— Como nos descobriram?- Carla é a primeira a falar, depois de eu explicar o que aconteceu, desde alguém me seguir de moto hoje mais cedo, até a mensagem de ameaça agora a tarde.
Vieram todos para a sorveteria, inclusive Ivan que estava em um encontro.
— Dakota, te seguiram e você não ia falar nada?- O Tom eleva sua voz.
— Não fala comigo desse jeito. Eu sei me cuidar sozinha- Tom arqueia a sobrancelha.
— É claro que sabe. Nunca disse o contrário, só quero que coloque na sua cabeça que é perigoso, não importa quão boa você seja em descobrir as coisas- o que Tom diz é quase como um tapa no rosto.
— Tom! Não é sobre isso o foco. Estão atrás da gente, pega leve com ela- Carla chama a atenção do meu irmão.
Denise está me olhando, eu sei que ela está preocupada e tem perguntas, mas não abriu a boca desde que chegou.
— Mas quem está atrás de nós? Porque nós ainda não achamos ninguém por trás do que aconteceu, mas eles já nos acharam. Isso é alguma coisa, é sinal de que existem e estão mais perto do que imaginamos- diferente da irmã, Charly dá sua opinião sobre o caso.
— As pessoas envolvidas já sabem toda nossa rotina, o que faz com que estejam em todos os lugares, podem nos monitorar quando e onde quiserem- olho para a Jennie e me sinto culpada.
Mesmo se não estivessem atrás dela iam a achar, porque trabalha no mesmo lugar que eu.
É tudo culpa minha.
Sinto minha visão começar a ficar embaçada e minhas mãos suarem, me afasto deles que estão distraídos com uma conversa que não consigo mais prestar atenção.
Meu peito está pesado, estou com falta de ar. Vou para o lado de fora dos fundos, fecho os olhos e tento fazer o exercício de respiração que aprendi com a última terapeuta.
— Daki? Daki! Abre os olhos. Olha pra mim- abro os olhos e olho para a Denise.
— Isso. Olha nos meus olhos e acompanha minha respiração, vamos. Inspira- ela inspira e eu a imito.
Ela expira e continua inspirando e expirando até eu me acalmar. Danny não fica muito perto para não me pressionar, mas suas mãos estão nos meus ombros para demonstrar que ela está aqui comigo.
— Obrigada- respondo quando me acalmo.
— Não precisa me agradecer. Está melhor mesmo? Não é fácil lidar com o que está lidando- sorrio fraco.
— Está tudo bem sim, já passei por coisas piores- Denise nega com a cabeça reprovando esse tipo de resposta e comportamento.
— Não faz isso, Daki- encolho os ombros e olho para o céu que não está estrelado.
— Você veio atrás de mim...- Danny sorri com carinho percebendo o que eu quis dizer.
— Não tirei os olhos de você desde que cheguei- sorrio com carinho para ela também.
Mas o que eu queria verdadeiramente responder era "nunca tire seu olhar de mim, por favor".
Uma súplica que vai ficar guardada no meu coração, onde ninguém mais alcança.
— Obrigada. Isso me ajudou- Danny tira as mãos dos meus ombros que é o que nos mantém afastadas e dá um passo para frente.
— Não, Dakota. Eu não tirei os olhos de você desde que botei meus pés em cima daquele palco- eu sinto frio na barriga.
Eu não sei o que responder.
Denise está na minha frente e está se declarando para mim, mas eu não sei o que falar, eu não sei como reagir, porque eu sempre me afastei das pessoas que já me envolvi para não chegarmos a esse ponto.
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Submersão de Fênix
RandomO zéfiro enquanto observa o mar é uma sensação de outro mundo, uma tarde tranquila, um sorvete em mãos e amigos ao redor: tudo perfeito. Até surgir uma tempestade e tudo virar de cabeça para baixo. A sensação é de afogamento, distanciamento, quanto...