Montserrat
Como eu estava feliz, meu Deus. Isso ninguém podia tirar. Quando fui ao RH para assinar o contrato, chorei e me estagnei de emoção. Assinei um contrato de um ano, com muitos benefícios socias que a própria empresa cobria. E quando vi o valor que eu ia receber por mês, me senti muito grata. Cinco mil leu era muito para mim. Eu poderia fazer tantas coisas, nossa... que eu nem conseguia imaginar. Eu sou grata. Muito grata. E espero fazer tudo certo.
Cheguei no abrigo e contei a notícia para Alina. Ela ficou feliz por mim e eu gostei de poder compartilhar algo assim pela primeira vez, com alguém que me ajudou. Alina foi a única, desde que cheguei, que ergueu a mão para me ajudar. E não me enxotou como se eu fosse um cachorro sarnento. Senti que deveria compartilhar com ela.
— Alina, eu agradeço por me deixar ficar mais uma noite — me direcionei a ela. — Muito obrigada por não me tratar como se eu fosse uma insignificante.
Ela se aproximou e me olhou compreensiva, segurando minhas mãos.
— Minha querida, não existe seres insignificantes nesse mundo. Até uma simples formiga é essencial para a vida. Eu já disse e repito: você é excepcional. É linda e inteligente. Pode ser que muitas pessoas falaram coisas que te fizeram sofrer, mas apenas as ignore. Esses comentários maldosos não farão diferença alguma para você. E você pode sim contar comigo. Fique aqui o quanto quiser.
— Você foi um anjo que me apareceu na hora certa, Alina — fico comovida —, espero que sejamos amigas.
Nos abraçamos. Sei que parece cedo, mas sinto que Alina é uma mulher incrível, e eu faço questão de tê-la comigo.
— E agora, Montserrat? O que irá fazer? — perguntou enquanto caminhávamos pelo corredor do abrigo.
— Ah, Alina. Tantas coisas vão mudar para mim. Assim que eu receber meu primeiro salário, vou procurar um cantinho para morar. E quem sabe, iniciar alguma faculdade.
— Isso é ótimo. Nunca é tarde para recomeçar. E, aliás, você é muito nova. Vinte e cinco anos é muito pouco.
Eu e Alina viemos conversando um pouco. Ela era muito boa em ouvir e dar conselhos. Às vezes sinto como se estivesse conversando com a minha mãe. Apenas uma idealização minha.
— Bom, filha, vou te deixar em paz. Espero que amanhã, no seu primeiro dia, corra tudo bem. Te desejo muita sorte! — falou e me abraçou, se despedindo.
Já eram nove horas da noite e as luzes já iam se apagar. Hoje foi um dia de muitas emoções. Amanhã às oito, estarei no meu novo emprego. Ai, que emoção! De repente todas as minhas inseguranças para com a vida evaporaram e o que brotou foi o regozijo da minha perseverança. Nada melhor eu poderia sentir nesse momento.
Dormi com um sorriso largo e sonhei com minha utopia de vida mais insigne. Quando ouvi o despertador, levantei empolgada e pronta para encarar tudo.
Como eu não tinha lá aquelas roupas, vesti uma calça jeans, uma bota, e uma blusa de frio com um casaco por cima. Espero que meu chefe não me puna por isso. Andei vinte minutos até chegar ao fabuloso prédio e subi para o meu andar. Quando cheguei, ainda eram sete e meia. Me atrevi a ir para onde supus ser o meu espaço e sentei na cadeira atrás do balcão. A minha visão era apenas a porta preta com os detalhes dourados. Olhei para minha mesa e fiquei perdida sem saber o que fazer. Na minha frente, um computador, uma agenda, tablet, canetas em um porta-treco. Eu poderia começar com alguma coisa, mas estava sem direção.
Ouvi o pim do elevador se abrindo e o cheiro inebriante amadeirado chegou às minhas narinas. Olhei-o caminhando a passos imponentes e de cabeça erguida. Chegou perto do balcão, me olhou e falou:
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Império - Trono de Sangue
Vampire"Nunca imaginei que minha vida fosse mudar tanto. Da água para o vinho. Pois, foi quando ELE apareceu... Aquele vampiro que me fez temer e pensar que eu não viveria mais. Sua aura hipnótica fazia-me vê-lo como o pior monstro. Suas ações e maldades e...