Capítulo 05.

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Alessa Rodríguez.

    Na manhã seguinte, acordei envergonhada com o incidente da noite passada. Se deparar com meu irmão bêbado e vomitando em mim, foi constrangedor, principalmente na presença de George.

    Levantei-me e caminhei até o guarda-roupa. Peguei um traje social e segui ao chuveiro. Após terminar, saí do banheiro e direcionei-me ao quarto de David. Abri a porta e acendi a luz. Me aproximei e me sentei ao seu lado.

    — Apague a luz, minha cabeça está explodindo! — pediu David, com seus olhos ainda fechados.

    — Por que saiu ontem? Nós já havíamos

conversamos sobre você parar de beber! Por que não parou?

    — Desculpe-me, Alessa, ontem me senti mal, então decidi sair para me distrair, mas ao invés de distrair minha mente com outras coisas, acabei bebendo.

    — Você me fez passar um grande constrangimento na frente do meu chefe, sabe como me sento agora? Péssima por vê-lo bêbado outra vez e péssima por não saber o que George pensará de mim, de nós!

    — Eu sinto muito mesmo, se eu pudesse voltar no tempo, eu jamais teria feito o que fiz.

    — Está tudo bem, sei que não foi sua intenção. O remédio está na cômoda, vou trabalhar.

    — Obrigado.

    Apaguei a luz e me retirei do quarto. Peguei minha bolsa e saí do apartamento, caminhando até a empresa. Ao chegar, entrei no elevador e subi até ao escritório. Coloquei minha bolsa sobre a mesa e iniciei meu trabalho.

    Algum tempo mais tarde, George enviou-me uma mensagem, pedindo para que eu fosse até seu escritório. Levantei-me nervosa e segui. Ao chegar, parei em frente a porta, suspirando fundo, contendo a ansiedade. Bati à porta e a abri.

    — Entre e feche a porta!

    Fechei a porta e segui para a poltrona.

    — Quero conversar sobre o sábado.

    — Sr.Jones, sinto muito, eu... — antes que eu pudesse terminar, George me interrompeu.

    — Por favor, já lhe pedi para me chamar pelo nome! Não vim falar sobre o que aconteceu com seu irmão, mas sobre algo que ele me contou.

    O olhei intrigada, engolindo em seco, com medo de David ter contado algo sobre nossa família.

    — E o que ele lhe contou?

    — Ele disse que gostava de beber, pois assim ele esquecia o fato de seus pais o terem abandonado. Mas você contou outra história, que ambos tinham falecido em um acidente, o que mudou agora, Alessa?

    Abaixei meu olhar, com os olhos marejados.

    — É que… quando éramos pequenos, meus pais eram viciados em bebidas e até mesmo em drogas, então meu pai nos abandonou. Assim que eu completei treze anos, minha mãe saiu de casa, nos abandonado também. Tentei ligar para algum parente, na esperança de uma ajuda, mas foram somente tentativas frustrantes, ninguém me atendeu. Tivemos então que viver sozinhos e aprender a se cuidar desde cedo, e com tudo isso, peguei a guarda dos meus irmãos, me tornando responsável por eles. Por isso, é mais fácil dizer que meus pais morreram, isso poupa o meu constrangimento.

    — Eu sinto muito mesmo, eu não fazia ideia, me desculpa por ter tocado em assunto tão delicado. 

    — Está tudo bem — sequei minhas lágrimas.

    — Você alguma vez conseguiu reencontrar seus pais?

    — Só minha mãe, mas estava morta. Ela estava caída num beco em Portugal.

    — Sinto muito, Alessa, posso imaginar o trauma que vocês devem ter passado, mas também admiro você. Sua coragem e o quão forte você foi.

    — Obrigada.

    — Desculpe-me novamente, espero que fique bem.

    — Não há problemas. Obrigada.

    Retornei ao escritório e me sentei. Enquanto tentava realizar meus afazeres, chorava, ao lembrar novamente do passado.

    Ao dar o horário de almoço, peguei minha bolsa e caminhei até a porta. Após abri-la, avistei George à minha frente.

    — George, posso ajudar-lhe em algo?

    — Quero levá-la a um lugar — sorriu.

    George puxou-me pela mão e saímos da empresa, caminhando até seu carro.

    — Para onde está me levando?

    — Surpresa.

    Após chegarmos ao local, descemos do carro e caminhamos até o mesmo. Olhei ao redor, observando-o com admiração. O local dava para uma linda trilha de terra em um bosque, ladeada por árvores altas e delgadas. À esquerda da trilha, havia uma encosta coberta de grama e repleta de margaridas. 

    — Que lugar lindo!

    — Este é o lugar que minha avó costumava me trazer quando eu entristecia.

    — Se isso era para me animar, conseguiu.

    — Sabia que iria gostar.

    Sentamos num banco e George deu-me um sanduíche.

    — Obrigada.

    — Está bom?

    Assenti com a cabeça, com a mão na boca, enquanto eu mastigava o lanche.

    Ao terminarmos de comer, retornamos ao carro.

    — Não esqueça que hoje acontecerá o jantar.

    — Mas já?

    — Não se preocupe, tudo sairá bem.

    — Assim espero.

O Novo CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora