31. Melhor que eu

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— Como nos descobriram?- Carla é a primeira a falar, depois de eu explicar o que aconteceu, desde alguém me seguir de moto hoje mais cedo, até a mensagem de ameaça agora a tarde.

Vieram todos para a sorveteria, inclusive Ivan que estava em um encontro.

— Dakota, te seguiram e você não ia falar nada?- O Tom eleva sua voz.

— Não fala comigo desse jeito. Eu sei me cuidar sozinha- Tom arqueia a sobrancelha.

— É claro que sabe. Nunca disse o contrário, só quero que coloque na sua cabeça que é perigoso, não importa quão boa você seja em descobrir as coisas- o que Tom diz é quase como um tapa no rosto.

— Tom! Não é sobre isso o foco. Estão atrás da gente, pega leve com ela- Carla chama a atenção do meu irmão.

Denise está me olhando, eu sei que ela está preocupada e tem perguntas, mas não abriu a boca desde que chegou.

— Mas quem está atrás de nós? Porque nós ainda não achamos ninguém por trás do que aconteceu, mas eles já nos acharam. Isso é alguma coisa, é sinal de que existem e estão mais perto do que imaginamos- diferente da irmã, Charly dá sua opinião sobre o caso.

— As pessoas envolvidas já sabem toda nossa rotina, o que faz com que estejam em todos os lugares, podem nos monitorar quando e onde quiserem- olho para a Jennie e me sinto culpada.

Mesmo se não estivessem atrás dela iam a achar, porque trabalha no mesmo lugar que eu.

É tudo culpa minha.

Sinto minha visão começar a ficar embaçada e minhas mãos suarem, me afasto deles que estão distraídos com uma conversa que não consigo mais prestar atenção.

Meu peito está pesado, estou com falta de ar. Vou para o lado de fora dos fundos, fecho os olhos e tento fazer o exercício de respiração que aprendi com a última terapeuta.

— Daki? Daki! Abre os olhos. Olha pra mim- abro os olhos e olho para a Denise.

— Isso. Olha nos meus olhos e acompanha minha respiração, vamos. Inspira- ela inspira e eu a imito.

Ela expira e continua inspirando e expirando até eu me acalmar. Danny não fica muito perto para não me pressionar, mas suas mãos estão nos meus ombros para demonstrar que ela está aqui comigo.

— Obrigada- respondo quando me acalmo.

— Não precisa me agradecer. Está melhor mesmo? Não é fácil lidar com o que está lidando- sorrio fraco.

— Está tudo bem sim, já passei por coisas piores- Denise nega com a cabeça reprovando esse tipo de resposta e comportamento.

— Não faz isso, Daki- encolho os ombros e olho para o céu que não está estrelado.

— Você veio atrás de mim...- Danny sorri com carinho percebendo o que eu quis dizer.

— Não tirei os olhos de você desde que cheguei- sorrio com carinho para ela também.

Mas o que eu queria verdadeiramente responder era "nunca tire seu olhar de mim, por favor".

Uma súplica que vai ficar guardada no meu coração, onde ninguém mais alcança.

— Obrigada. Isso me ajudou- Danny tira as mãos dos meus ombros que é o que nos mantém afastadas e dá um passo para frente.

— Não, Dakota. Eu não tirei os olhos de você desde que botei meus pés em cima daquele palco- eu sinto frio na barriga.

Eu não sei o que responder.

Denise está na minha frente e está se declarando para mim, mas eu não sei o que falar, eu não sei como reagir, porque eu sempre me afastei das pessoas que já me envolvi para não chegarmos a esse ponto.

Submersão de FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora