Império - Trono de Sangue

41 ▪︎ Problemas a resolver

Vladimir

Entro no quarto e vou até Lorenzo. Faço com que beba da poção. O efeito é imediato. As veias saltadas e roxas somem, junto com a dor. Agora ele dormia profundamente. Sentei-me na poltrona e observei. Melina estava sentada ao seu lado e parecia bem cansada.

— Obrigada, Lorde Vladimir. Espero que ele fique bem.

— E irá — assegurei.

— Eu fiquei tão desesperada. Vê-lo assim é tão incomum. Lorenzo é forte, sabe se defender. Mas, aquelas bruxas, pareciam não ter medo. — Me olhou. — Sabiam do que faziam, sabiam que estaríamos ali. Parece que foi tudo planejado.

— Não me surpreende. Desde muito tempo elas vêm mandando recados. Agora se revelaram para finalmente colocar seus planos em prática.

Ela olhou para Lorenzo deitado ao seu lado e deu um sorriso.

— Apesar de tudo, milorde, creio que estamos seguros. Confio em você.

Sim. Todos confiavam em mim. E era mais um motivo para não falhar.

Lorenzo se remexe e lentamente abre os olhos.

— Melina... Ah...

— Estou aqui, amor.

Ela o ajuda a sentar. Ainda tonto, olha ao seu redor.

— Vladimir... Sabia que viria.

— Claro. Jamais deixaria você na mão, Lorenzo.

— Foi você quem me curou?

Balancei a cabeça.

— Obrigado. É uma pena eu ter interrompido sua lua de mel. Mas creio que ela tenha te feito muito bem. Olha só você — eu o olhava estoico. — Por dentro tenho certeza que está 0,0001% alegre.

— É claro que estou — eu disse sem esboçar quaisquer reação.

— Querido, não implique com ele. — Melina disse. Já parecia bem tranquila. — Desculpe-o, lorde. Certamente Lorenzo acordou com um humor descomunal.

— Sim. — Levantei. — Então os deixarei a sós. Com licença.

Saí do quarto e encontrei meu pai no corredor.

— Filho.

— Oi, pai.

— Vamos falar sobre o que aconteceu.

O segui até o escritório. Estavam todos reunidos lá, menos Montserrat e minha mãe. Deveriam estar conversando.

Sentei-me na poltrona. Eu os escutava com atenção.

— Tudo aconteceu muito rápido para nós, mas certamente elas já haviam planejado por muito tempo — disse Enrico.

— Foi tudo muito bem articulado. A emboscada na floresta pareceu ensaiada — falou Olivia. — A questão é: Como sabiam que estaríamos ali?

— Talvez alguém esteja nos vigiando — sugeriu Linda. — Lorde Vladimir saiu em lua de mel e isso foi um bom pretexto para nos vigiar mais de perto.

— E se o rei estiver envolvido? — questionou Benjamin. — E se ele sabe?

— Não vamos palpitar e deduzir nada, pois não sabemos. Não vamos acusar ninguém. Poderiam ser os Reisinger, os soberanos, sabe-se lá quem. O que devemos fazer agora é resolver essa questão — sugestionou meu pai. — Primeiro, devemos deixar Montserrat em um lugar seguro. Precisamos evitar que o rei saiba. E precisamos ir atrás das bruxas e buscar respostas. Não devemos ficar aqui, pode surgir outro ataque.