Capítulo 36.

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Alessa Rodríguez.

    Ao adentrar o escritório, fechei a porta e, com pressa, peguei meu celular para ligar para Márcia.

    — Oi, Alessa.

    — Preciso de conselhos.

    — Você está bem?

    — Não muito. Hoje aconteceu algo inesperado.

    — O que houve? 

    — George havia me pedido para conversarmos sobre o ocorrido de ontem, mas durante nossa conversa, ele demonstrou grande aborrecimento pelo fato de eu ter almoçado com Rafael. Ao questioná-lo sobre o motivo de tanta irritação, ele explodiu, declarando seu amor por mim e seu medo de me perder. Atordoada, fiquei sem reação e, sem conseguir articular uma palavra, acabei fugindo em desespero.

    — Realmente é uma situação delicada. Sei que seus sentimentos por ele são genuínos, então por que está colocando tantas barreiras no caminho desse relacionamento?

    — Após as experiências negativas que vivi com minha família, construí muros ao meu redor que dificultam a entrada de novas pessoas na minha vida.

    — Alessa, entendo seus receios, mas é importante lembrar que nem todos são iguais à sua família. Não deixe o medo afastar potenciais conexões que podem trazer coisas boas para sua vida. Eu compreendo sua situação, pois já vivi algo semelhante. Busque ajuda e dê a si mesma a chance de melhorar, assim como eu fiz.

    — Compreendo que as pessoas não são como minha família e que não devo afastá-las, mas é um desafio. Sinto pânico só de pensar em reviver o que passei com meus pais.

     — Alessa, está tudo bem. Não é sua culpa se sentir dessa forma, afinal, você enfrentou traumas desde a infância e sei o quão desafiador é lidar e superar essas questões. Vou procurar um terapeuta para você, alguém com quem possa desabafar e receber ajuda, mas somente se você concordar com isso.

    — Obrigada, Márcia, aceito sua ajuda.

    — Não agradeça por isso. Eu a ajudarei sempre! Caso converse com George novamente, explique a ele sobre seus motivos e seja sincera.

    — Tudo bem, farei isso.

    — Espero que fique mais calma em relação a isso.

    — Vou tentar. Preciso desligar.

    — Tudo bem, até mais tarde.

    Desliguei a chamada e guardei o celular. 

    Márcia estava certa, eu precisava de ajuda para lidar com meus traumas. Talvez uma especialista no assunto me ajudasse.

    Algum tempo depois, recebi uma mensagem de Elizabeth, pedindo para que eu a encontrasse no estacionamento. Saí do escritório, desci e entrei em seu carro. Ao chegarmos à loja de bolos, entramos e apreciamos alguns modelos.

    — Você gostou de algum? — perguntou Elizabeth.

    — Gostei desse — apontei para um dos bolos que estavam na mesa.

O Novo CEOOnde histórias criam vida. Descubra agora