38 ▪︎ Vladimir & Montserrat

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Montserrat

Acordo sorrindo. Ontem à noite... Ah, foi maravilhoso. Retiro o lençol de mim e vejo minha área íntima, estava muito vermelha. Olho os lençóis brancos e vejo meu sangue. Do hímen e do meu pescoço. Observo ao redor, mas não o vejo. Levanto, nua mesmo, e vou ao banheiro. Ele estava na banheira, olhando a paisagem pela parede de vidro, fumando um cigarro. Seus cabelos molhados caíam em suas costas.

— Bom dia — ele disse, sem me olhar.

— Bom dia.

Fui para mais perto.

— Posso entrar aí com você?

Ele não se virou ou respondeu. Ô-ou. O que foi agora?

— Vlad?

O chamei, receosa. Ele balançou a cabeça e virou mais o rosto, me impedindo de olhá-lo. Toquei em seu ombro e senti tensionar.

— Aconteceu alguma coisa? Eu fiz alguma coisa? — Nada. — Vlad?! — exaltei.

Ele suspirou.

— É melhor não repetirmos a noite de ontem — falou, calmo, baixo e melancólico.

Fiquei sem entender. Sem graça. Tentei cobrir minha nudez com os braços.

— Por quê? — meus olhos já marejavam e eu nem sabia o motivo.

— Eu te machuquei. — Soltou um riso resignado. — Por que me deixei levar pelas minhas emoções? Por que não fui racional?

— Vlad, não. Eu não estou machucada, pelo contrário — sentei na borda da banheira —, estou feliz. — Enfim me olhou. — E não sabe o quanto. Se eu me machucasse, ficaria traumatizada, mas não. Tudo o que me deu foi prazer. — Toquei em seu rosto. — E quero fazer de novo e de novo e de novo. Todos os dias.

Ele chegou mais perto, eu estava mais alta, então me inclinei para beijá-lo. Mas me surpreendi com o puxão que me deu para dentro da banheira. Gargalhei alegre.

— Ai, Vlad. Você é tão imprevisível.

Sentei de frente para ele.

— Prometo ser mais carinhoso. Não quero correr riscos. Seu corpo humano é tão frágil que literalmente eu poderia fazer seu útero ir para a sua goela.

Arregalei os olhos. Agora entendi sua preocupação.

— Não me assusta — falei nervosa.

Ele sorriu, já menos culpado. Me abraçou e ficamos aqui, desfrutando da companhia um do outro. Confesso que sim, estou muito dolorida, mas valeu a pena. E sei que com o tempo vou me acostumar com sua presença dentro de mim.

           Uma semana depois

— Ai, Vlad — solto uma gargalhada. — Ai — rio de novo. — Calma, calma, calma — eu não me controlava.

Estávamos na cama, ele por cima e entre as minhas pernas, tentando miseravelmente se encaixar em mim.

— Se você ficar quieta, vai dar.

Eu não parava de rir.

— Acho que não é o tempo do estrogênio — falei, divertida.

Ele caiu ao meu lado, frustrado. Eu não parava de rir.

— Desculpe, desculpe. É que eu...

Ele se virou e me abraçou.

— Já que não conseguimos transar, podemos sair? — perguntou.

— É... — eu me acalmava mais. — Melhor.

Levantei num impulso. Fomos ao banheiro e tomamos banho juntos. Lavei seus cabelos e ele o meu. Passei o sabonete em seu corpo, o que tanto gosto de fazer.

Império - Trono de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora