13. Manuscrito

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Eu termino de vestir meu uniforme do Caldo de Maçã e encaro Yan pelo reflexo do espelho que também está me olhando com um sorriso no rosto. Faço uma careta e a gente ri.

— Muito engraçado vocês estarem aí rindo, sendo que estamos cheios de coisas para fazer- reviro meus olhos e me viro para olhar Ivan cara a cara.

— Está de mau humor, Ivan? Quer um beijinho de qual membro da banda?- Yan ri da minha provocação, provavelmente pensou na mesma piadinha para provocar o irmão.

— Vocês dois são insuportáveis juntos- eu vou até a máquina de sorvete e encho uma casquinha de sabor mista.

— Eu acho que essa afirmação está incorreta, porque eu também sou insuportável sem o Yan- os meninos caem na gargalhada e eu dou uma lambida no meu sorvete.

— Daki, o que você está achando do relacionamento do Tommy com a Charly?- continuo tomando meu sorvete para não derreter.

— Acho que eles ficam bem juntos, Tommy gosta bastante dela, mas ainda não me aproximei o bastante para ter uma opinião formada- dou de ombros e mordo a casquinha do sorvete.

— Acho que o Tom entrou de cabeça nessa história e me deixa feliz ver como ele está contente- Yan responde e vai atender uma mesa, sem esperar pela resposta.

— Concordo com as palavras do meu irmão- eu termino de comer o último pedaço da minha casquinha de sorvete e vou para a cozinha interna.

Minha mente volta para ontem, onde eu estava em um teatro beijando a Danny, consigo me recordar perfeitamente de seu beijo, seu toque, tudo... solto um suspiro e nego com a cabeça uma única vez para tirar meus pensamentos desse acontecimento e inicio meu trabalho na cozinha.

Não faço a menor ideia de quanto tempo passou, cuidando da parte interna, cortando frutas, separando bolos, mas sei que está na hora do intervalo quando Yan aparece na porta, encostado no batente, com os braços cruzados.

— Não precisa fazer uma remessa depois dessa, Carla acabou de ligar para Ivan solicitando uma reunião de emergência, só tem mais dois clientes e vamos fechar depois deles- concordo com a cabeça e como um pedaço do morango que acabei de pegar para cortar.

— Tudo bem, vou separar esses aqui para gente comer, então- Yan concorda com a cabeça e continua na porta.

Sorrio de lado e encosto meu quadril na pia ficando de frente para ele. Yan olha para mim com o mesmo tipo de sorriso e arqueia a sobrancelha direita.

— Quer dizer mais alguma coisa?- cruzo meus braços. Ele ri e revira os olhos.

— Você é terrível, sabia?! Se o diabo for uma mulher, ele com certeza tem sua aparência e sua personalidade- dou risada e descruzo os braços, desencostando da pia.

— Deve ser por isso que dizem que ele é tentador- dessa vez é Yan quem ri.

— Te vejo em dez- como sempre ele sai sem esperar pela resposta. Sorrio boba comigo mesma e arrumo as coisas para levar para meus amigos comerem na nossa reuniãozinha.

— Cheguei- Jennie anuncia toda sorridente largando sua mochila em cima do balcão. Vindo direto até mim, já que os meninos estão limpando as mesas.

— Olá Jen, quer morango?- ela abre a boca e coloco um morango na sua boca. Jennie sorri enquanto mastiga.

— Só falta o Tommy e a Cartolina- Ivan vem até a gente e também pega um morango.

— Falta quem?- a voz vem de trás de Ivan, que não aguenta segurar o riso.

— É fantasma hein?! Se eu fosse mais velho iria te responsabilizar pelo meu ataque do coração- Yan revira os olhos pela dramatização do seu irmão, como se ele não fizesse igual, e pega um cacho de uva verde.

Submersão de FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora