Entro em casa sem fazer muito barulho, já que são quase uma hora da madrugada, mas desisto de não fazer barulho quando percebo a luz da cozinha acessa e vou até lá.
Não é Tom que está na minha cozinha, nem nenhum conhecido, é uma mulher loira com mechas pretas, só de calcinha e camisetão. A camisa do Tom, a propósito.
Arqueio minha sobrancelha em confusão, o rosto dela é um pouco familiar, mas não consigo ter certeza do porquê ou de onde, porque tenho certeza de que nunca vi essa mulher antes.
— Oii, tudo bem? Sou a Charlote- tento me lembrar se conheço alguém que se chama Charlote, mas não me recordo de ninguém com esse nome.
— Olá Charlote, tudo bem e com você? Eu sou a Dakota, irmã do Tom- ela sorri e bebe um gole de suco de uva, meu suco de uva que sou viciada e nem mesmo o Tommy bebe.
Mordo a parte interna da minha bochecha esquerda. Penso em como falar de forma educada para ela não pegar mais desse suco, mas um vulto passa por mim e tira com educação a caixa de suco da mão dela.
Tom está com um sorriso amarelo no rosto direcionado a mim, as suas orelhas levemente avermelhadas. Arqueio as sobrancelhas para ele conversando pelo olhar e Tommy encolhe os ombros.
— Tom, pelo amor de Deus! Fala alguma coisa, agora ela já sabe mesmo- ele se vira de costas para Charlote e devolve meu suco na geladeira.
— Charly não toma mais desse suco, por favor. Ele é só da Daki. Daki, essa é a Charlote, nós estamos saindo já faz um tempinho. Lembra quando fui fazer aquela tattoo? Conheci ela naquele dia- dessa vez tenho certeza de que quem está corando sou eu, porque aqueles sons que ouvi alguns dias atrás era dela.
E, já faz tempo que estão juntos, já que a última tatuagem que Tom fez, foi a oito meses atrás.
— Eu acho que preciso ir tomar um banho. Legal te conhecer, Charly- eu me viro de costas para eles para ir para meu quarto.
— Sua irmã é uma fofa, tomara que eu não tenha assustado ela.
— Poucas coisas nesse mundo assustam a Daki, você na nossa cozinha vestida só com a minha camiseta, não é nenhuma dessas coisas- eu ainda consigo ouvir eles conversando, mas vou direto para meu banheiro.
Penso em ligar para o Yan para dar uma volta de moto, nem ele, nem meu irmão gostam muito da ideia de mim mesma pilotando uma moto ainda mais por essa hora da madrugada e, por isso, Yan me deu passe livre para ligar para ele sempre que eu quiser andar de moto ou espairecer a mente.
A ligação só chama duas vezes e já é atendida, consigo ouvir uma música vindo de trás da chamada, provavelmente ele está em alguma balada.
— Daki? Oi! Está tudo bem? Achei que já estivesse em casa, são quase duas horas da manhã- ele fala e escuto um "perdeu de novo, seu trouxa do caralho", não é a voz do Ivan, mas tenho a impressão que conheço de quem é.
— Oi, Yan. Já estou em casa sim, mas estou me sentindo um pouco ansiosa, queria dar uma volta, sabe?! Você está acompanhado?- ele sabe que quando falo que quero dar uma volta quer dizer "sair de moto sem rumo, mesmo que isso faça a gente parar em outro estado".
— Não, o Ivan que está acompanhado, está com o Erik, estão jogando videogame. Chego aí em dez- eu sei que ele falou dez só para ser um número inteiro, em sete minutos ele já está aqui.
— Estou te esperando, beijos e obrigada- eu desligo a ligação e visto uma jaqueta para andar de moto.
Como eu já havia imaginado, deu sete minutos e Yan já estava parado em frente de casa.
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Submersão de Fênix
De TodoO zéfiro enquanto observa o mar é uma sensação de outro mundo, uma tarde tranquila, um sorvete em mãos e amigos ao redor: tudo perfeito. Até surgir uma tempestade e tudo virar de cabeça para baixo. A sensação é de afogamento, distanciamento, quanto...