Parte 18

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O desespero me definia, as palavras dela dizendo que sabia exatamente o que fazer me congelou por inteiro.
Eu perderia qualquer chance de ter meu filho.
- Ruggero você precisa reagir.
Mike falou depois que passei a tarde inteira trancado, sem receber ninguém, só abaixei as cortinas e me tranquei.
Eu queria que de alguma forma pudesse acordar.
Ver meus planos irem embora sem conseguir fazer nada a respeito estava me destruindo.
Duas batidas na porta, mas não tenho intenção de abrir.
- Chefe é a sua avó, já ligou dez vezes e disse que se não retornar ela vem aqui pessoalmente. Respiro fundo e pego celular.
- Ruggero quer me dizer o que está acontecendo?
- Sério vó, estou pagando por suas ações sabia?
- Minhas ações são para você correr atrás de um futuro.
- Meu futuro já estava planejado...
- Dinheiro não é tudo na vida Ruggero, tem coisas mais valiosas do que isso.
- Eu não quero esse futuro.
- Sinto muito querido, quanto mais rápido você aceitar ser quem é de verdade, mais rápido terá o que tanto quer, e pare de oferecer dinheiro para a mãe do seu filho, se comporte como homem, não deixe seu lado cretino aflorar.
- Como a senhora sabe que.... Ela rir.
- Deixa pra lá, ela me odeia mesmo e não me quer por perto.
- Ela conheceu alguém diferente Ruggero, mostre a ela que você é o mesmo homem ainda.
Desligo e mergulhado em pensamentos, não percebo que a noite se foi e o dia acabou de amanhecer.
Mando uma mensagem para Ruan e resolvo ir para casa.
Somente o senhor responsável pela limpeza está ali, com fones nos ouvidos, cantarolando uma música.
Passo direto para o elevador e os meus seguranças entram prontamente no carro.
Na esquina do prédio onde moro, tem uma floricultura e hoje em especial as rosas azuis estão mais bonitas e isso me faz lembrar a lenda delas, e acabo comparando a outra mulher teimosa em que conheço.
As palavras da minha avó voltam na minha mente.

Consegui dormir, e quando acordei era noite.
Levantei e meu estômago roncou, resolvi ir até a cozinha com certeza Martinha tinha feito alguma coisa para mim.
Jantei, sozinho como de costume e pela primeira vez me senti assim.
Sozinho.
Fiquei zapeando os canais de tv em busca de nada exatamente.
Voltei a olhar o telefone mas nenhum sinal de nada, por volta das onze resolvi.
Peguei as chaves e sair.
Quando me aproximei percebi o local já fechado.
Mas na frente do portão lateral estava Jorge e o outro acho que era Gaston.
Saiu e bato a porta o que chama atenção dos dois, atravesso a pista e eles me encaram.
- O que faz aqui playboy? Gaston é quem pergunta com divertimento na voz, quando franzo o cenho, seu sorriso se alarga.
- Como ela está? Ignoro a pergunta e faço a minha.
- Ela está bem cara, só não está pronta ainda para afrontar tudo, e estamos dando o tempo que precisa para isso.
Seu celular faz um som de grilo.
- Falando nela. Ele sorrir pegando o telefone franze o cenho.
- Acho que tem alguém com desejo por aqui.
- Como?
- Karol, acabou de pedir geleia de uva.
- Essa não temos. Gaston responde e então olha para mim.
- Ela vem tendo bastante desejos ultimamente.
- Do que exatamente? Pergunto curioso.
- Vai de pizza com muito queijo a yorgut de morango, frango frito e agora isso.
- Vou ver se encontro no mercado nacional, deve estar aberto. Jorge fala e Gaston corre para a camionete.
- Vou nos chineses deve ter, me avisa se achar. Então parte e Jorge olha para mim.
- Certo eu vou tentar achar. Ele rir e balança a cabeça.
- Ela é rebelde, cabeça dura e parece um terremoto mas tem um coração gigante, mostre o seu a ela e tudo se ajeita.
Não respondo, somente volto para o carro e peço aos seguranças para procurar por geleia de uva.
Karol está com desejo e eu como pai do bebê, tenho que achar é questão de honra.
Rodei a cidade inteira, não fazia ideia de onde encontrar, Jorge mandou uma mensagem perguntando se eu tinha conseguido algo, pois o mercado estava fechado.
Resolvi ligar para a única mulher grávida que conhecia.
- Ruggero espero que esteja passando muito mal, para me ligar a essa hora.
- Caroline me escute.
- É Carolina seu cachorro.
- Preciso de geleia de uva.
- O que? Isso é pegadinha por acaso.
- Onde encontro a porra de uma geleia de uva Caroline. Ela bufa no telefone e seguro a risada.
- Já tentou loja de conveniência seu retardado.
- Boa Caro, te devo uma.
- Ah você me deve. Ela desliga e pego a auto estrada e logo posso ver a lojinha de conveniência.
Corro para sessão de doces, vejo Nutela, doce de leite e finalmente geleia, na mais variedades e quando penso que não tem, um pote parece brilhar diante de mim
UVA. Achei.
- Vai achei. Falo um pouco mais alto do que havia imaginado e corro para o caixa.

Quando estaciono, não tem nenhum dos primos dela.
E não queria acordar a casa inteira.
- Olá. Me viro e aquela senhora eu já vi antes.
- Eu conheço você... Claro no dia em que minha filha passou mal, era você.
A mãe dela.
- Sim, me desculpe vim sem avisar. E pela hora, mas eu trouxe algo para ela.
E passo para sua mãe o pacote para suas mãos, que me olham com curiosidade.
- Ho, ela deve está dormindo, mas eu entrego a ela logo pela manhã.
- Muito obrigado, eu sou Ruggero.
- De nada querido, eu me chamo Carolina.
- É um prazer conhecê-la, bem eu já vou indo. Nos despedimos e aviso a Jorge que entreguei a senhora Carolina.
Ele me responde um "Mandou bem Bro".
Espero que seja algo bom.
Quando chego em casa, antes de dormir resolvo fazer uma pesquisa rápida na internet e encomendar algumas coisas.
Queijos de vários tipos e yourgut natural de morango vindos diretamente de uma fazenda.
Eu precisava cuidar deles nem que fosse de longe, e a ideia de tirar meu filho da mãe, já não era uma prioridade para mim.
Eu queria que ela estivesse bem, porque era uma boa pessoa e não merecia o que estava vivendo.
Mas se resolvesse ter o nosso bebê eu ficaria feliz mesmo que fosse de longe.

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