Vladimir
Cuidei dos ferimentos de minha mãe, lhe dando meu sangue e limpando as feridas. O dia havia amanhecido. Eu teria que ser cauteloso ao ir ao castelo do rei. O que Dreux pretende? Sei que ele me odeia e se pudesse me mataria. Talvez, o que houve com Laura seja só um álibi para jogar contra mim e me deixar preso.
— Filho — minha mãe me chama.
— Sim, mãe.
— O que te perturba? Diga-me, eu sei que posso te ajudar.
— Nada me perturba, mãe. Estou bem.
— Ah, por favor, Vlad. Eu que te dei a luz. Conheço você como a mim mesma. Sei que tem algo que não abandona seus pensamentos. Eu sou a sua mãe, filho. Pode contar comigo.
Suspirei. Sim, minha mãe me conhecia muito bem. Eu não discordava. Talvez ela realmente pudesse me ajudar.
— Eu... encontrei minha... companheira — revelo. Não queria contar nessas circunstâncias.
— Oh, isso é maravilhoso — expressou empolgação. — E quem é? É de boa família? É nobre? É tão antiga quanto você?...
— Mãe — olhei em seus olhos, sério —, tire todas as suas expectativas! Sei que posso decepcionar ao não dar a nora que a senhora sempre quis. Mas aconteceu e eu não pude evitar.
Entendeu minha aflição. Me olhou com compaixão e segurou minha mão.
— Vlad, contanto que seja uma boa moça e que te faça feliz, está ótimo para mim. Não fique desesperado. Sei que uma ligação pode ser algo incontrolável, mas com o tempo vai aprender a lidar com ela. E vai entendê-la bem, quando se apaixonar de verdade por sua escolhida. Sei que a natureza escolheu a melhor opção para você. Tenho certeza que é o seu par perfeito. Fique tranquilo, meu filho — soltou minha mão e olhou para frente pensativa. — Tenho que começar os preparativos para o casamento. Como eu faço?
Levantei e peguei a vasilha com a água suja.
— Meu pai está desaparecido e é com isso com que se preocupa? — perguntei, divertido. Ela era sempre alegre e despreocupada.
— Ele está bem, ainda sinto a ligação. Ah, filho, traga mais sangue para mim.
Retirei-me do quarto, negando. Ela era acostumada em um ambiente muito alegre. Era uma diplomata. Apesar de sua irmã, Elizabeth, ser o completo oposto.
Vou até a cozinha e despejo a água suja de sangue na pia. Encho uma taça de sangue do bebedouro. Para termos sangue quando quisermos e de fácil acesso, criei um sistema de encanação, que canalize fluidamente o líquido e se mantenha conservado em temperatura ideal. Armazenamos grande quantidade de sangue em um galão. É uma maneira fácil de tomarmos direto do filtro. Humanos têm filtro de água, nós temos filtro de sangue.
Antes de subir, lembrei de Montserrat. Por via das dúvidas, retirei meu celular do bolso e liguei para seu telefone. Demorou para atender, porém, não era sua voz. Era uma voz madura e feminina.
— Quem fala? Onde está Montserrat? — franzi o cenho. A mulher do outro lado parecia ofegante.
— A levaram. Acho que foram uns bandidos... Não sei... Não lembro de muita coisa — começou a chorar. — Por favor, tente encontrá-la. Eu vi sangue perto da porta de entrada. Acho que eles fizeram alguma coisa com ela.
O sangue frio em minhas veias, ferveu. Senti uma ira indomável querer sair. O rei não sabe com quem se meteu.
— Não saia daí. Estou a caminho.

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Império - Trono de Sangue
Vampire"Nunca imaginei que minha vida fosse mudar tanto. Da água para o vinho. Pois, foi quando ELE apareceu... Aquele vampiro que me fez temer e pensar que eu não viveria mais. Sua aura hipnótica fazia-me vê-lo como o pior monstro. Suas ações e maldades e...