18. Melhor sorriso

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Acordo e Denise está ao meu lado, mesmo dormindo dá para notar um sorriso em seu semblante. É tão adorável que eu me pergunto se ainda estou sonhando.

Ela se revira na cama e eu afasto um pouco meu rosto, já vai ser estranho o suficiente se ela me vir acordada.

Olho na direção da porta e está fechada, diferente de como havíamos deixado, o que só pode significar uma coisa: Tom nos viu dormindo juntas.

— A gente apagou mesmo né- Denise comenta me fazendo levar um leve susto e a olhar.

— Sim, eu nem notei quando peguei no sono- ela se vira apoiando o rosto no braço.

— Eu tive um sonho estranho- meu corpo inteiro gela e um arrepio percorre minha nuca.

— Que tipo de sonho?- me sento e apoio minhas costas no apoio da cama.

— Tinha um campo e você, mas o estranho é que você respondia como se não fosse algo inventado da minha mente, entende?- eu queria não entender, mas eu entendo sim. Porque é a verdade.

— Seu sonho é diferente mesmo, mas o que mais chamou minha atenção foi que você sonhou comigo, foi a primeira vez?- eu mudo a direção do assunto, se ela quiser realmente saber sobre a verdade, eu temo que contaria tudo a Denise.

— Digamos que sim, não foi a primeira vez, por isso eu posso afirmar que foi diferente- meu coração acelera, eu quero tanto contar.

Eu preciso contar para alguém, mas e se ela resolver sair da minha vida? Mesmo que mal tenha entrado, seria uma perda impactante para mim.

— Você acha que as pessoas podem se conectar por sonhos?- não olho para Denise.

Ansiosa pela resposta, brinco com meus dedos passando o polegar direito pelo polegar esquerdo, mas me paro quando noto.

Se ela notar meu nervosismo vai desconfiar de alguma coisa e se ela me perguntar não serei capaz de mentir.

Denise também se senta ao meu lado segurando o edredom para não deixar seus seios amostra, embora eu não me importasse caso ela não se preocupasse com isso.

— Eu sou mágica, se não acreditasse nesse tipo de coisa estaria indo contra a minha origem- ela ri no final de sua frase, apesar de responder com seriedade.

O ponto dela é interessante, mas seus shows de mágica, embora ela não admita, são truques. Há ensaios, uma equipe e até um palco.

Os sonhos das pessoas, embora fantasiosos, são reais e eu, infelizmente, me infiltro nessa realidade.

Quero contar tudo para Denise e se existisse um momento perfeito seria esse.

Se ela descobre uma coisa dessas como vai reagir?

Levantar-se e ir embora?

Disfarçar e ir embora?

Rir e fingir que é bobeira?

Se interessar?

Se interessar pelo que? Não tem como ela se interessar por nada. Nem por essa história, nem por mim.

Porque é inacreditável.

É isso, ela iria me considerar louca.

E ela estaria certa.

— Brotinho, você está bem? Ficou pálida, de repente. Acha que não foi legal eu ter dormido aqui?

Olho para Denise e dou o melhor sorriso sincero que consigo.

— Não é isso, estava pensando em outras coisas, tudo bem ter dormido aqui, mas saiba que nossos irmãos provavelmente já estão sabendo disso- Denise desvia o olhar de mim para porta já entendendo o que eu quis dizer.

Submersão de FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora