Ter que lidar com Sofie e suas crises não estavam nos meus planos, ela está ameaçando tirar a própria vida e isso me assustou, não mais do que o telefonema do Robson.
O telefone estava ligado.
Ela não estava na casa da sua mãe.
A confeitaria estava fechada.
Seus primos não sabiam dela.
E Valentina não atendia a porra do telefone.
E agora tudo que sinto é um pânico horrível de que algo tenha acontecido com ela.
- Robson, como você não viu Karol sair?
Pergunto quando já não sei o que fazer.
- Senhor, ela estava o tempo lá dentro e... Ele para e pensa.
A senhorita Valentina parou para falar comigo um instante, Karol não me queria por perto hoje, pode ser que... O barulho do meu telefone corta o ar.
Uma nova mensagem de Karol.
Estou na sua casa.
Estou na sua casa, não em casa.
- Vamos para casa. Toco o botão de ligar, mas o telefone vai direto para caixa.Entro em casa desesperado para colocar meus olhos nela.
Mas ao chegar no quarto, não vejo Karol
Procuro no closet, os sapatos que ela usou essa manhã, a bolsa, as roupas devidamente dobradas me fazem respirar de alívio, saiu e abro a porta do banheiro, ela não está ali, e saiu do quarto e procuro por ela na cozinha, nada.
Meu telefone toca e vejo o nome de Valentina piscar.
- Onde ela está?
- Na sua casa.
- Eu estou aqui Valentina e ela não está em lugar nenhum.
- Tem certeza que não tem outro cômodo nesse apartamento gigante. Franzo o cenho e caminho de volta para o quarto.
Paro no corredor ao perceber a porta do quarto de hóspedes entreaberta, empurro devagar e vejo um montinho me aproximo e com a luz de fora posso ver seus cabelos no travesseiro e ela agarrada ao outro dormindo serenamente.
Só não entendo porquê ela está aqui e não em nossa cama.
Me aproximo dela e acaricio seu rosto, sentindo alívio inundar meu corpo.Depois do banho, fico no impace de ir até Karol e trazê-la para a cama, mas não queria atrapalhar o seu sono, então me deito.
Mas giro para um lado depois para o outro e não consigo dormir, bufo jogando o cobertor do lado e fico em pé.
A passos largos chego até o outro quarto e ela continua ali dormindo serena.
Me aproximo e passo um braço embaixo das suas pernas pego Karol no colo, levando ela para nossa cama.
Ela resmunga algo, mas se aconchega em mim.
Coloco ela na cama e me deito em seguida, desligo o abajur e envolvo seu corpo trazendo-a para mim, o cheiro que vem dos seus cabelos me faz relaxar e deixo um beijo em sua testa.Desperto e passo a mão ao lado da cama e abro os olhos procurando por ela, mas não encontro.
- Karol... Chamo baixinho mas sem resposta.
Resolvo levantar e olho a hora são quase onze da manhã.
Depois de um banho e me vestir, procuro por ela na casa.
- Bom dia Rugge.
- Bom dia Martinha, onde está a Karol?
- Ela não está no quarto?
- Não.
- Estava sem fome essa manhã, pegou somente um yorgut e disse que voltaria para a cama. Algo me diz que é outra cama.
- Tudo bem, põe uma salada de fruta pra ela e uma fatia do bolo de cenoura. Ela sorrir pois Karol adora.
Me aproximo do corredor e paro em frente a porta, não escuto nenhum barulho, mas giro a maçaneta e empurro.
Ela está ali embaixo dos lençóis.
Me aproximo e apoio a bandeja no criado mudo.
Aliso seu rosto tirando uma mexa do seu cabelo do olho.
- Karol. Chamo baixinho e ela parece despertar.
Seus olhos me encaram, ela abre um sorriso fraco e volta a fechar os olhos.
- A Martinha me disse que você não comeu quase nada, eu trouxe seu café da manhã.
- Estou sem fome Ruggero, vou dormir mais um pouco.
- Come primeiro, depois você dorme ok?
Ela suspira mas assente.
Sentando, e apoio a bandeja em suas pernas.
Ela pega a salada e come em silêncio.
Quando termina, come um pedacinho do bolo e empurra de lado, bebendo o suco.
- Desculpe não consigo comer tudo.
- Acho que foi o suficiente.
- Obrigado, eu estou um pouco cansada, vou dormir mais um pouco.
- Tudo bem vou deixar você dormir, mas em nossa cama.
- Aqui está bom, vou ficar por aqui.
- Karol o que está acontecendo, porque você veio para esse quarto.
- Ruggero eu preciso realmente descansar, será que podemos conversar uma outra hora.
- Tudo bem, descanse um pouco vou trabalhar em casa hoje. Ela assente e me aproximo para beijar seus lábios, mas Karol vira o rosto e acabo beijando sua bochecha e a coisa me pega em cheio, não sei o que aconteceu mas vou descobrir.
Saiu do quarto com a bandeja em mãos sentindo um vazio, e uma dor no peito desconhecida.
- Ela comeu Rugge?
- Pouco.
- Você está bem?
- Tem algo de errado com Karol.
- Eu também senti isso, vocês brigaram?
- Não, quer dizer eu não sei. Marta franzi o cenho e aponta a cadeira.
- Vocês estavam tão bem ontem, algo aconteceu e deixou ela assim, tente lembrar.Fiquei pensativo o dia inteiro, resolvendo algumas questões do hospital, liguei para a enfermeira que estava cuidando de Sofie e ela estava sedada aínda.
É hora de ligar para o seu pai.
-Ruggero é você?
- Oi Sérgio, como vai?
- Tudo bem, mas para você me ligar assim algo aconteceu.
- Sua filha, Sofie.
- Eu pensei que vocês tinham terminado, Sofie não está na Espanha.
- Nós terminamos Sérgio, quer dizer ela terminou comigo e seguiu com a vida dela, e eu finalmente consegui seguir a minha Sérgio, mas Sofie voltou.
- Me dê boas notícias Ruggero vocês estão juntos. Respiro fundo.
- Não, eu disse que eu finalmente consegui seguir a minha vida Sérgio.
- Você conheceu outra pessoa.
- Sim, ela é maravilhoso, e está esperando um filho meu.
- Ho parabéns garoto, eu sempre soube que seria um ótimo pai.
- Obrigado. Mas sua filha surtou por não voltar com ela Sérgio.
- Como assim. Passo a contar tudo que está com Sofie.
- Eu... Sinto muito Ruggero.
Claudia passou por uma cirugia e precisa de cuidados eu vou precisar de algumas semanas para ir até Sofie, sei que é pedir muito mas pode ficar de olho até eu chegar, prometo que ela não vai causar mais problemas para você.
- Tudo bem eu vou esperar.
- Obrigado Ruggero.Me concentro no trabalho e esqueço a hora, sou interrompido pelo telefone, a enfermeira de Sofie avisando que ela está em crise novamente.
E não consegui ver Karol, não sei o que aconteceu, e como meu momento maravilhoso acabou assim.
Só a sinto distante, cada vez mais distante.

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Você Chegou
FanfictionMinha vida está melhor que novela mexicana, então se gosta de rir da vida alheia, pega pipoca, dá o play e vem rir da minha suas escomungadas.