45. Mãe

6 3 1
                                    

Eu sei exatamente onde estou, já estive aqui antes. Há trezes anos, onde tudo começou. Estou mesmo nos sonhos da minha mãe, só não imaginei que ao realizar esse processo de morrer e ressuscitar eu poderia parar em qualquer um dos sonhos que ela já teve.

Parece que quando você está morto tem mais liberdade para controlar a maldição. Que coisa bizarra.

Dessa vez eu reconheço com mais facilidade as pessoas na reunião. Estão meus pais, os pais da Carla, o tio Benício, vovó e mais alguns parentes perdidos da família estão entre os convidados.

— A reunião é para avisar que vocês têm que tomar cuidado com o tipo de coisa que sonham. Minha mãe só resolveu me contar agora que há uma droga de maldição na família. Quando Dakota fizer treze anos ela vai poder entrar nos nossos sonhos. Dessa forma, iremos usar códigos para tudo o que fizermos, mesmo que ela entre em nossas mentes não vai entender do que se trata. Estou fazendo essa reunião hoje e nunca mais falaremos disso, okay? Vou dar um jeito de apagar essa lembrança da minha própria mente.

Eu não consigo acreditar no que estou ouvindo, mas tenho a impressão de que pode ficar ainda pior.

— O caso vai se chamar "Arquivo V", o vem de "você", por quê? Vocês são o próprio arquivo, não podemos deixar provas em nenhum lugar. Benício logo vai se candidatar a vice-prefeito, as coisas irão ficar mais turbulentas, tomem cuidado!

Sinto náusea ao perceber que minha mãe é a líder de toda essa organização.

— O maior segredo dessa família não é eu ter uma filha que entra em sonhos. Vocês sabem qual é e temos que mantê-lo dessa forma mesmo que isso custe nossas vidas.

Mesmo que isso custe nossas vidas.

Mesmo que isso custe nossas vidas.

Nossas vidas. 

Submersão de FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora