Parte 44

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- Cheguei. Anúncio e todos me olham.
Jorge vem até a mim e me envolve em seus braços e logo um por um me abraça e acaricia a minha barriguinha de seis meses.
- Filha. Mamãe que esteve quase todos os dias comigo acaricia minha barriga.
- Como está a menininha da vovó.
- Ótima, cheia de fome. Nem preciso dizer o quão paparicada eu fui por todos.
Sem exagero, trabalhei mais sentada do que tudo e depois do almoço subi para descansar um pouco.
Deitada na minha cama, com as pernas apoiadas nos travesseiros e as mãos acariciando a barriga, olhei ao redor do quarto.
Calculando os espaços e sorri vou começar arrumar seu cantinho filha.

- Já vai filha?
- Sim mamãe, tenho umas coisas para comprar. Ela assente e me despeço dela e de todos.
- Karol. Robson me chama a última vez que o vi foi quando nos desentendemos.
- Olá Robson.
- Você não quer vir aqui?
- Valeu, mas vou no meu carro.
- Posso dirigir para você?
- Não, obrigado.
- Karol, desculpe.
- Porque está me pedindo desculpas?
- Acho que fui rude com você na última vez.
- Está tudo bem, tudo isso já está acabando. Ele arregala os olhos e só aceno entrando no meu carro.
Dirijo até o shopping e vou direto para uma loja com móveis para quarto infantil.

Olhar essas coisas tão lindas e me faz lembrar dele, tenho tanta saudade, mas sei que fiz e estou fazendo isso por mim.
Pego um agendamento com um consultor para me ajudar com o espaço, mas não resisto a comprar algumas coisinhas.
Quando estou saindo da loja esbarro em alguém.
- Desculpe. Falo e levanto a cabeça encontrando justamente com ela.
- Você não olha para onde anda. Ela fala e depois me encara, com um sorriso de escárnio.
- Você.
- Eu o que? Ela me olha de cima abaixo.
- Parabéns, conseguiu não foi?
- Do que exatamente você está falando.
- Ruggero tem muito dinheiro, devo admitir que foi uma jogada de mestre. Sorrio.
- Olha, eu não vou perder meu tempo com você. Passo por ela e vou para descer as escadas mas escuto quando ela diz.
- Eu ainda não terminei com você, doceira, você acha que vai ficar assim, não vai não eu vou... Eu estou falando com você, sua... Paro na escada e ela esbarra em mim por pouco não perco o equilíbrio, mas não posso dizer o mesmo dela, que tenta se segurar em mim e mesmo não tendo onde me apoiar estendo a mão para ajuda-la mais a mulher rola escada abaixo e me faz escorregar alguns degraus.
- Sofieeeee. Grito respirando com dificuldade.
- Sofieeeee... Sofieeeee..... Aiiiiiiiiiiii grito não sei exatamente onde foi, sei que bati as costas e o joelho que está dobrado, olho para baixo e vejo o corpo de Sofie.
- Sofie, alguém ajuda aqui.
- Senhora, senhora você está bem.
- Aiiiiiii. Grito de novo.
- Ajude ela por favor, ajude...
- Karol. Nunca fiquei tão feliz em ver um rosto conhecido, meus lábios tremem e as lágrimas caem dos meus olhos sem que eu possa impedir, ele já está com o telefone no ouvido e vem até a mim.

- Onde ela está? Escuto a voz de Ruggero e logo a cortina vem empurrada.
Sua expressão é de puro desespero, seu olhar passa por mim e ele respira fundo e se aproxima me envolve em seus braços e posso sentir seu coração acelerado.
- Vamos cuidar de você garota. A voz de Bruna nos faz se afastar. Um outro médico está com ela e faz ver a minha perna.
- Não quebrou o que é bom. Ela olha os batimentos da bebê e os meus, logo em seguida faz uma ultra e avalia.
Respira fundo.
- Por favor me diga que elas estão bem. Ruggero pede.
- Estão, por incrível que pareça apesar do tombo vocês estão bem, um joelho ralado, você pode sentir dores nas costas, e depois que a adrenalina passar pode sentir cólicas e deixa pra você entender quando acontecer.
De qualquer maneira vou te passar uma medicação para quando sentir a dor.
Assinto.
- Como você caiu? Ruggero pergunta assim que Bruna nos deixa.
- Onde ela está?
- Ela quem?
- Sofie, como ela está?
- Sofie, do que está falando?
- Ela caiu da escada Ruggero, onde ela está?
- Sofie estaca com você? Faço que sim e ele sai sem dizer nada.
Fico mais um tempo esperando até que uma enfermeira aparece e me dá alta. O joelho agora está doendo e não consigo firmar o pé no chão, sinto só uns braços me levantar do chão.
- Desculpe não consegui ver você mancar e não fazer nada.
- Michel, me põe no chão por favor.
- Karol deixa eu te ajudar é o mínimo que posso fazer depois do que fiz. Ele pede e só assinto.
- Você veio de carro até aqui? Só aceno que não e vejo Robson que se aproxima.
- Pode deixar comigo senhor. Ele fala, já me pegando dos braços de Michel que se recusa.
- Pode deixar Michel, estou com ele.
- Tem certeza. Faço que sim e ele me entrega a Robson.
- Obrigado pela ajuda. Ele assente e Robson me leva para o carro.
- Obrigado Robson.
- Não tem de que.
- Pode me levar para casa... A casa da minha mãe. Ele levanta uma sobrancelha mas ao ver minja expressão assente.
O caminho eu choro baixinho deixando todo aquele bolo de emoções fluir.
Entendi o que a Bruna quis dizer quando a adrenalina baixar.
Vez ou outra pegava o olhar do meu segurança em mim.
Ele estaciona e abre a porta, me ajuda a sair.
- O que aconteceu? Gaston questiona.
- Ela caiu da escada no shopping.
- Meu Deus você está bem? Ele me olha aflito e segura meu rosto.
- Estou bem, me ajuda a chegar na minha cama.
- Você não vai para casa Karol?
- Eu já estou em casa, obrigado Robson.
Ele assente e Gaston me leva para cima.
Mamãe me ajuda a tomar banho e trocar de roupa, Gaston ajeita os travesseiros para mim e senta no chão segurando minha mão até que adormeço.

Na manhã seguinte, acordo com dores em todo meu corpo, acaricio minha barriga tentando proteger minha filha de todas aquelas dores que estava sentindo.
Mas minhas mãos esbarram em braços que agarram minha barriga, olho para o lado e ao invés de Gastón vejo Ruggero.
Ele está sentado no chão com a cabeça apoiada na cama e os braços ao redor da minha barriga.
Meu coração acelera e as lágrimas voltam a cair, que diabos pareço uma torneira com defeito.

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