25. Motivações

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Entro na casa sem medo de fazer barulho, porque sei que eles não estão presentes, meu único problema são as pessoas que trabalham aqui, porque podem me delatar para os donos da residência, mesmo que eu seja conhecida por essas pessoas desde quando nasci.

— Olá, Dakota. Quanto tempo! Como vai? Seus pais não se encontram, precisa de alguma coisa?- sorrio com sinceridade, apesar do nervosismo e medo de me dedurarem.

Em circunstâncias normais eu não teria esse medo, essa sensação, mas esse caso tomou proporções que eu não consigo mais controlar.

— Vou bem e a senhora? Vim atrás de umas coisas antigas minha- ela sorri e concorda com a cabeça.

— Precisa de ajuda?- nego com a cabeça tentando não demonstrar nervosismo.

— Não precisa, Sylvie. Não é coisa difícil- faço menção de me afastar para ir para os quartos no andar de cima, mas algo me faz parar no lugar.

— Pode deixar que eu a acompanho, senhora Sylvie- engulo em seco e sorrio para Sylvie enquanto ela se afasta.

— Está fazendo o que aqui?- arqueio minha sobrancelha e olho para seu uniforme, parecendo que acabou de sair da guerra.

— Tenho a chave da casa- reviro os olhos e começo a subir as escadas.

— É claro que tem- resmungo e entro no meu próprio quarto para disfarçar, porque sei que ela está me seguindo.

— Por que está agindo desse jeito?- me viro para ela, com fúria nos olhos.

— Me diz você, por que fingiu que não me conhecia na frente deles? Meus pais sabiam que já tivemos um caso quando te contrataram?- Carol fica em silêncio e meu estômago embrulha quando eu percebo.

— Espera! Você já trabalhava para eles naquela época, não é? Isso é doentio! "Caroline" é mesmo seu nome? Qual é sua verdadeira idade? E, agora, eles já sabem sobre o caso que tivemos?- faço careta e dou dois passos para trás.

— Não exagera, Dakota. Éramos ambas adultas e continuamos sendo, você tinha vinte anos e eu vinte e dois, simples assim. O resto não interessa. Por que está aqui?- pressiono meu maxilar.

— O resto não interessa? Que porra de resposta é essa? A gente ficava, merda! E você brincava de espiã para meus pais. Te fiz uma pergunta, seu nome é mesmo "Caroline"?- Carol revira os olhos, fecha os olhos e coloca a mão na testa, parece contar de zero a dez.

Carol tira a mão da testa, abre os olhos e volta a me olhar.

— Sim, meu nome é mesmo "Caroline", satisfeita?- solto um suspiro cansado que nem havia reparado que estava segurando, mas ainda estou frustrada.

— Não muda muita coisa, mas é melhor que nada. Se já trabalhava para eles, por que veio atrás de mim? Veio atrás de mim de outro jeito?- dessa vez é Carol que solta um suspiro frustrado.

— Você não percebe isso, mas você tem uma luz, Dakota. Você atrai todo mundo, você é linda, gentil, inteligente e encantadora, qualquer um se apaixona, mas você não sente o mesmo, eu não fui uma exceção. Era jovem, te via todos os finais de semana, nossa conversa era legal, não consegui resistir. Eu assumo meu erro- olho nos olhos dela, mas Carol não consegue sustentar o olhar.

— Burrice a minha também, por que fui flertar com a segurança da balada?- ela ri, o que me faz rir também.

— Olha, Carol. O que passou, passou. Não tenho mais nada com você e esse passado, então fica fora disso, por favor- o olhar dela cai, como se Carol lamentasse de verdade.

— Eu não posso, Daki. É o meu trabalho- sinto um aperto no peito por ouvi-la me chamar pelo meu apelido.

— Então estamos em lados opostos- pego uma caixa dentro do meu guarda-roupa e saio do meu quarto.

Submersão de FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora