22 ▪︎ Juntos

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Montserrat

Me espreguicei. Acordei tão bem quanto dormi. Levantei ainda sonolenta. Eram sete horas da manhã. Desci para a cozinha e antes de entrar nela, parei e encostei na parede vendo a cena mais romântica do mundo.

Vladimir mexia nas minhas panelas, preparando o café da manhã, apenas com sua camisa social branca com os primeiros botões abertos e um coque mal feito nos cabelos. Era tão lindo. Seria um sonho acordar e vê-lo todo dia assim.

— Vai me admirar até envelhecer?

— Estou sonhando? Não quero que me acordem. Sua beleza eu admiraria até a eternidade, seu vampiro convencido.

Fui até ele e o abracei pelas costas. Tão rígido.

— Bom dia, noivo mais lindo do mundo — dei um beijo em suas costas.

— Bom dia.

Virou-se e me segurou pela cintura, para me fazer sentar na bancada. Deu-me um beijo e ficou me olhando.

— Não sabia que sabia cozinhar. Quer ajuda?

Voltou para a boca do fogão.

— Não. Eu não cozinhei. Fui à padaria e comprei tudo. Pão, bolo, frutas. Sei que come muito, então trouxe tudo o que gosta. Estou apenas fazendo o café.

— Oh, meu Deus. Que homem é esse?

— Não exagere. Faço isso porque gosto. Gosto de fazer tudo do bom e do melhor para provar o quanto sou perfeito, apenas isso.

— Mas que convencido! Argh, todo perfeito tem seu defeito, não? — olhei divertida.

Ele pegou a cafeteira.

— Venha para a mesa.

Quando foi passando, pulei em suas costas e deixei que me levasse até a mesa.

— Parece uma criança.

— E não me esqueci que prometeu me levar à Disney.

Ele balançou a cabeça.

É um contraste bem grande mesmo. Ele todo grandão, calmo e sério. E eu toda pequena, brincalhona e agitada. Mas dizem que os opostos se atraem.

— Arrume-se. Hoje iremos na minha casa. Minha mãe quer ajustar os detalhes do baile com você.

— Ah, sim. Me sinto culpada por deixá-la fazer tudo. Tenho que contribuir também.

— Não se impressione. Minha mãe gosta dessas coisas. Sempre era anfitriã das nossas festas no século XIX. Sempre acaba saindo do jeito dela.

— E você? Vai nos ajudar?

Ele ergueu uma sobrancelha.

— Acha mesmo que vou me preocupar com bailes? Tenho muito o que fazer na empresa.

Saí de minha cadeira e sentei no seu colo.

— Ai, Vlad. Seja mais flexível. Veja como uma forma de... — eu procurava as palavras — estarmos mais tempo juntos.

— Montserrat, nem sempre estaremos juntos. — Deu-me um beijo. — Termine o dejejum.

Levantei e voltei a tomar meu café.

De certo isso tudo é questão de costume. Mas já aceito tudo do contrato.

Tomei um banho e me arrumei. Quando desci, Vladimir via um desenho de princesa. Ele parecia concentrado.

— Parece nós dois — disse, ainda de olho na TV. — Ele é uma fera e ela uma princesa.

— Querido, isso é só um conto. Ele se torna um príncipe encantado no final e eles vivem felizes para sempre.

Império - Trono de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora