38. Novamente

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Está um caos.

Eu não sei como tudo isso aconteceu, mas tem um cara de moto atrás de gente.

Yan está pilotando a sua própria moto em alta velocidade, desviando de todos os carros e ultrapassando os sinais vermelhos. Se colidirmos em qualquer coisa é o nosso fim.

Ele não para a moto por nada e eu seguro em suas costas com firmeza, um abraço que literalmente mantém minha vida.

Nunca desejei tanto que o carro de Triny estivesse logo atrás da gente, sua equipe acompanhando.

Quando sai de casa hoje mais cedo nem me despedi direito de Tom e agora posso nunca mais vê-lo.

Yan passa triscando por um carro quase levando o retrovisor junto com a gente. De repente, eu sinto como se o mundo tivesse ficado lento demais ao nosso redor.

O som de um tiro.

Quem está nos perseguindo está armado.

Meu aperto ao redor de Yan aumenta, fecho meus olhos involuntariamente, esperando pelo pior, porque mais sons de disparos são capturados pelos meus ouvidos.

Eu não quero morrer, não hoje, não agora.

Eu ainda não fiz tudo o que precisava fazer, se eu morrer agora minha alma ficará presa aqui pela eternidade.

— Estamos quase chegando, aguenta as pontas- Yan grita sem desviar o olhar da pista.

Ele vira a rua diminuindo a velocidade, quando faz a curva para entrar no estacionamento, nós dois caímos com a moto.

As pessoas ao lado de dentro se levantam no susto e nos olham pelas janelas enormes de vidro.

— Yan!- Ivan vem gritando para o lado de fora.

O desespero faz com que eu e Yan consigamos sair debaixo da moto sem nenhuma dificuldade, nosso perseguidor passa reto pela sorveteria, mas solta um disparo antes de sumir de uma vez.

O tiro não nos acerta, mas pega em cheio na roda traseira da moto de Yan, ele não errou. Foi proposital, um aviso.

— Daki? O que aconteceu com vocês? Quem era aquele? Vocês estão bem? Puta que pariu, vou ligar para todo mundo- as mãos de Ivan estão tremendo quando ele pega o celular e começa a fazer a ligação.

Eu e Yan estamos em choque e não conseguimos reagir. Eu pego em sua mão que está tão gelada quanto a minha e olho em seus olhos.

Yan foi me buscar no trabalho porque disse que ficou sabendo de uma coisa que precisava me dizer pessoalmente, assim que subimos na moto a perseguição começou.

O que Yan sabe vale nossas vidas e isso me deixa intrigada. Quem estava nos perseguindo?

São muitas perguntas, mas não consigo pensar agora, estou zonza.

— Gente, vamos entrar. Precisamos cuidar das suas feridas, estão sangrando- minha mão também está tremendo como as do Ivan, mas são por motivos diferentes.

A minha mão que está segurando a mão de Yan está pingando sangue, enquanto o ombro do outro braço de Yan está deslocado.

Estamos com tanta adrenalina que nem notamos esses machucados.

Alguns clientes da sorveteria agora estão ao lado de fora curiosos, preocupados, perguntando se precisa de ambulância ou da polícia.

Ivan nos ajuda a entrar e nos sentarmos em uma mesa não tão longe da entrada, também avisa que a sorveteria vai fechar e todos entendem a situação, até porque Ivan também anunciou que todos os pedidos serão por conta da casa.

Submersão de FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora