Montserrat
Em lágrimas, caminhei lentamente até ele. Olhei ao redor o estrago que tinha feito pelo simples fato de um coração rompido. Era disso que ele falava. Quando discutimos na lua de mel nem passou pela minha cabeça que seria um sentimento avassalador assim. Agora entendi que a dor apenas sumiria se ele morresse, senão, não haveria sobreviventes nesse mundo, ele destruiria tudo, e apenas a morte poderia impedi-lo.
Cheguei perto o suficiente para ficar a altura de seu peitoral. Ele me olhou como se visse algo celestial. Ainda não acreditava que eu estava aqui. Seus sentimentos agora eram confusos. Era impressionante como eu sentia cada traço da ligação, tanto seus pensamentos invadindo os meus, quanto seus sentimentos eram transmitidos. E seu cheiro... Era enlouquecedor.
— Chega, Vlad. O pior já passou. Eu estou aqui, meu amor. Sempre estarei aqui por você.
Ele levemente acariciou meu rosto. Suas lágrimas expeliam a dor, o desespero em seu ser, tudo o que eu queria era acalmá-lo e demonstrar que o cuidaria. Mesmo Vladimir sendo confiante e dominante do jeito que é, às vezes seu lado temeroso aparece e ele necessita de alguém para ajudá-lo a seguir em frente e dizer que estava tudo bem. Ele precisa de mim tanto quanto eu necessito dele. Era uma troca mútua do nosso amor. Da nossa paixão.
Em um ato inesperado, envolve seus braços em minha cintura e dá um salto. E quando vejo, já estamos na floresta que cerca o castelo. Repentinamente se ajoelha e se agarra em minha cintura, chorando descompassadamente.
— Me perdoa, me perdoa, me perdoa. Nunca quis te machucar, nunca quis te pôr em risco — seus olhos, agora de cada cor, suplicavam. — Foi tudo minha culpa. — Ele afundou a cabeça em minha barriga. Também não evitei as lágrimas. — Jamais deveria ter te exposto assim, eu devia ter posto um fim no meu passado, eu devia saber que Morgana não tinha morrido.
Ele estava tremendo. Isso me causou uma aflição enorme. Me dilacerei ao vê-lo assim.
— Vlad, Vlad. Meu amor. Me escuta. — O fiz me olhar. — Esqueça. É passado. E nada foi sua culpa. Tudo aconteceu como devia ser, você não pode controlar tudo. Eu já disse, amor, é apenas um homem. — Acariciei seu rosto, sentindo sua barba. — Está tudo bem agora. — Suspirei. — Embora esteja tudo louco. Descobri que eu sou RAINHA. E você, bonitinho, sabia, né?
Cruzei os braços, o olhando séria. Ele deu um leve sorriso, já mais aliviado. Apertou mais minha cintura e colou o rosto em minha barriga.
— Ele está vivo — falou e eu não entendi. — Ele está bem, está forte. — Levantou e pôs as mãos em meu rosto. — Eu amo você, minha dama de ouro. Não sabe o quanto. Foi a melhor coisa que me aconteceu. E aprova desse amor é o nosso filho que vive e cresce em seu ventre. — Paralisei. Ele me beijou, mas fiquei sem reação.
— O... O quê?! Vlad?!
— Sim, amor, você carrega o nosso primogênito.
Fiquei nervosa. Como assim?!
— Aqui.
Ele segurou minhas mãos e fez com que eu tampasse meus ouvidos. Eu ouvia! Eu ouvia! Seu coração batendo rápido e forte. Do meu filho! Não contive e chorei mais, dessa vez de pura alegria e emoção. Eu estava grávida!
— Vlad... Vlad... — eu mal conseguia falar de tanto choro.
Ele me pega e me envolve em um abraço acalentador e acolhedor. Aquele que foi escolhido para mim finalmente vai poder desfrutar o lado bom da vida.
— Chega — ele fecha os olhos e franze o cenho, parecia tentar voltar a sua postura — ...disso tudo. Você precisa de repouso — falou sério e firme. Ele estava de volta.
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Império - Trono de Sangue
Vampiros"Nunca imaginei que minha vida fosse mudar tanto. Da água para o vinho. Pois, foi quando ELE apareceu... Aquele vampiro que me fez temer e pensar que eu não viveria mais. Sua aura hipnótica fazia-me vê-lo como o pior monstro. Suas ações e maldades e...