Acordo com a van ainda em movimento, uma música tão baixa tocando que se aparece com toque de elevador.
Os outros estão dormindo, eu olho para frente e Yan também está dormindo, isso é bom, ele precisa descansar.
— Como você está se sentindo?- olho para o lado da Denise.
Jennie está do outro lado da Danny, mexendo no celular com o brilho baixo.
— Estou bem. Mais preocupada com o Yan do que comigo- Jennie concorda com a cabeça.
— Ele está em estado de choque ainda, Ivan deu um remédio para ele dormir- olho para Ivan que também está dormindo.
— E por que você não está descansando?- Jennie dá uma risada baixa.
— Estou empolgada com o livro que estou lendo, mas já estou indo- dou um sorriso para ela e olho pela janela.
O lado de fora está muito escuro, indicando que já escureceu de novo e que nossa viagem está sendo mais longa do que imaginei.
Essas ruas não têm nem postes de luz, são completamente desertas.
Eu observo o restante da viagem enquanto o restante dorme, agradeço por ter ficado acordada, porque eu noto que pegamos uma balsa, poucos minutos depois o carro para em frente uma casa.
Chegamos.
A casa da ilha, não a do lago.
Como sou a única acordada no momento, sou a primeira a descer, Rodrigo que estava dirigindo também desce, ficamos parados olhando para a frente da casa.
— Eu não tive a oportunidade de me desculpar antes por aquele dia, me desculpa por ter pegado pesado com você, não devia ter falado aquelas coisas, minha irmã fez suas escolhas e eu fiz as minhas, não devo sair culpando todo mundo por aí só porque as coisas não saíram como planejei- concordo com a cabeça e fico em silêncio por alguns segundos.
— Está tudo bem, Rodrigo. O que você disse me despertou sobre algumas coisas que eu já devia ter reparado há tempos, além do mais, com quem você pôde desabafar por todos esses anos?- ele sorri fraco e abaixa a cabeça.
Eu entendo a sua resposta.
Ouvimos um barulho e olhamos ao mesmo tempo para a van, é a Carol.
— Pedi para me avisar quando chegássemos- Rodrigo ri.
— Foi mal, você dorme com cara de brava, não queria correr o risco de levar um soco por te acordar- ela dá um soco no braço dele, dá para notar que foi um pouco forte, mas na brincadeira.
— Nada que não possa ser resolvido, eu soco agora- os dois dão risada.
Rodrigo nunca mais vai ter sua vida antiga, nem sua irmã de volta, mas ele conheceu a Carol e eles formam uma boa dupla. Sorrio para mim mesma.
— Tá, mas o que vocês estão esperando para abrir a casa?- encolho os ombros e vou abrir a porta.
O cheiro dá casa é igual ao lado de fora, maresia.
Faz tantos anos que não venho para cá, havia me esquecido como era.
Ligo a luz depois de me certificar que não há cheiro de gás, nem de nenhum combustível e olho ao redor.
Os porta-retratos ainda são de quando Tom e eu éramos apenas crianças, felizes e sem preocupação.
Carol e Rodrigo foram acordar aos outros que começam a entrar aos poucos.
— Caralho, que lugar lindo!- Ivan é o primeiro a entrar.
— Parece minha casa dos sonhos- Charly confessa.
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Submersão de Fênix
RandomO zéfiro enquanto observa o mar é uma sensação de outro mundo, uma tarde tranquila, um sorvete em mãos e amigos ao redor: tudo perfeito. Até surgir uma tempestade e tudo virar de cabeça para baixo. A sensação é de afogamento, distanciamento, quanto...