Parte 27

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- Ei está indo para onde? Pergunto quando vejo ela sair no térreo e não no subsolo.
- Pegar um táxi, meu carro não está aqui.
- Vem eu te levo, fora que o Robson está logo ali.
- Ruggero eu não preciso de um motorista. Suspiro eu não lembro de ter toda essa paciência com mulheres não.
A quem eu quero enganar, posso ter vestido uma capa e me mantive longe de compromissos mas meu avô sempre me ensinou a ser um cavalheiro, é uma pena que muitas não valorizem isso, e não estou falando da mãe do meu filho.
- Vem comigo. O olhar de Karol para mim as vezes me pega em cheio, sinto o corpo estremecer.
- Vamos madame, eu deixo você dirigir. Ela puxa os lábios para o lado.
- Ah é? E do que estamos falando exatamente. Penso por um pouco.
Eu não costumo dirigir esse carro assim mas acho que ela vai gostar.
- Uma Mazzerati Grancabrio. Sua boca se abre e faço um aceno de cabeça para ela voltar ao elevador.
Peço as chaves ao manobrista e desligo o alarme apontando a direção.
- Puta que pariu indo e voltando.
- Porque indo e voltando? Ela balança a mão para que deixe pra lá.
E assobia, bate palmas e da dois pulinhos como uma garotinha.
- É sério que você vai me deixar dirigir?
- Bem agora você me fez pensar. Ela faz um bico que chega a ser fofo.
E abro a porta do carona sentando.
Ela volta a bater palmas e faz uma dancinha com as mãos e não me contenho tenho que rir.
- Karol. Chamo e aperto o botão ligando o carro e ela sorrir mais animada impossível.
Ela  entra no carro e coloca o cinto, e logo dar partida, paramos na ponta da rampa, Karol pega a bolsa no banco de traz e tira de lá os óculos escuro, solta o cabelo.
- Pronto para voar. Meu sorriso já está estampado, só abro o porta luvas e pego meus óculos também.
- Vamos lá. Ao chegar na saída, alguns jornalistas tentam se aproximar, Karol acaba freando bruscamente para não pegar um.
- Ho cara tá maluco meu fi, sai da frente que hoje eu tô luxando meu irmão. Ela buzina.
- Ho tô falando contigo sequinho da moda. Eu tenho que tapar a boca para conter a risada alta.
- Mamãe nunca te ensinou que não se pode entrar na frente do carro. Ela fala acelerando, eu nunca conheci alguém como ela.

Apenas pegamos a auto estrada, ela pisa fundo e eu só aumento o som e encosto a cabeça no banco.
O que me faz viajar a anos atrás quando era ainda um adolescente e adora dirigir por aí sem rumo, só para sentir o vento bater em meu rosto e me sentir vivo, e Karol me fez viver isso de novo.
Quando ela estaciona o carro na frente do Mundo dos Sonhos, seu primo está parado na porta.
Ele assobia.
- Porra Kaká, não acredito que você veio dirigindo essa belezinha.
- O pai do meu filho é rico o que eu posso fazer.
- Né que sacrifício. Completo e ela se vira pegando a bolsa e saindo do carro.
- Eu te pego mais tarde.
- Não precisa, eu tenho umas coisas para resolver no banco.
- Está bem, me avise se precisar. Ela assente e passo as pernas para o lado do motorista.

Saiu de uma reunião quando vejo Mike, ele acena para mim.
- Alguma novidade?
- Vocês vão ter que se apresentar na delegacia, eles querem ouvir a Karol.
- Já esperava por isso.
- Só precisamos combinar o que vão dizer, onde ela está?
- Precisou ir no banco.
- É Valentina também me disse o mesmo, e estava muito preocupada, será que estão com algum problema?
- Não tenho ideia, verifique isso, não quero a mãe do meu filho com problemas.
- Tudo bem. Meu celular está tocando e pego olhando o número.
- É ela novamente? Mike questiona e só aceno que sim.
- Você ainda a ama Ruggero? Largo a caneta em cima da mesa e me encosto na cadeira soltando um suspiro.
- Não sei, eu só cansei de ser feito de idiota.
- Se ela voltar e quiser ficar com você?
- Eu vou ter um filho agora, Sofia faz parte do meu passado, ela fez a escolha dela e seguiu, eu fiz o mesmo.

A noite chega e volto para casa, no elevador folgo a gravata e abro os botões da camisa, tirando meu blazer.
Abro a porta e a luz acesa indica que Karol está em casa, entro apoiando minhas chaves no móvel, não a encontro na sala, então vou para o quarto, a luz está acesa e o som está ligado.
- Karol. Chamo ela deve está no banheiro porque o som vem do banheiro, mas vou em direção ao closet para deixar os sapatos, retiro dos pés próximo a porta e me abaixo para pegá-los, quando levanto, não entendo nada.
Só que um minuto eu estava pegando o sapato e no outro estou no chão com Karol em cima de mim.
- Ruggeroooo. Ela olha para mim assustada.
- Aiii minhas costas.
- Porque você apareceu assim.
- Assim como?
- Do nada.
- Eu te chamei, e porque caímos.
- Eu ouvi passos e sair correndo... Mas era você e... E... E... Ela olha para baixo e acabo acompanhando seu olhar.
- Olhe para cima agora mesmo.
- É... Hum...
- Ruggero para cima. Aponta e meu olhar volta para ela.
- Feche os olhos. Empurra o dedo contra o meu peito emburrada.
- Porque você está sem roupa. Questiono de olhos fechados querendo rir.
- Porque eu terminei o banho e fui me vestir, mas você chegou e eu corri.
- Pelada, você estava com muita vontade de me ver mesmo. Ela me belisca e sinto seu corpo se afastar.
- Eu estava com a toalha, mas caiu, pode abrir os olhos. Abro o olho e ela já está envolta na toalha.
- Estraga prazer. Ela rir.
- Engraçadinho, vai logo tomar banho porque estou com fome.
- O que você quer comer?
- Peixe.
- Então está bem, coloque uma roupa, vamos comer peixe.
- Vamos jantar fora... Quer dizer eu e você?
- Ué e porque não?
- Tudo bem, vamos lá. Ela está voltando para o closet mas para na porta, eu ainda estou sentado no chão.
- O que foi está sentindo alguma coisa, você caiu.
- Não, não é isso, eu estou bem, estamos bem não senti nada. Fico em pé.
- E o que está te preocupando?
- Não sei o que vestir. Ela aperta os lábios em uma linha fina e franzo o cenho.
- Uma roupa, você não quer ir de toalha, quer?
- Ruggero eu não sou acostumada com locais mais sofisticados, você sim e não quero te envergonhar.
- Karol você jamais me envergonharia.
- Eu não sei ficar de boca fechada. Ela resmunga.
- E isso é ótimo, não tem que abaixar a cabeça para ninguém.
- Eu falo muito palavrão.
- Idai, esse é o seu jeito.
- Você é muito... Ela parece pensar no que dizer.
- Eu sou muito o que?
- Nada deixa pra lá, vou me vestir.
- Você é perfeita do jeitinho que é, não tem que se sentir inferior. Um sorriso repuxar seus lábios, e algo estranho acontece com meu coração.

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