Prólogo

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Já ouviram uma notícia bombástica, que sua alma, a qual deveria ser sua melhor amiga, sai do seu corpo sorrir diabolica e faz aquele gesto ridículo de se fodeu, pois é se a sua não faz isso com você a minha faz, quem precisa de inimigo quando se tem uma alma como a minha?
Sorte?
Não vocês não entenderam, eu nasci e a sorte pulou pela janela, ou foi o contrário eu pulei realmente pela janela e quebrei um dente.
Mamãe ficou furiosa, não sei quem chorava mais eu por ficar com a metade de um dente ou ela por me ver sem ele.

O ponto não é o meu dente e sim a minha alma satânica que tem prazer em rir da minha cara, como agora olhando para o médico e ele me explicando como foi que eu engravidei, a miserável está ali parecendo uma lombriga se remexendo batendo as mãos naquele gesto sútil com um sorriso descarado no rosto enquanto da voltas e canta....
Se fodeu ... Se fodeu... Se fodeu...

Empurro os óculos mas para cima do nariz e faço o ar entrar nos meus pulmões.
- Por favor o senhor pode repetir?
- O que, a parte do tutorial como se engravida ou o seu resultado positivo.
- O senhor é bem engraçadinho para sua idade?
- Está me chamado de velho mocinha?
- O senhor já não deveria ter se aposentado, esse resultado está errado.
- Vou deixar passar por enquanto que me chamou de caduco, mas podemos confirmar com uma transvaginal, se deite ali que vou chamar Aline para preparar tudo.
- Não o senhor não está entendendo.
- Aline pode vir um instante.
- Doutor Mário... Respiro fundo e me preparo para mais uma humilhação.
- Eu sou virgem. Falo e espero soar segura.
- Ah sim? De que buraco mesmo? Olho para o lado e Aline dar risada ao passar pela porta.
- Não tem graça.
Venho ao mesmo médico desde que menstruei a primeira vez, doutor Mário é amigo de escola de mamãe, e conheço todos nesse consultório inclusive a criatura bocuda que acabou de me esculhambar.
- Karol, você não precisa me contar suas intimidades, vamos ver como está esse bebê. Começo a chorar.
- Ei calma Kaká eu estava só brincando.
- Eu.... Sou ... Virgem... Ahhhhhhhhhhhhh.
Que vergonha meu Deus.
O doutor Mário volta a sentar e segura minhas mãos.
- Karol estou ficando preocupado. Fungo e tento me recompor.
- Eu nunca menti para o senhor, quando eu tive aquela coceira para quem eu corri. E mesmo com uma vergonha dos diabos eu vim.
Porque eu mentiria assim?
- Calma vamos por partes, ok? Primeiro preciso fazer uma ultra em você.
- Pode ser na barriga, eu ainda sou...
- Ok vamos tentar quanto tempo sua menstruação está atrasada?
Paro para pensar eu tive um pouco de sangramento.
- Eu tive um pouco de sangramento no mês passado mas bem pouco.
Aline segura minha mão, e olha para mim.
- Vai ficar tudo bem. Então prepararam o kit e ele passa o gel no aparelho e começa pressionar meu ventre, de um lado para o outro e joga imagens na tela.
- Kaká você está grávida e aquele ali é o seu bebê. Aline aponta e lágrimas rolam por meu rosto, como eu consegui um filho, como?
Eu não tinha cabeça e nem estruturas para notícias bombástica, mas parece que o universo resolveu me atacar tudo em uma cassetada só.

Ao deixar o consultório meu telefone toca e pego vendo o nome de Valentina, minha única amiga.
- Seu pai hipotecou mesmo a doceria Karol, mas vou ver como posso conseguir mais tempo para pagar a dívida. Fiquei em silêncio.
- Sua mãe acaba de ir para o hospital. Respiro fundo e olho para o céu.

Pode mandar o raio agora ou vai esperar mais alguns minutos.

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