40 ▪︎ Alerta de perigo

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Vladimir

Via ela dormir tranquilamente. Tampouco pude me acostar. Dou voltas e voltas no assunto. Era delicado. Entendia seu lado. Teria que decidir abrir mão de sua humanidade para virar uma de minha espécie. Sua cabeça repudiava isso. Eu daria seu devido tempo.

Percebi que já estava em minha terceira garrafa de uísque. E mal sentia o efeito do álcool. Essa porcaria humana nem para isso servia.

Levanto e vou ao banheiro. Lavo o rosto na pia, tirando o mal-estar. Que dia péssimo! Também não troquei de roupa desde que cheguei. Retiro-as e entro no box. A água fria me faz despertar. Agrada minha pele gélida. Deixo que escorra pela minha cabeça, apoio as mãos no box de vidro e fecho os olhos. Apenas tento reprimir todos esses pensamentos e ser mais calculista. Não posso me deixar levar por sentimentalismo. Aliás, sou como Montserrat falou; um ser insensível que gosta de desgraçar a vida alheia.

Termino e saio, enrolando uma toalha na cintura. Olho meu reflexo no espelho e pergunto: Quando isso irá terminar? Quando finalmente teremos paz?

A forte lembrança de Merlin me falando que Montserrat é a rainha dos seres Elementares no Mundo Mágico me vem à tona. Maldita seja! De forma alguma os inimigos devem saber disso, senão todas as atenções seriam voltadas a ela. Nem mesmo Montserrat pode saber.

Volto para o quarto. Ainda dormia tranquilamente. Eram quatro horas da madrugada. Visto um terno e coloco um sobretudo. Sento na poltrona e vejo o celular. Nada de interessante. Volto a tomar mais bebida, quando de repente, escuto um alerta. A origem do poder vinha de meu pai.

"Filho, perdão pela moléstia, sei que está em lua de mel, mas isso é urgente. Fomos atacados! Em uma caçada matinal que fazíamos na floresta, os bruxos apareceram. Guerreamos e Lorenzo saiu ferido. Não sabemos quais seus objetivos e qual o próximo ataque. Se puder, venha!"

Isso me deixou em alerta. Então, a guerra começou.

"Não se preocupe, pai. Pela manhã estarei aí."

Cortei a egrégora.

Malditas bruxas. Tenho que voltar e acudir meus aliados, não posso deixar que se exponham.

Fui até Montserrat e de leve a balancei.

— Ah, Vlad? — sentou, ainda sonolenta. — O que houve?

— Desperte. Temos que voltar para casa. Sinto muito por isso.

Ela entendeu. Acho que já estava na hora. Não ficarei em paz até que resolva todos esses problemas.

Esperei que se arrumasse, enquanto eu arrumava nossas coisas. Com minha velocidade era bem mais rápido.

— Estou pronta — falou.

— Então, vamos.

Peguei as malas e saímos do hotel. Pedi para que arrumassem o jatinho. Logo o motorista nos deixou no aeroporto e embarcamos.

— Querido, me diz o que houve?

Ela estava sentada na poltrona ao meu lado. Acariciava minha mão e me olhava buscando uma resposta.

— As bruxas se revelaram. Os que estão em nossa mansão receberam um ataque.

— Meu Deus! E estão bem? — era visível sua preocupação.

— Apenas Lorenzo que saiu um pouco ferido, mas nada grave.

Ela apertou minha mão, bastante nervosa.

— Vem cá. — A abracei. — Não se preocupe, vai ficar tudo bem. Garantirei isso.

— Eu só quero que termine. O que elas querem com a gente?

Império - Trono de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora