Submersão de Fênix

23. Meus pulmões

— Isso explica muita coisa- Jennie ri e eu reviro os olhos.

— Não tem graça- Jennie para de rir, mas tem que morder o lábio para isso, porque, claramente, ainda quer cair na gargalhada.

— Você é péssima e eu te amo- Jennie volta a rir e mostra o dedo do meio para mim, disfarçadamente para os convidados não notarem.

Denise começa a caminhar até mim, ela está deslumbrante. Vestindo terno que combina perfeitamente com seu corpo, a calça social está apertada nas suas coxas grossas e tenho que negar com a cabeça para parar de me imaginar sentada em seu colo com ela vestida com essa roupa.

Quanto mais Danny se aproxima, mais sinto meus pulmões se espremerem implorando por ar.

Posso sentir minhas mãos transpirarem e meu coração acelerar e me lembro do que o Yan comentou antes "chegar a sua vez". Ele estava errado.

Tem que estar.

Porque eu não sei lidar com esse tipo de coisa e Denise merece alguém muito melhor que eu. Muito melhor que isso.

Olho para a camisa social que Denise está vestindo por baixo do terno e desvio o olhar para meu próprio vestido. É a mesma cor.

Azul Royal.

Até parece que foi combinado.

Depois do que pareceu longos minutos, finalmente, Denise para de frente para mim e Jennie.

— Olá meninas, desculpa o atraso. Tive que arrumar umas coisas no pub antes de vir para cá- estou tão deslumbrada e sorridente que me esqueço de responder.

— Está tudo bem, Danny. Você não perdeu nada, vou voltar lá para mesa. Se divirta, tá bom? - Jennie dá um tapinha no ombro de Denise e se afasta indo até a mesa do grupo.

— Você está muito bonita- Denise me olha de baixo para acima, um sorriso no rosto, um olhar que me causa arrepios.

Não estamos tão próximas uma da outra, mas consigo sentir o calor irradiando do seu corpo para o meu, me causando uma sensação estranhamente boa.

— E você está magnífica- Denise sorri de lado e quero, imediatamente, beijá-la.

Mas não conseguiria dar apenas um simples beijo e se desse o beijo que quero dar, não pararíamos só nisso e esse não é o momento certo.

Porque eu não posso dar um sumiço, já que a cada hora tem alguém atrás de mim para falar de trabalho. Se fosse qualquer outra festa já estaríamos bem longe daqui.

— Não use hipérboles comigo, mocinha- reviro meus olhos e bebo um gole de champagne, nem havia reparado que estava com uma taça na mão.

— Então não use ironia comigo- Denise quem revira os olhos dessa vez.

— Como foi a primeira hora de festa?- mordo a parte interna da minha bochecha esquerda, ela não precisa a verdade, porque a verdade é que não passei um único segundo sem pensar nela.

— Se quer saber como foi estar sem você, continuará sem saber. Mas se quer saber por outro motivo, ocorreu tudo bem, falei de um livro com um casal de uma vampira pirata que se apaixona por uma bruxa na frente de velhos conservadores que queriam me diminuir na frente do meu chefe e isso foi muito bom- Danny cai na gargalhada e me lança o melhor sorriso após isso.

Quero tanto beijá-la.

— É por isso que você é minha ídola- dou risada e desvio meu olhar dela, porque não consigo reagir a tempo de não demonstrar estar envergonhada.