Minhas malas já estão prontas dentro do carro, minha família está parada em fileira esperando para se despedir.
São apenas três dias, mas a sensação que dá é que irei sumir por três meses. A casa da minha avó nem é tão longe, o único problema é que ela vive em uma casa de campo isolada onde não dá área para o celular, muito menos chega internet.
Foi uma decisão que ela tomou anos atrás de se afastar de tudo e meus pais, claro, aceitaram sua decisão, mais pelo fato dela não estar envolvida em tudo o que passamos do que por realmente a quererem tão longe.
Resumidamente, eles respeitam sua decisão, mas nunca apoiaram cem porcento. Os únicos que vão visitar ela nesse lugar somos Tommy e eu, Triny também já chegou a ir, mas, por mais que dona Diana fizesse de tudo para Catrina se sentir confortável, ela ainda se sentia deslocada.
Abro os meus braços para receber os abraços, achei que viria um de cada vez, mas todos eles vêm de uma vez e me desequilibram, agradeço por meu carro estar atrás de mim, senão teria caído.
— Calma, gente! Tem Dakota para todo mundo- Ivan ri, provavelmente pensou em alguma rima.
— Dakota, quando você voltar irei te dar uma torta- todos dão risada, era o que precisávamos para quebrar o clima pesado.
— De maracujá, por favor- Jennie revira os olhos.
— Para de ser careta, Dakota. Vai ser de morango!- Carla nega com a cabeça e aponta um dedo no rosto da Jennie.
— Não se atreva, Jennifer! Vai ser de limão, não tente lutar contra isso- Jennie dá uma tapa no dedo que está sendo apontado para seu rosto e mostra o dedo do meio.
— Cartolina, eu não me chamo Jennifer!- Carla sabe disso, só falou para provocar. Dou risada, irei sentir falta desse caos.
— Vocês estão completamente enganadas né, vai ser torta salgada- Yan entra na confusão.
— Quando você voltar eu dou para você a torta que você quiser- Denise sussurra no meu ouvido, só para mim ouvir, sua mão na minha cintura me segurando mais perto do seu corpo.
— Estarei esperando por isso- eu me viro e selo nossos lábios em um beijo suave. Ainda é uma surpresa para os outros estarmos sendo tão transparentes dessa forma.
— Ela nem liga para a torta, estamos aqui discutindo atoa- olho para Tom e dou risada, não esperava essa resposta vindo dele.
— Denise ganhou da torta- Charly ri do próprio comentário.
— Gente, tenho mesmo que ir, a viagem é longa e não quero chegar muito tarde. Estarei de volta em breve- me solto do abraço e entro no carro sem olhar para trás.
∞∞∞
Chego na casa da minha avó e ela já está me esperando no portão. Desço do carro e a abraço.
— Quanto tempo, minha Geleia de Uva- dou risada, não importa quantos anos passem, ela continua usando esse apelido.
— Olá, vó- nos abraçamos mais forte.
É tão bom estar de volta aqui. O ar do campo. O som das árvores balançando. A ausência da ansiedade urbana.
— Por que Tom não veio?- só por essa pergunta eu sei que ela já entendeu por que eu vim.
Diana sabe que eu vim por algum motivo, algo que ninguém mais deve saber.
— Eu avisei de última hora que viria- ela concorda com a cabeça e me ajuda a pegar as malas.
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Submersão de Fênix
RandomO zéfiro enquanto observa o mar é uma sensação de outro mundo, uma tarde tranquila, um sorvete em mãos e amigos ao redor: tudo perfeito. Até surgir uma tempestade e tudo virar de cabeça para baixo. A sensação é de afogamento, distanciamento, quanto...