Império - Trono de Sangue

Epílogo

        Vinte anos depois

Vladimir

Andar por esses corredores e lembrar de duas décadas atrás parecia nostálgico para mim. O castelo de Drácula. Agora era meu. Manter a paz por vinte anos exigiu um lado meu que odeia sair. Diplomacia era horrível de ser praticada. Meu lado cruel gritava mais alto. Por outro lado, alguém que me ama o suficiente para suportar tudo junto a mim, se dedicava nessa parte. Tenho sorte em tê-la.

— Filho, refletindo?

A voz de meu pai me faz parar. Olho para trás.

— Entendendo como ainda não se rebelaram.

— Os originais aceitaram você. Entendem que é o mais forte e principalmente... inteligente. Ninguém faria melhor que você.

— Estou indo para a reunião das raças. Quer se juntar a mim?

Ele deu um sorriso e se aproximou.

— Sonja insiste que devemos conversar com Eveline. Entender o que nossa neta pensa.

— Ela está se rebelando. Odeia ser princesa. Não entende o propósito dos pais.

— Ela deve achar muito chato. Montserrat se ocupa demais com os sete reinos. Você com os vampiros. O que os gêmeos pensam disso?

— Eles não se importam. Estão o que os humanos dizem ser a adolescência. Eles têm apenas 15 anos, pai. Viktor e Freya só pensam nos amigos e festas.

— Viktor é idêntico a você. Seu único filho homem. O garoto é tão perverso.

E eu não havia ensinado nada daquilo. Era inato. Hereditário. Viktor é mau de natureza. Freya não ficava atrás. Porém não chegava no nível do gêmeo.

— Vou lá. Encontre Eveline. Deve estar com Montserrat.

Me encaminhei até a sala de reuniões. Onde os líderes da Aliança das Raças estavam. O dever me chamava.

Montserrat

— Eveline, isso que me pede é impossível! Como vou convencer seu pai? Ele nunca te deixará sair do castelo para viver essa aventura maluca — disse ao desespero à minha filha.

— Mãe. Eu só quero ter uma fazenda. Qual o problema de estudar agronomia? A faculdade de direito tá me enchendo o saco!

Olhava embasbacada a garota tão idêntica a mim. Era a minha cópia. Olhos castanhos claros, cabelos lisos, longos, amarronzados. Porém, voluntariosa.

— Eveline...

Eu nem sabia mais o que dizer.

— Problemas, mãe?

Me virei no sobressalto com o susto que meu filho deu. Tão sorrateiro. Viktor era tão assustador quanto Vladimir. Via tantos traços do meu marido nele. Cabelos lisos, pretos, médios, em um corte charmoso. Olhos azuis, como os de seu avô. E uma aura de espantar até o cruel.

— Filho...

— Eveline, nossos avós estão te chamando. Não os faça esperar.

Ele não esboçava qualquer reação. Mantinha um semblante duro.

Eveline saiu. Então Freya entrou, passando por ela.

— Mãe, que bicho picou essa garota? Ela anda insuportável.

Freya era idêntica a Viktor. Um casal de gêmeos tenebroso. E fui eu quem pariu.

— Meus amores.

Dei um abraço apertado nos dois. Freya reclamou.