Uma semana depois
Vladimir
Minha mãe conseguia ser exagerada. Sujeitou Montserrat a cada coisa. Não deixou que respirasse aliviada. Ela voltou para seu apartamento. Em algumas noites durmo ao seu lado. Quando estou farto. Me fazia sentir mais aliviado. O trabalho na empresa é desgastante. Requer muito esforço para lidar com esses humanos. No lugar de Montserrat deixei que Mayra assumisse. Muito eficiente e didática. Nunca me falha.
— Senhor — entrou no escritório —, um homem chamado Lorenzo Barone solicita uma reunião.
— Mande-o entrar! — ordenei.
— Sim, senhor.
Logo em seguida Barone veio.
— Amico mio, que bom te ver.
— Olá, Lorde Barone. Sente-se ali — indiquei o sofá.
Sentei na poltrona e o observei.
— Sem as formalidades, por favor. Sabe que estamos entre amigos.
— Não estranhe. É o costume. Então, diga-me, veio acertar negócios?
— Também — ele parecia meio receoso. — Na verdade, vim para saber de perto o que acontece com o rei. Soube que depois que teve o desentendimento com você, ficou mais rigoroso. Ele tem punido muitos originais.
— Dreux não gostou nada do meu desafio. Sequestrou minha companheira e meu pai apenas para comprovar que sou mais forte que ele. Isso o deixou em alerta em relação aos outros. Com medo de fazerem o mesmo que eu. O rei teme ser desafiado e tirado do trono.
— Sua companheira? Não me diga que... — fez cara de surpresa.
— Sim, Lorenzo.
— Oh, meus parabéns. Você merece depois de tudo o que passou com... Bom, você sabe quem.
— O que você não sabe é que ela é a reencarnação de Morgana, meu caro amigo. Obra do destino? Pode ser.
Tentou segurar o riso, mas não conseguiu.
— Desculpe, é que... Não entendo — riu mais. — Ela é Morgana? Como você faz para se livrar dessa mulher?
— Não. Montserrat não tem nada a ver com Morgana. Ela é — lembrei quando a vi a primeira vez — alegre, espontânea, altruísta. Apesar de ter um comportamento desvairado, sabe lidar com as coisas. É sábia, confidente. Me faz sentir — lembrei do seu sorriso — bem...
— Minha nossa. — Desviei a atenção à Lorenzo. — Você está muito apaixonado. Ela fez você mudar, amigo. Eu entendo. Quando conheci Melina senti a mesma coisa. Sei exatamente o que é isso.
Apaixonado... Punft... Isso não é de mim.
— De todas as formas, ficarei na Romênia por um bom tempo.
— Fique em minha casa. Será o primeiro a ser convidado ao meu baile de noivado.
— Tudo bem.
Ouvi batidas na porta. Meu pai entrou e sentou-se conosco.
— Com licença. Olá, Lorenzo.
— Lorde Malthus.
— Filho — parecia inquieto.
— Aconteceu alguma coisa, pai?
Alertei-me.
— Sim... Na verdade — balançou a cabeça. — Quando eu estacionei o carro, senti uma energia forte e fui conferir. Mas prefiro que você veja. É aqui na empresa.
Meu pai não ficaria nervoso por nada.
— Vamos lá.
Eu, Lorenzo e ele fomos ao estacionamento. No canto, mais afastado, senti a energia e vi uma pichação. Era de... sangue. Parecia várias linhas a olhos humanos, mas para mim pareceu runas de feiticeiras. Bruxas de magia sombria. Era como se fosse uma maldição. Quem fez isso e por que aqui?
— Que estranho. Língua de bruxa — disse Lorenzo. — Não creio que tenha sido o rei.
Não, o rei não. Nós vampiros não somos aliados às bruxas. Justamente por eu ter rompido pela morte de Morgana. Fiz um acordo com elas de que vampiros e bruxos nunca seriam aliados. Isso não faz sentido. Se foi um bruxo isso significa que quer guerra.
— Não vejo lógica — disse meu pai. — Os únicos inimigos que temos são os Reisinger e os Vasilescu. Nunca mais vimos um bruxo, quem faria isso?
— Vamos nos reunir em casa. Discutiremos mais à vontade.
— Tudo bem. Vou buscar Melina no hotel — disse Lorenzo.
— Aguardamos você.
Dispensei o motorista. Eu e meu pai iríamos para casa. Eu dirigia. As ruas de Bucareste estavam um pouco congestionadas. Isso ia demorar.
— Temos que resolver isso o quanto antes, filho. Seu noivado agora corre risco. Temos que fazer sem chamar muita atenção.
Maldição. Mais dor de cabeça.
Andei mais um pouco e parei no sinal. Suspirei, buscando paciência e sabedoria. Olhei para o lado, tendo uma sensação de estar sendo vigiado. Franzi o cenho quando vi uma anciã de bengala me encarando através do vidro fumê. Parecia olhar no profundo dos meus olhos. E logo percebi: ela era uma bruxa. E tive mais convicção quando disse: "Hostis in conspectu", e deu um sorriso sádico.
— Filho, dirija. Os carros estão buzinando.
Desviei minha atenção por segundos e quando voltei a olhá-la, ela já não estava mais lá.
O que significa tudo isso? Existe outros inimigos além do rei?

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Império - Trono de Sangue
Vampiros"Nunca imaginei que minha vida fosse mudar tanto. Da água para o vinho. Pois, foi quando ELE apareceu... Aquele vampiro que me fez temer e pensar que eu não viveria mais. Sua aura hipnótica fazia-me vê-lo como o pior monstro. Suas ações e maldades e...