- Oi. Falo assim que ele abre os olhos.
- Porque dormiu aí?
- Só queria ficar perto dela um minuto, mas acabei cochilando.
- Eu preciso ir ao banheiro. Aviso e me apoio nos cotovelos para me sentar, ele já está de pé, e me ajuda chegar lá.
Quando saiu do banheiro, Ruggero está sentado na poltrona.
- Podemos conversar um instante? Faço que sim.
- O que aconteceu? Porque empurrou Sofie da escada?
- O que? Aquela cretina teve a cara de pau de dizer que eu a empurrei?
- Ela quebrou uma perna e fraturou uma costela.
- Deveria ter fraturado a língua.
- Karol.
- Você... Porque eu não me surpreendo, não é? Se já fui acusada é porque acredita no que ela diz.
- Não é isso, só estou querendo entender.
- Então entenda isso, Ruggero, saia do meu quarto, da minha casa e da minha vida, vai atrás de quem te diz a verdade e faça bom proveito.
- Karol não seja infantil.
- Infantil? Respiro fundo, controlando minhas emoções.
- Eu não preciso te explicar nada, só vai embora.
- Eu não vou embora. Não até a gente conversar.
- Não tem conversa, quando eu já sou culpada, faz um favor a nós dois.
- Você não entende não é?
- O processo acabou, nossa filha não vai nascer com os pais em uma cela, então cada um já pode seguir seu rumo não é?
- Porque está fazendo isso?
- Só estou facilitando as coisas para você.
- Pede para Marta arrumar minhas coisas eu mando alguém buscar.
Quando chegar a hora, eu aviso que ela vai nascer.
- Você vai me deixar de fora... O interrompo.
- Foi você que escolheu ficar de fora só estou fechando a porta.
- Porque está me tratando assim Karol?
- Porque dói, e eu estou cansada de sentir dor, estou cansada de cair, estou cansada de tudo despencar na minha cabeça, estou cansada. Grito e minha mãe e Gaston aparecem.
- Karol....
- Já chega, não quero ver ninguém, não falar com ninguém, vão embora daqui.
- Ruggero acho melhor deixar ela sozinha.
Eu já virei o rosto e espero que eles saiam e me deixem em paz.
Me encolho na cama e volto a chorar nessa merda.Um tempo depois escuto bater na porta.
- Filha você precisa comer.
- Não estou com fome mãe.
- Pense na bebê meu amor ela precisa de alimento. Respiro fundo e deixo ela entrar com a bandeja em mãos.
Pego o suco de laranja e nada mais.
- Coma o pão ao menos Karol.
- Não estou com fome mãe.
- Tudo bem eu vou deixar aqui de qualquer maneira.Uma semana e eu tenho evitado sair de casa, desço para confeitaria na parte da tarde que está vazia e me concentro em decorar bolos, depois volto para o meu quarto, é como se eu tivesse entrado em uma bolha onde me sinto confortável e não quero sair, pois não quero ver ninguém, não quero conversar com ninguém onde eu me basto.
Em contrapartida meu peito doi, sinto uma saudade absurda, queria poder sentir o seu cheiro, fico por horas ouvindo seus áudios só para não esquecer da sua voz.Estou entrando no oitavo mês de gestação, e muitas coisas da qual eu fazia antes hoje não posso, na verdade não enxergo meus dedos dos pés imagina.
Tenho uma consulta com Bruna e Gaston vai me levar.
Saiu de casa mandando mensagem para Valentina.
- Senhorita Karol. Tiro os olhos do celular e fico surpresa ao ver Robson.
- Oi, o que faz aqui? Ele sorri faceiro.
- O que acha que ainda faço aqui, meu dever é protegê-la.
- O Ruggero ainda insiste com isso.
- Ele é alguém muito influente, não pode deixar de se cuidar.
- Vamos. Ele abre a porta para mim.
- Eu estou esperando o Gaston.
- Ha foi ele mesmo que me pediu para levá-la.
- Que cachorro não se deu o trabalho de me avisar.
Entro no carro.
- Obrigado Robson.
No caminho estava em silêncio olhando a cidade que passava pela janela.
- Karol. Olho para ele.
- Eu sinto muito que as coisas não deram certo entre vocês.
- Eu também.
- Ele não é o mesmo. Abaixo a cabeça.
- Ele não é o mesmo Ruggero, quer dizer ele está pior do que era antes de você.
- Como assim?
- Ruggero sempre regeu tudo com braços de ferro, em sua vida não tinha espaço para um sorriso, desfrutar de algo e até mesmo gentileza.
O pós Karol é ainda pior.
- Ele não está facilitando para vocês heim? O celular dele toca e o mesmo levanta para que eu possa ver o nome de Ruggero.
- Sim chefe. A voz de Ruggero soa logo depois através do bluetooth do carro e meu coração acelera.
- Robson, eu pedi para me avisar, onde está Karol, como elas estão, você levou elas para a consulta hoje?
Ele estaciona o carro e olha para mim.
- Você está me ouvindo?
- Você quer responder. Faço que não e abro a porta.
- Obrigado Robson.
Não basta se preocupar com a gente, você precisa agir e se não vamos ser prioridade em sua vida é melhor não se iludir.
Respiro fundo e vou para minha consulta.- Oi Karol.
- Olá Bruna.
- Como se sente hoje.
- Uma baleia. Acaricio minha barriga e ela rir.
- Vamos ao mais importante é controlar como vocês estão?
- Tudo bem.
Bruna faz os procedimentos, recolhe meu sangue e avalia a ultrassom, e fico olhando para tela, algumas lágrimas caem dos meus olhos e engulo o choro de passar por isso tudo sozinha.
Eu sei, eu sei...
Não deixei espaço para que ele me acompanhasse e foi melhor assim, não posso me arrepender.
- Estou te achando muito calada, o que está acontecendo?
- Não é nada, eu estou bem.
- Tem certeza? Faço que sim e ela não insiste.
- Está conseguindo dormir?
- Não muito... Confesso e ela me dar algumas vitaminas.
- Você perdeu bastante peso Karol tem que rever sua alimentação.
- Tudo bem.
- Então está chegando a hora, você já se decidiu pelo parto?
- Andei lendo bastante e quero o parto normal.
- Tudo bem, estamos quase na reta final, e preciso que fique atenta aos detalhes está bem?
Nos despedimos e saiu do consultório.
Robson está esperando por mim, mas não está sozinho.
Ruggero está ali com as mãos no bolso da calça, seu olhar intenso que me faz suspirar, mas não posso fraquejar preciso ser a forte nesse momento.
E viro as costas tem um ponto táxi mais na frente.
- Karol.... Karol espera aí. Ele consegue me alcançar.
- Por favor podemos conversar. Ele segura meus ombros e tento sair.
- Por favor, pela nossa filha... Respiro fundo.
- Vamos almoçar, você precisa comer alguma coisa.
- Porque todo mundo acha que preciso comer? A sobrancelha dele vai lá em cima e logo depois seu olhar cai na minha barriga, um sorriso repuxa seus lábios e seus olhos brilham... Ele...
Está... Emocionado?

VOCÊ ESTÁ LENDO
Você Chegou
FanfictionMinha vida está melhor que novela mexicana, então se gosta de rir da vida alheia, pega pipoca, dá o play e vem rir da minha suas escomungadas.