Parte 30

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Eu nunca imaginei ficar com meu passado e futuro bem diante de mim, quer dizer eu sei que eu e Karol não somos um casal de verdade, ela é a mãe do meu filho e meu carinho por ela é enorme, mas... Não sei explicar.
Levo Karol até a minha sala.
- Fique aqui um instante.
- Ruggero eu não quero te atrapalhar, está na cara que aquela mulher tem algo com você, e eu não quero que pense que estou te cobrando algo porque não é.
Seguro suas mãos apertando de leve.
- Só me espere uns minutos, e vamos almoçar pode fazer isso por mim?
- Mas... Lanço um olhar para ela e sei que consegui.
- Não pense que vai me comprar sempre com esse olhar. Dou risada.
- Você me ama, eu sei.
- Não sei quem está te iludindo.
Saiu no corredor e encontro Ruan, fazendo um sinal cortando a garganta.
- Não lembrava que Sofie tratasse a gente de merda até conhecer Karol, chefe por favor se case com a mãe do seu filho essa Sofie é insuportável.
- Ok já entendi sua torcida, mas Karol e eu somos somente bons amigos.
- Amigos? Ruggero você precisa mudar o grau dessas lentes.
- Ruan não veja coisas onde não tem.
- Eu vendo coisas? Tudo bem, mas que fique claro, se você casar com Sofie, a minha chefinha sempre vai ser Karol. Dou risada, Karol veio aqui duas vezes e já é sua chefe.

- O que faz aqui Sofie? Entro na sala de reuniões, ela está olhando a vista e se vira para mim, apoia a xícara em cima da mesa e se aproxima.
- Eu senti sua falta.
- É mesmo?
- Não fale assim Ruggero, eu amo você.
- Esse amor é bem contraditório, não é?
- Ruggero...
- Eu não pedi para você largar sua carreira Sofie, eu pedir você em casamento, se isso iria acontecer daqui a dois, três, dez anos não me importava eu só queria ter você.
- E você me tem.
- Não, todas as vezes que eu tentei você me recusou, me humilhou e eu cansei.
- Não fale assim meu amor, eu estou aqui agora, e quero me casar com você.
- Porque você está aqui?
- Porque eu amo você.
- Eu não acredito.
- Pois vou te provar, vamos recomeçar por favor eu amo você Rugge. Ela se aproxima e segura meu rosto com as duas mãos, e aproxima a boca da minha, seus lábios tocam os meus, quando ela suspira percebo o que estou fazendo e me separo dela rapidamente.
- O que pensa que está fazendo?
- Você ainda me ama, eu posso sentir.
- Eu... Eu estou noivo e vou ser pai. Seu sorriso congela.
- É alguma brincadeira?
- Não, Karol e eu vamos ter um filho.
- Karol, quem é Karol?
- Não importa, você faz parte do meu passado Sofie. Ela abaixa a cabeça e quando levanta lágrimas rolam por seu rosto.
- Sofie, eu sinto muito, quando você me deixou foi um adeus para mim.
- Não foi para mim, eu só precisava de um tempo, era tão difícil.
E o que eu faço agora, eu deixei tudo para ficar com você, rompi contratos porque não aguentava de saudade, ninguém vai querer me contratar, não vou conseguir ir e ter meu papel de volta, o que eu vou fazer da minha vida.
- Calma, eu não vou te deixar na mão.
Venha comigo eu vou pedir para te levar ao hotel.
- Eu não estou em um hotel, eu deixei minhas malas na sua casa.
- Na minha casa?Ok você passa e pega.
- Porque eu não posso ficar na sua casa, até arrumar um lugar para mim.
- Porque estou reformando os quartos.
- Eu não me importo de ficar no seu quarto.
- Eu tenho uma noiva agora, ela está comigo, venha, você precisa descansar.
- Ruan peça alguém que acompanhe Sofie até a minha casa, ela precisa pegar as coisas dela. Ele imediatamente pega o telefone.
- Tem um carro esperando na saída.
- Vai Sofie.
- Eu não posso ficar com você.
- Não. Ela vai, mas ainda olha para mim quando chega no elevador e solta um suspiro triste e vai embora.
- Você está bem?
- Não, mas eu vou ficar, desmarque minha reunião das duas. Ele franze o cenho.
- Vou almoçar com Karol.
- Agora? Empurro a porta da minha sala que está vazia.
- Onde ela está?
- Não tenho ideia, ela estava aqui? Entro na sala e vou até o banheiro chamando seu nome mas não tenho resposta, pego meu celular e carteira.
Disco seu número e já vou saindo chamando o elevador.
Sua chamada está sendo encaminhada para. Droga, desligo e coloco para chamar novamente.
Passo direto pela recepção não dando a chance de me cumprimentarem e entro no carro onde Marcelo me espera com a porta aberta.

Ligo para casa e Marta atende, já me passando uma bronca por Sofie aparecer.
- A Karol está em casa?
- Ainda bem que ela não está. Fico confuso então lembro que ela retornaria ao mundo dos sonhos.

Vinte minutos depois estou passando pelas portas de vidro e posso ver Jorge e o outro cara no balcão.
- Chega mais Ruggero. Me aproximo e ele coloca um copo com não sei bem o que é?
- Experimenta.
- O que é isso?
- Suco de acerola. Estranho e tomo um gole.
- Você colocou vodka aqui. O outro cara rir e ele me olha incrédulo.
- Como você sabe? Sorrio e levanto a sobrancelha.
- Eu sei, isso é para os clientes?
- Só depois das seis. Assinto e olho ao redor.
- Karol está por aqui.
- Ainda não chegou, estava com Valentina.
- Então está certo, eu vou esperar um pouco.
- Senta aí, já almoçou? Faço que não, e logo um prato aparece na minha frente e ele se senta ao meu lado, eu sinto falta disso na minha vida, Karol tem algo maravilhoso e jenuino, uma família sem padrões, sem regras que se apoiam, meus pais faleceram eu era uma criança, e sempre foi eu e meus avós.

O tempo passa e nada de Karol, o que me preocupa, então decido ir embora.
No caminho disco o número dela mas não atende, então decido ligar para Valentina.
- Ela deveria está com você Ruggero.
- Ficamos de almoçar, mas ela não me esperou.
- Ok se ela me ligar eu te aviso.
Desligo e me pergunto onde ela se meteu.
- Chefe, Robson acabou de informar que a senhorita Sevilla está no parque pertinho de casa.

Quando desço do carro, procuro por Karol, mas na frente tem um lago e ela está ali sentada na grama as mãos com as palmas para baixo apoiando seu corpo inclinado, seus olhos estão fechados enquanto ela aproveita o sol.

- Então foi aqui que se escondeu? Ela abaixa a cabeça e me lança um olhar para depois retornar a mesma posição.
Aproveito e me sento ao seu lado mas no sentido contrário do modo que fico de frente para ela.
- Você almoçou? Ela faz que não.
- Porque não me esperou?
- Ela é alguém importante para você Ruggero, acho que deveria tentar ser feliz com quem ama.
- Eu não...
- Você não negou.
- Como você...
- Nós vamos ter um filho, mas isso não te impede de ser feliz.
Escuto um clic que me chama atenção e olho ao redor percebendo paparazzi, me inclino.
- O que você está fazendo? Levo a mão ao rosto dela e acaricio, mas ao sentir sua pele macia minha respiração altera.
- Tem um fotógrafo com a câmera virada para nós.
- Aqui. Sorrio e meu rosto está bem próximo ao seu, inclino ela um pouco mais para o lado dando a impressão para a pessoa do outro lado, que estou beijando Karol.
- Coloque sua mão no meu cabelo.
- O que?
- Faça o que estou dizendo. Sussurro com os olhos vidrados nela, ela leva as mãos ao meu cabelo e acaricia minha nuca, um arrepio percorre todo meu corpo e passo a língua nos lábios e não perco o olhar de Karol acompanhando o percurso que a minha língua faz.
Seus lábios se separaram e ela respira com dificuldade.
Caramba, a minha intenção era encenar o beijo para dar material a esses caras.

Nossas bocas se chocam, e enfio uma das mãos no seu cabelo, deixando no ângulo certo para invadir sua boca com minha  língua e não sei porque queria encenar esse beijo, sua língua está me fazendo sentir tanto que a calça chega fica apertada.
Quando nos afastamos ofegantes, Karol puxa o ar com força, os lábios vermelhos e a bochecha corada.
- Isso foi.. Falo.
- Puta que pariu indo e voltando. Sorrio e beijo sua testa.
- Vamos pra casa.

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