28 ▪︎ A cerimônia

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Montserrat

Estava nervosa. Melina e Sonja me ajudavam a me arrumar. Coloquei o pesado vestido junto do colar de rubis que ganhei. Melina fez uma leve maquiagem. Quando estava pronta, me olhei no espelho e me emocionei.

— Está linda, nora. Meu filho é um homem de sorte.

— Obrigada. Estou tão nervosa, Sonja. Espero que eu não estrague tudo com esse nervosismo.

— Confie em si mesma — disse Melina. — Também fiquei nervosa na minha vez, mas saiu tudo bem. Mantenha a calma.

Estávamos na mansão terminando de nos arrumar. Todos já estavam no local da festa. Sonja não me deixou falar com Vladimir antes. Só o veria no baile agora.

— Estou pronta. Podemos ir.

Fomos para a entrada onde a limusine nos aguardava. O motorista abriu a porta. Esse vestido era pesado e muito rodado. O caminho todo rezei para que desse tudo certo. Eu estava certa de minha decisão. Espero que Vladimir também. Quando chegamos em frente ao local, que era no topo de um penhasco, o motorista abriu a porta e saímos. Uma escadaria de pedra dava para o local acima.

— Vai dar tudo certo. Pode ir — disse Sonja.

Acenei e soltei o ar pela boca. Caminhei devagar, subindo as escadas e adentrando o local. Um corredor com tapete vermelho. Cheguei na porta dupla de carvalho e logo elas se abriram. Malthus caminhou em minha direção e segurou minha mão. Como se fosse um pai levando a filha para o altar. Olhei ao redor, muitos vampiros. Alguns com olhares hostis, outros curiosos. Mas me hipnotizei por ele. Estava sentado no trono, no altar, com um belo terno preto e uma capa de gola alta. Seus lindos olhos minuciosamente me admirando. Com seu olhar felino. Sorri tímida.

Malthus me deixou no altar, Vladimir levantou e pegou minha mão.

— Você está linda — sussurrou.

— Obrigada. Você também não está nada mal — sorri.

Nos viramos para o público. Malthus ficou ao nosso lado e começou a falar:

— Caros lordes e damas, hoje é um dia especial. Um dia na qual um de nós encontrou o que muitos almejam; sua companheira. Vladimir Bathory, meu único e herdeiro filho, recebeu a bênção da Mãe Natureza e aceitou sua predestinada. Nesta noite, ela será marcada e ele a assumirá para si. Sendo assim sua eterna e única parceira. Todos saberão que eles se pertencem. — Virou-se para nós. — Vladimir, chegou o momento de provar de seu sangue.

Nesse momento congelei. Ele me morderia. Eu estava apavorada. Vladimir me fez ficar de costas para ele. Segurou em minha cintura e se aproximou. Senti seu corpo próximo ao meu e seu gélido ar sair de sua boca. Arrepiei quando arranhou as presas. Apertei meu vestido quando finalmente cravou. Mas rapidamente a dor da perfuração foi substituída por um prazer incontrolável. Uma queimação no meu baixo ventre. Senti meu sangue escorrer um pouco. Era prazeroso, arrepiante, forte. E logo senti suas emoções me invadirem mais intensas. Como se o bloqueio que havia tivesse sumido. Ele sentia exatamente o mesmo que eu. Quando se separou, ouvi aplausos. Aos poucos ia voltando à realidade e dessa vez a tontura me pegava. Me apoiei nele e olhei em seus olhos.

— Está feito. Você é minha.

Ele se inclinou e me beijou. Ardente, feroz, selvagem. Senti o gosto do meu sangue. Parou o beijo e me abraçou. Deixei seu cheiro me inebriar.

— Agora vocês são oficialmente noivos — disse Malthus e todos aplaudiram mais.

Agora eu olhava envergonhada. Espero não ter feito uma cara engraçada. Me virei para Vladimir. Retirou do bolso uma caixinha de veludo. Abriu e retirou um anel muito lindo e brilhante.

Império - Trono de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora