagerado, foi assim que o vendedor o descreveu pra mim.

_ Nossa. O que é?

Ele pergunta curioso e eu pego a sacola num compartilhamento escondido da barraca, o entrego e ele ve o embrema da loja e franze a sombrancelha.

_ Você me comprou um presente caro? Não precisava Henrique..

_ Quem é que vai me impedir de comprar o que quero pro meu namorado?

Ele ri e puxa minha nuca me dando um selinho. Abre a sacola e pega a caixinha de veludo com o colar e a abre.

_ Que lindo Henrique.

Ele me olha emocionado e pela sua expressão tenho certeza que realmente gostou do presente.

_ Obrigado, eu amei. Você coloca em mim?

Ele se vira de costas e eu coloco o colar.

_ Não tiro mais, ficou lindo.

Ele me beija e nos deitamos novamente e eu conto a ele que voltarei a estudar, ele fica feliz e me parabeniza. Ficamos agarradinhos e conversamos mais um pouco quando percebo que ele está ficando com sono então volto pro meu lugar e estico a mão fazendo um carinho no cabelo dele até ele dormir, acabo dormindo com a mão em seus cabelos. Acordo de madrugada e esta mais frio mas nem tanto pra entrarmos pra dentro, pego uma coberta mais grossa que deixei dobrada num canto e coloco por cima de nós três, olho os dois que dormem igualzinho, encolhidos e com sono pesado. Meus amores, ganhei na loteria em ter esses dois em minha vida e se depender de mim nunca mais sairão. Seu Miguel me deu a parte da manhã de folga então podemos acordar juntos e aproveitar o amanhecer do sol aqui fora. Me deito e adormeço novamente.

Acordo com uma mãozinha tocando meu rosto e abro os olhos me deparando com um rostinho lindo amassado me avaliando com olhos verdes como os do pai.

_ Oi titio.

_ Oi príncipe, bom dia. Você dormiu bem?

_ Durmi, é gostoso aqui.

_ Sim.. podemos fazer isso outras vezes..

Ouço um suspiro e olhamos pra Tommy e ele está se espreguiçando.

_ Bom dia.

_ Bom dia não acredito que ja amanheceu, estava tão gostoso aqui.

Eu rio e dou um beijo na cabeça do Beni e um beijo na cabeça do Tommy, pra este último do uma piscada também e ele me da um sorriso.

_ To com fome.

Benício diz.

_ Querem ficar aqui? Eu preparo alguma coisa pra gente.

_ Eu te ajudo, tenho que preparar alguma coisa pro Beni.

_ Mas o que ele come? Ele toma mamadeira agora?

_ Não. Só antes de dormir. De manhã frutas com iorgute ou mingau. Hoje que está frio seria bom o mingau.

_ Eu faço então.

_ Henry..

_ Vocês podem arrumar uns cobertores la fora, está cedo ainda e daqui a pouco umas seis e vinte o sol nasce, é lindo vendo daqui.

Eu saio vou a cozinha, coloco café na cafeteira e coloco leite na panela pra fazer o mingau, enquanto faço o mingau coloco uns pães de queijo na air fray. Termino o mingau coloco num pratinho e eles aparecem em minha cozinha pedindo pra usar o banheiro, ainda bem que ontem comprei escovas novas pra eles apesar de achar que eles trouxeram. Com a ajuda deles levamos o café da manhã pra fora e colocamos emcima de uma toalha que ele havia colocado no chão, começamos o dia fazendo um pequinique e vendo o nascer do sol. Depois Benicio vai assistir desenho e Tommy insiste em me ajudar a desmontar a barraca e arrumar tudo, almoçamos por aqui mesmo e depois vamos na cachoeira pois Beni insistiu mas só ficamos sentados na pedra conversando, não entramos na água. Agora está até quentinho, estamos no outono então frio só de manhã e a noite. Da meu horário então eu vou trabalhar os deixando com cara de sono deitados na pedra que fica na sombra.

Mando uma mensagem pra João e ele vai me encontrar no caminho. Vamos pra plantação de soja e eu fico de olho na terraplanagem, conto pra João que pedi Tommy em namoro e ele fica todo feliz que nos acertamos, de repente começa a se formar uma chuva e o céu começa a escurecer eu, João e os outros que estavam trabalhando começamos a recolher o material de trabalho quando Marcos chega correndo de cavalo e solta sem fôlego.

_ Tromba d'água... a cachoeira la de cima..

Não escuto mais nada do que ele diz e olho apavorado pra João.

_ O Tommy e Benicio..

_ Eles estão em outra cachoeira Henrique e Tom não iria ficar na cachoeira com esse tempo que está se formando aqui.

A chuva começa a cair me desesperando ainda mais.

_ Eles estavam quase dormindo quando os deixei, e se deu na cachoeira de cima vai dar na de baixo porra, ME DA A CHAVE DO CARRO

Ao invés de me dar ele sai correndo na frente e eu vou atrás entrando no banco de carona, outros peões vem também e nos seguem com seus cavalos, eu nunca senti tanto medo em minha vida e João pela expressão não está diferente de mim. Chegando la de longe vimos as águas furiosas e a cena que vejo em minha frente deixam minhas pernas bambas mas me forço a correr junto com João e os outros e salvar o amor da minha vida.

O PEÃO DA FAZENDAOnde histórias criam vida. Descubra agora