Parte 24

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Quando me sento tem um prato com ovos mexidos e uma salada de frutas ao lado, mais um suco de laranja e uma fatia de bolo.
- Sente-se querida você precisa se alimentar. Dona Ofelia, ou seja avó de Ruggero ou seja a senhorinha simpática aponta a cadeira para mim e seu neto como um lorde e cavalheiro puxa a cadeira para que eu me sente.
Gente homem nenhum puxou cadeira para mim, a não ser meu pai quando era pequena.
Olho para o prato e faço uma careta.
- Eu disse Ofelia, Karol não gosta de ovos.
- Tente comer um pouco tem vitaminas.
- Vó, Karol está enjoando bastante, é melhor não arriscar.
- Desculpe, não consigo comer, mas gostei da salada de fruta, obrigado.
Falo, pois não sou nenhuma mal agradecida.
- Mas você pode comer. Empurro o prato para ele que faz careta.
- O que você também não gosta?
- Ele não come muito pela manhã. A avó responde.
- E ainda assim veio tomar café da manhã comigo? Ele encolhe os ombros.
- É você deveria apreciar não se fazem mais homens assim querida. Mamãe fala e olho feio para ela.
- Não me olhe assim foi você quem arrumou.
- Falando em arrumar, estávamos conversando, e combinei com Carolina para fazer uma pequena reforma no seu apartamento Ruggero, vamos precisar arrumar aquele lugar, e Karol você também tem que vir afinal será sua casa e....
- Ei calma aí, calma aí freia esse trem.
Eu não vou morar com o Ruggero, nós não falamos sobre isso ainda.
- Karol vocês vão ter um bebê, é natural querer morar juntos, já que não quer se casar agora, nós entendemos. Ela aponta de uma para a outra.
- Vó não pode tomar decisões por nós dois. Ruggero fala com um tom de advertência e dona Ofelia empina o queixo a coisa quase me faz rir.
- Ruggero você já imaginou o escândalo que vai ser, se não estiverem na mesma casa? Já pensou que a mídia vai ficar em cima agora que todos já sabem?
- Porque eu não te odeio seria tudo tão mais fácil. Resmungo revirando os olhos e ele rir.
- Karol. Ele sussurra.
- Sei que o que vou pedir é loucura, mas aceita só por um tempo ok, eu prometo que assim que resolvermos essa questão, pago todas as redes para abafar o assunto e podemos seguir nossas vidas normalmente.
- Isso é loucura Ruggero não quero tirar o seu espaço, nós nem nos conhecemos e vamos dividir uma casa.
- Pensa que é umas férias.
- Férias com quem? Com elas? Tenho certeza que não vão me deixar em paz.
- Se a Karol aceitar morar comigo, não quero a senhora no seu pé, ela estará em casa e precisa de tranquilidade.
- Você fala como se eu fosse
- Rum rum. Ele a interrompe e ela, então se volta para mim e logo depois para minha mãe.
- Tudo bem, farei o que for preciso para que Karol se sinta em casa e tranquila.
- Filha, se você não vai estar a vontade não quero te obrigar a nada, você sabe que tem sua casa, só achei que iriam querer ficar juntos, afinal estão apaixonados não é? Engulo em seco.
- É.. isso mamãe. Falo e dou um sorriso amarelo.

Eu não podia acreditar, em como literalmente minha vida virou do avesso.
Eu podia jurar que alguém estava fazendo uma macumba das grandes para mim, ou seria para ele.
Ruggero me disse que quando eu me sentisse a vontade para mudar eu fizesse.
Eu nunca me sentiria a vontade, mas quando Valentina me informou que a polícia investigaria nossas vidas, não pensei duas vezes.
- Ei para onde vai com essa mala? Jorge pergunta.
- Vou para o apartamento do Ruggero.
- Como é?
- Não fique tão surpreso assim, você já sabia.
- É mais não pensei que seria agora, e..
- Jorge, eu não estou deixando a confeitaria, isso aqui é minha vida.
- Eu sei, é só que é estranho.
- Eu estava para viver com aquele cretino do Michel, porque não era estranho?
Ele dar de ombros e Robson se aproxima.
- O senhor Pasquarelli pediu que a levasse. Franzo o cenho.
- Eu posso dirigir, não vejo porque precise de um motorista.
Ele me passa o telefone.
- Ruggero porque o Robson precisa me levar, eu posso perfeitamente dirigir.
- Hoje quando sair tinha jornalistas na porta do prédio onde moro, prefiro que vá com eles, depois peço para alguém pegar o seu carro.
- Ok tudo bem. Fico em silêncio.
- Karol.
- Oi.
- Fico feliz que decidiu vim.
- Ok. É tudo que respondo.
Robson coloca minha mala no carro e abre a porta do carona para mim.
- Eu preciso mesmo ir como uma madame? Ele rir.
- A senhorita é minha chefe então sim.
- Eu não sou sua chefe, e me chamo Karol, se não me chamar por nome vou te chamar de soldadinho.
- Soldadinho? Ele questiona.
- Parece um daqueles soldados robôs. Faço o movimento de sentido como se fosse um robô e ele rir.
- Tudo bem senhorita...
- É Karol.
- Certo... Karol.
- Começamos a nos entender. Entro e ele fecha a porta para mim.
Não estou acostumado com tantas regalias e gentilezas.

A porta se abre para mim e uma senhora muito sorridente está ali.
- Ola, seja muito bem vinda Karol.
- A senhora sabe quem eu sou? Ela sorrir.
- Posso dizer que ainda é mais bonita do que na foto.
- Foto?
- Acho que ela se refere aos jornais senhorita... É quer dizer Karol.
- Entendi, bem eu não quero atrapalhar o seu trabalho eu vim... Ela faz um gesto com a mão, como se não fosse nada.
- Robson pode levar a mala da senhorita... Olho feio para ela.
- Ah entendi agora esse olhar afiado.
- Gosto do meu nome.
- Bem como estava dizendo leve para o quarto do Ruggero.
- O quarto do Ruggero?
- Sim, foi o que ele me disse. Respiro fundo.
- É sim o quarto dele.
- Então você está com fome Karol?
- Não muito, ainda não sei o seu nome.
- Marta.
- Você trabalha aqui a muito tempo Marta?
- Eu posso dizer que vi aquele garoto crescer. Ela aponta para um porta retrato e me aproximo.
É Ruggero pequeno e um homem muito parecido com ele.
Marta me leva até a cozinha onde tem um balcão com cadeiras e me sento ali. Enquanto ela me oferece um bolo de cenoura com calda de chocolate, e conversamos um pouco.
Ela ficou impressionada por saber tanto de bolos, até revelar que era disso que eu vivia, seu sorriso de orelha a orelha me deixou envergonhada.
Quando ela terminou o jantar e deixou tudo pronto, se despediu e eu fiquei sozinha.
Perambulei um pouco pela sala mas não queria ser mexeriqueira, a casa não era minha, estava apenas passando um tempo.
Abri uma porta no corredor e percebi ser um banheiro, ótimo eu estava mesmo apertada, queria poder tomar banho mas não sabia onde foi parar a minha mala.

Então usei o banheiro e resolvi voltar para a sala, tinha um cobertor quentinho ali, e o controle da tv ao lado na mesinha.
Liguei a tv e me encostei um pouco, não sei em que momento adormeci.
Só escutei uma voz longe chamando meu nome.

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