Parte 15

200 24 50
                                    


Desespero é o que estou sentindo.
O medo que sinto é tão grande que chega a doer nos ossos.
- Olha, cara, eu não te conheço e não entendo o que está acontecendo aqui, ou como foi que vocês se envolveram. Levanto a cabeça então percebo que ela não disse o que de fato aconteceu e não sei se contar ou não.
- Eu sei, é tudo muito confuso pra gente também. Pego meu cartão no bolso e entrego a ele.
- Posso te pedir um favor, em qualquer momento pode me informar como ela está. Ele franze o cenho, olha para minha mão, e pega o cartão.
- Eu sou o Jorge, e a Karol é como minha irmã mais nova, espero que saiba a responsabilidade que isso implica.
- Eu não quero que ela tire a criança, se é isso que quer saber, eu quero o bebê.
- Ótimo, não preciso lutar contra você, somente com ela. Assinto e vou saindo.
Abro a porta do carro e ela se fecha, por pouco não esmago minha mão, meu corpo é jogado contra o carro e logo meus seguranças se aproximam.
- Gaston não é, eu não quero brigar.
- Mas eu quero afundar sua cara.
- Se afaste, senhor. Ele então olha ao redor.
- Quem é você? O neto do presidente?
A coisa me faz quase rir.
- Não, é o dono das redes Pasquarelli Hospital. É a voz de Valentina, ela se aproxima e cruza os braços.
- Larga ele Gaston. Se você não largar. Vou deixar os seguranças te darem uma surra seu idiota.
- Você vai deixar os seguranças baterem em mim cunhadinho.? Ele pergunta com a sobrancelha lá em cima.
- Eu vou. Ela fala e puxa o ombro dele, fazendo-o rir.
-Desculpe cara pensei que você estava correndo da responsabilidade. Ajeito minhas roupas.
- Eu jamais faria isso. Respondo olhando para Valentina.
- Bom saber. Ele faz um gesto com a mão, acho que é um legal e entra.
- Então quer me explicar o que fazia aqui? Passo a mão na testa e faço um aceno de cabeça para os seguranças voltarem para o carro.
- Quando eu descobri o endereço.
Eu precisava conhece-la, saber quem era, na minha cabeça era só mais uma mulher fútil e que eu ofereceria dinheiro. Valentina ofega.
- E me entregaria o bebê. Falo mortificado pois acabei de fazer isso.
- Você é muito babaca.
- Eu sei, meu lado cretino aflora diante das portas fechadas.
- E o que você encontrou?
- Alguém que tem paz no olhar, leveza no sorriso, algo que dinheiro nenhum no mundo compra eu fui imbecil Valentina.
- Rum rum. Ela pigarreia.
- Desculpe Doutora. Falo irônico.
- Mas entenda, eu quero muito esse bebê, e sei que estou pedindo muito, mas se ela ao menos considerasse ter, o que vou dizer pode soar egoísta e ofensivo, mas não é com essa intenção, ela pode me entregar o bebê quando nascer eu cuidaria dele, e daria uma vida confortável a ela e a sua família. Ela rir na minha cara.
- Acha mesmo que estamos atrás de dinheiro?
- Não foi o que eu disse eu só... Não estou conseguindo me expressar, lembra eu sou um cretino.
- Isso você é mesmo. Ela respira fundo.
- Mas acho que entendi, o que quer dizer, não acho que ela vai querer vê você por enquanto.
- Eu imagino, fui estupido, só pode me manter informado, por favor.
- Sempre teve esse desejo de ter um filho?
- Eu prometi à minha avó, que antes dela morrer vai conhecer os bisnetos,
- Então é um desejo dela.
- Nao, é um desejo meu cumprir a promessa de me tornar pai.
- Entendi.
- Acho melhor eu ir. Ela assente e entro no carro, abaixo o vidro.
- Sabe, Michael não é um cara ruim. Ela se volta para mim.
- Ele é péssimo.
- Acho que vocês precisam de uma segunda chance, essa impressão que tem um do outro não condiz.
- Você nem me conhece.
- Alguém que coloca a família acima de tudo e luta por ela, não pode ser comparada com uma diaba. Falo com um sorriso irônico nos lábios.
- Aquele cachorro me chamou de...
- Ele também é um não é? Ligo o carro e dou partida saindo dali.

Chego a casa da minha avó, empurro a porta e tiro a paletó, sentando no sofá, encosto a cabeça os olhos fechados respiro fundo.
- Querido, você aqui de novo. Não respondo e levanto para pegar um whisky e ela me observa.
- O que está acontecendo Ruggero?
- Eu estraguei tudo vó, eu não cumpri com que prometi ao vovô.
- Rugge não diga isso. Olha quanta estrada você fez.
- Vó, nem sei por onde começar.
Ela segura minhas mãos e me leva de volta para o sofá.
- Do começo.
- Submeteram uma paciente a uma inseminação, sem o consentimento dela. Ela faz um aceno.
- A mulher descobriu que está grávida, e já tem uma advogada no caso.
- Bem, acho que podemos tentar um acordo e não deixar vazar para mídia.
- Ela está grávida de um filho meu.
Vovó está calada.
- Usaram o meu único material para isso.
- Bem, isso é bom, logo teremos um bebê por aqui.
- Vó para isso acontecer, essa mulher precisa ter a criança e nesse momento ela não tem certeza de nada e eu estou em panico. Vovó da duas batidinhas nas minha mãos e sorrir.
- Você percebeu que não está preocupado com os negócios e nem com o dinheiro.
- É claro que estou. Ela balança a cabeça que não.
- Você está com medo de perder o bebê, e preocupado com essa moça.
- Eu não...
- Eu pedi tanto por isso, não se preocupe as coisas vão se ajeitar.
Então a observo.
- A senhora não está surpresa com nada do que eu contei. Ela sorrir agora um pouco mais e então a ficha cai.
- Me diga que isso não é arte sua vovó?
- Eu, eu não fiz nada.
- Dona Ofelia, eu te interno mulher, vó que loucura é essa?
Eu mandei demitir os responsáveis sendo que a principal estava aqui.
- Ei não tem que demitir ninguém, e quem vai culpar uma velha idosa com o pé na cova por querer ver seu único neto com uma família antes de morrer.
- O que eu faço com a senhora, dessa vez foi longe demais.
Espere um momento, então era tudo um teatro, você armou tudo isso, conhecia Karol, fizeram isso juntas? Ela nega.
- Sim e agora estou te contando tudo, seria muito idiota da minha parte não é Ruggero?
Eu a conheci sim, no hospital no dia em que fiz a minha cirugia, aquela mocinha de bom coração e encantadora, eu não poderia deixar passar.
- Meu Deus, como pode ela tinha um noivo.
- Que a estava traindo.
- Como sabe disso?
- Eu investiguei, ela estava nervosa pois não sabia que tipo de exame iria fazer e mesmo assim ficou comigo e me acompanhou em cada exame que eu fiz, e quando acordei da cirurgia ela estava ali, cochilando na poltrona segurando minha mão, ela não tinha noção que eu era a dona daquele lugar, não percebeu que todos me conheciam ali, estava concentrada em me distrair da cirugia.

Ela continua falando, e penso em Karol e em como me distraiu sem saber que o problema que estava enfrentando na verdade era nosso.
Isso diz muito da pessoa que ela é.
- A senhora nos meteu em uma confusão dos diabos.
- Você precisava de um desafio, que não envolvesse trabalho e dinheiro.
- Eu não sei o que fazer.
- Seu coração vai saber.

Bem, o que estão achando até aqui?
É confusão ou não é?
Karol vai ter o bebê?
E Ruggero que sempre agiu com a razão em sua vida profissional e o seu pessoal sempre ficou para depois. Ele vai saber ouvir o coração agora?

Você Chegou Onde histórias criam vida. Descubra agora