55. Emersão

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A TV mostra o exato momento em que a polícia invade a casa dos Hawdenser, a casa de Victor- que descobrimos ser o Iago Sanders-, indo atrás do presidente, prefeito e de todos os outros.

Finalmente, estamos livres, a droga está fora de comercialização e o antidoto será distribuído de graça para as pessoas que foram prejudicadas iguais a mim. Eu só queria que Susie também tivesse essa opção, mas nem sempre tudo é possível.

O veneno que foi usado para criar a doença que age de pessoa para pessoa foi isolado pelo governo, que agora é composto apenas pelas pessoas não corrompidas que sobreviveram a essa queda.

Ryan, tinha contato com ninguém mais, ninguém menos que a equipe de elite de investigação do país, o líder dessa equipe era um amigo que lhe devia um favor.

Faço sinal com a cabeça e a Danny me acompanha até o lado de fora da casa. Bebo um gole da minha bebida e olho para o céu estrelado.

Não me sinto mais afogando, depois de anos sentindo que não conseguiria viver em paz, eu sinto que renasci.

Ainda sinto a pressão no meu peito como se eu fosse morrer afogada a qualquer momento, mas pelo menos dessa vez eu sinto que o salva-vidas está vindo na minha direção para me ajudar, porque tem alguém na praia gritando por mim.  

— Finalmente livres- concordo com a cabeça e sorrio.

— Eu não me sinto mais afogando, é libertador- Denise sorri e levanta sua taça simulando um brinde.

— À emersão da Fênix- também levanto minha taça e brindamos.

Percebo que Denise está um pouco tensa, me sento no gramado e dou tapinhas no chão indicando para ela se sentar ao meu lado.

— Me diga o que está te incomodando- Denise dá um sorriso forçado, tentando me passar conforto.

— Eu preciso te contar uma coisa- concordo com a cabeça, sorrindo.

— Pode falar, sou toda ouvidos- bebo meu champagne.

— Charly me falou, recentemente, que eu sou sonâmbula. Eu não tinha acreditado por muito tempo, mas um pouco antes de ficarmos mais próximas, eu acordei e sem entender nada levei um manuscrito para uma empresa, mais tarde descobri que era onde você trabalha e... que eu escrevi todo aquele livre durante o meu sonambulismo- concordo com a cabeça e bebo mais um gole de champagne.

— Você não está surpresa?- nego com a cabeça e dou risada.

— Danny, eu já sabia e, outra coisa, eu entro nos sonhos das pessoas, poucas coisas nesse mundo me surpreendem- Danny ri e me rouba um selinho.

— Como descobriu?- nego com a cabeça e olho para o céu estrelado.

— Um dia você vai descobrir, hoje iremos só curtir- me levanto e a ajudo a se levantar.

Lembro do que minha avó disse e sorrio.

— Também tenho algo a dizer- Denise arqueia a sobrancelha e me olha com um sorriso bobo no rosto.

— Acho que você é feiticeira de verdade- Denise dá uma gargalhada, mas não sabe a outra parte da frase.

... Porque eu tenho certeza de que você é o amor da minha vida.

Nós voltamos para sala, onde todos estão reunidos no sofá.

— Que bom que chegaram, estávamos indo atrás de vocês, vamos jogar aquele jogo de contar um segredo como fazíamos- olho para Tom.

Uma sensação estranha passa pelo meu corpo, quase é possível sentir a água voltando para meus pulmões, interrompendo minha respiração.

Danny segura minha mão ao notar o meu nervosismo.

— Eu começo então, já que é minha primeira vez jogando- ela está com um sorriso radiante.

— Pode começar, Charly- Carla bebe um gole do seu vinho e levanta a taça simulando um brinde.

— Eu estou grávida.


Submersão de FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora