44 ▪︎ Caça às bruxas

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Vladimir

A horda veio até nós com fúria. Igualmente, avancei neles. Sem piedade, misericórdia ou pena. Arranquei várias cabeças, mordi pescoços, atravessei a mão em seus tórax. O sangue em meus olhos me dizia a proporção da minha ira e o quão incontrolável eu estava. Saber que Montserrat corre perigo nas mãos dessas bruxas e o fato de eu não sentir nada através da ligação, me deixava nervoso e frustrado. Tenho que saber que está bem. Tenho que salvá-la.

— Eles são muitos e estão determinados — disse Mordred, lutando ao meu lado.

— Isso não é nada. Com prazer extermino todos eles — ralhei.

Arranquei o coração de um bruxo e logo parti com minhas garras para cima de outro. Destrocei, rasguei, esmaguei todos os que surgiam em meu caminho. A cada passo, ia mais para o interior da ilha. Sentia imponentes presenças vindas de uma caverna logo a frente.

— Devem estar lá. Sinto a energia. Pior... — pontuou Merlin. — Sinto uma energia maligna. Uma magia que é proibida.

Os elfos faziam a segurança de Merlin. O mago apenas lançava feitiços de seu cajado.

— Temos que eliminar todos primeiro — afirmou Mordred. — Quanto menos sobrar, melhor.

Concordei. Ninguém sairia vivo. Escolheram a esposa errada para sequestrar. Ninguém mexe com minha escolhida e sai impune.

Continuei aquela matança até não sobrar nenhum bruxo naquela região. O céu fechado, a fina garoa, a terra molhada e o ar pesado deixavam o clima obscuro. Uma sensação de melancolia e desespero. Mas me mantive inabalável e blindado da energia que o lugar emanava.

— Eles estavam sedentos, descontrolados — Merlin analisa um bruxo caído ao solo. — Estavam enfeitiçado pela magia das Fossas Malignas.

— Que ironia. Um bruxo enfeitiçado — enfatizei.

— Desse lugar tudo é possível — disse Mordred. — Fiquem atentos. Também podemos ser influenciados.

— Vamos continuar — Merlin andou à frente.

Quando me pus a caminhar, parei e me concentrei na egrégora que meu pai tentava fazer. Parecia que estava sendo impedido.

"Pai?"

"Filho, foi uma armadilha! Fomos capturados e aprisionados pelo rei."

O quê?! Maldito seja!

"Pai, onde estão? No castelo? Tem bruxas aí?"

"Tudo o que posso dizer..." Parecia que estava sendo parado. "Filho, não tenho muito tempo. Uma bruxa chamada Margareth é a responsável por tudo. Quando chegamos aqui, o rei estava junto dela nos aguardando. Não sei dos seus planos, mas o que tudo indica é que o rei sempre soube dos objetivos da bruxa e sempre esteve ao seu lado a ajudando. Filho, espero..."

Abruptamente seu pensamento foi cortado do meu. Maldição. Não é de se espantar que o rei esteja envolvido em tudo isso. Agora é mais um motivo para matá-lo.

— Vampiro, o que houve? — Mordred se virou.

— O rei... — balancei a cabeça, pensando em uma solução rápida. — Ele está com a minha família.

— Como? — Mordred expressa confusão.

— Meu pai conectou seu pensamento ao meu e me explicou. Disse que o rei sempre esteve ao lado de uma bruxa chamada Margareth. Dreux sempre a apoiou e seus ataques contra mim...

— Foram influência dela — completou Merlin. Ele franzia o cenho parecendo lembrar de algo. — Margareth Magna, uma poderosa bruxa surgida das Fossas Malignas. Foi expulsa do Mundo Mágico pela Mãe Natureza após praticar magia saída de outro mundo, o Submundo. Mas quais são seus ideais? Por que está fazendo tudo isso?

Império - Trono de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora