Montserrat
Estávamos a caminho do castelo. Não quero que dê alguma coisa de errado e acabe em uma guerra. Espero que Vladimir se controle.
— Você pensa como se eu fosse um descontrolado.
Ele me olhou de soslaio. Ah, claro. Telepatia.
— Anda lendo a minha mente, Dom Vladimir?
— Você que não sabe impedi-los de vir até mim. Que culpa tenho?
Sorri, negando. Se passou quatro dias desde nosso noivado. Agora temos que lidar com essas ameaças. Resolver de vez esse problema com o rei. E espero que consigamos chegar no dia do nosso casamento em paz pelo menos.
Chegamos no castelo. Descemos dos carros. Castellanos no deles, assim como os Barone. Nos reunimos em uma roda antes de entrar.
— Primeiramente, agradeço por terem vindo — disse Malthus. — Mas se o rei tentar algo contra nós, não hesitem em apoiá-lo. Não queremos que se machuquem por nossa causa. Enrico, não coloque seus filhos e esposa em risco. Você também, Lorenzo.
— Não se preocupe, Malthus — diz Enrico. — Pelos velhos tempos vamos estar unidos e nos apoiar.
— Sim — afirmou Olivia. — Não se preocupe por nós ou nossos filhos. Se estamos de contra o rei é porque não concordamos com ele.
— Vladimir é um amigo de longa data. Lembro que me salvou uma vez em uma guerra. Devo retribuir o favor — disse Lorenzo.
— Não se preocupem. Tudo sairá bem — disse Melina.
— Agradeço por sua solidariedade. Então, vamos — disse Sonja.
Eles andaram na frente. Vladimir me impediu e me fez olhá-lo.
— Independente de tudo, vou fazer que tudo fique bem. Não se preocupe — beijou o topo da minha cabeça. Eu o abracei.
— Eu sei. Confio em você. Somos os Bathory, ninguém pode nos questionar.
Olhei em seus olhos, ainda abraçada. Ele deu um beijo em minha testa e depois em meus lábios.
— Então vamos enfrentar esse maldito rei!
Me puxou pela mão e adentramos o castelo. Vladimir abriu a porta dupla e entrou confiante. Com sua capa arrastando no chão, imponente, exalando seriedade. Eu era a única humana e todos os olhares se voltaram a mim. Fiquei rodeada pelos nossos aliados. Vladimir encarava o rei, este por sua vez, estava sentado no trono o encarando com fúria.
Será que pensam em guerrear?
Vladimir
Ele me encarava nos olhos. Sua aura de contra a minha. Estávamos nos enfrentando em uma guerra silenciosa.
— Lorde Vladimir Bathory. Que bom que aceitou meu convite e veio — falou cínico. — Devemos de uma vez resolver nossas... pendências.
Tento ler sua mente. A dele e de Cassandra estavam bloqueadas. Mas a magia parecia ser um feitiço.
— Claro, majestade — falei, desafiador. — Não é como se você tivesse razão em me acusar de algo, já que seu problema comigo é pessoal. Prove-me de minhas negligências para com o reino ou a coroa. Jamais encontrará uma falha minha. — Olhei para os Reisinger. — E se eu matei um de nós, eu tive meus motivos e isso não é algo a se questionar.
Eu exalava seriedade e deixei minha aura liberta para entenderem o quão sério era. Olho ao redor. Todos me encaravam como se fossem me atacar. Os Reisinger transmitiam ódio.
Olhei o rei e vi que estava nervoso. Não sei o que pensou, mas convocou a Aliança das Raças. Os reis Tristan, Kieran e Mordred estavam ao seu lado no trono. Reis das raças de lobisomens, híbridos e elfos, respectivamente.
— Vampiro, espero que não cometa uma loucura — disse Mordred a mim. Olhava como se quisesse me dizer algo. — Seja sábio!
— Rei Dreux, acho um exagero essa convocação. Ele é seu vampiro mais forte — disse Tristan, o rei dos lobisomens, em relação a mim. Dreux se injuriou.
— Ele cometeu traição, Tristan, por mais que negue. Além de outros crimes mais. Não devo deixar um rebelde a solta para se voltar contra mim e aos outros da minha espécie. — Ele levanta. — Condeno Vladimir Bathory à estaca. Ele deve morrer. E aos seus aliados, prisão perpétua. Ele não deve ter seguidores.
Um ódio me subiu. Ele realmente estava declarando a guerra. Liberei minha aura para mostrar que eu estava disposto a lutar. Todos no recinto ficaram tensos. Se assim ele desejava, assim o teria.
— Majestade. — Estagnei e me pus mais alerta quando ELA falou. — Resolvamos isso de forma pacífica.
Montserrat saiu de trás de mim e se pôs em minha frente. Estava firme e encarava o rei sem vacilar.
— Humana, não se envolva em um assunto na qual não lhe corresponde. Saiba que se houver uma batalha será a primeira a se ferir. Então sugiro que fique quieta. Vladimir já cometeu muitos erros por sua causa.
— Por isso estou falando e tenho direito de fala nesse lugar. Não vou deixar que ele batalhe contra você. Tudo o que fez foi para me proteger. Sei que sabe que somos companheiros. E sabe da magnitude desta magia. Se algo acontecer aqui e agora, eu serei a primeira a morrer, como você disse. Mas já parou para pensar nas consequências? — Se for o que estou pensando, o rei teve razão em reagir de forma tensa. — Sim. Se eu morrer sabe que Vladimir vai ficar descontrolado com o rompimento da ligação, e sabe-se lá Deus do que o homem é capaz. — Ela se aproximou mais. — Então, majestade, eu tenho uma contraproposta para você. Ao invés de matar a Vladimir e nos prender, sugiro cortar todos os laços e de vez deixar os Bathory de fora do seu reino. Não tem porquê eles se envolverem em assuntos da corte já que você mesmo os afastou. Uma decisão mais lógica seria uma trégua entre os soberanos e os Bathory, para que nenhum vampiro se machuque. Assim todos ficamos preservados. O que me diz?
Ele estava encurralado. Cochichos eram ouvidos por todo o salão.
— Concordo com Lady Bathory. É uma decisão mais sábia — disse Mordred.
— Também concordo e entendo seu ponto de vista. — falou o rei dos híbridos, Kieran. — Ela é uma humana que vive entre os vampiros. Sua intensão maior é fazer que ambos os lados fiquem bem.
Com os reis aprovando a ideia, Dreux não teria para onde fugir, já que seria ele contra todos.
Com ódio em seu rosto ele diz:
— Certo. Você venceu. A partir de hoje o clã Vasilescu e o clã Bathory cortam todos os laços. Não vamos nos envolver em seus assuntos, nem você nos nossos. Cada um vai para seu lado. Também não farão mais parte do Conselho, não tomarão decisões importantes para nossa raça. Considerem-se excomungados. Com exceção dos Castellanos e os Barone.
— Estou de acordo — falei. — Se caso você ou nós rompamos esse acordo, terá severas consequências.
— Retirem-se. — Tornou a sentar.
Saímos daquele lugar e voltamos para os carros.
Eu estava surpreso por Montserrat. Se mostrou tão forte e corajosa, além de muito inteligente. Um sorriso de orgulho surgiu pela exímia mulher que tenho ao meu lado.
Antes de entrarmos, nos reunimos.
— Ele não implicou com vocês. Ainda fazem parte do reino — falei para as famílias.
— Sim. Por isso devemos voltar — disse Enrico. — Mas vocês vão. Ficaremos aqui e veremos o que ele vai decidir.
— Sim. Obrigado por terem ficado ao nosso lado — meu pai agradeceu.
— Disponha. Agora vão — disse Lorenzo.
Entramos no carro. O problema com o rei está temporariamente resolvido. É claro que ele não vai deixar ficar assim. Devo me preparar para a hora em que resolver atacar.
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Império - Trono de Sangue
Vampire"Nunca imaginei que minha vida fosse mudar tanto. Da água para o vinho. Pois, foi quando ELE apareceu... Aquele vampiro que me fez temer e pensar que eu não viveria mais. Sua aura hipnótica fazia-me vê-lo como o pior monstro. Suas ações e maldades e...