Parte 19

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Ir dormir desejando torrada com geleia de uva, era horrível.
Eu até tentei enganar com o gosto da fruta, mas não deu muito certo não.
Quando cheguei na cozinha, em cima da mesa um pote de geleia me fez quase chorar.
Corri para o armário e peguei as torradas.
- Ummm que delícia.
A porta se abre e Gaston vem entrando um buquê de rosas amarelas.
Franzo o cenho e meu coração acelera, será que foi ele?
- Bom dia Kaká. Ele começa a rir quando olha para mim.
- O que você está fazendo?
- Comendo.
- Eu sei isso é óbvio já que tem... Ele passa o dedo na minha testa e cheira.
- Geleia de uva até na testa. Faço uma careta.
- Me deixe, estou matando meu desejo.
- Isso chegou para você. Apoia as flores no vaso e volta a me olhar.
- Nós vamos conversar ok. Falo e ele assente e vai para a porta.
- Você deveria deixar o playboy se aproximar, o coitado rodou a cidade inteira atrás da geleia.
- O que?
- Só estou dizendo que deveria dar uma chance. Não respondo estou chocada.
Foi Ruggero quem comprou a geleia.
Pego o cartão nas flores.

Só queria transmitir coisas positivas hoje e agradecer, pois mesmo em meio a indecisão, você já o ama, e sei que vai cuidar dele.
Obrigado Karol.
Ruggero.
Ummm ele é tão... Tão...

Mamãe vem entrando com uma cesta em mãos e tira a touca do cabelo, ela estava na confeitaria.
- Querida, chegou para você.
Olho curiosa para a cesta.
- A vejo que já comeu a geleia, aquele seu amigo que deixou ontem aqui. Tiro o rosto do cesto e a olho.
- Ele é muito educado, e bonito também.
- Um... O que quer dizer com isso.
- Ele veio até aqui te deixar uma geleia. Volto para o cesto e tiro o laço que segurava o embrulho.
- Yorgut. Leio o rótulo.
- E tem queijos também. A boca chega a salivar.
- Quem mandou isso mãe?
- Foi um rapaz muito grande em terno preto, que entregou. Suspiro e fico pensando no que isso quer dizer.

A semana segue e ele a cada dia me manda um buquê com rosas diferentes, flores diferentes e já não sei o que pensar sobre isso acho que está na hora de tomar uma decisão.
O tempo que Bruna me deu está acabando, e preciso está segura do que vou fazer.

Depois de entregar o bolo para um casamento, volto para a confeitaria.
Meus primos estão ali fazendo as contas do mês, depois do almoço
- A coisa está bem difícil, conseguimos ganhar bastante no início do mês, mas agora.
Eles continuam falando mas, minha cabeça está a mil.
Valentina olha para mim, e percebe como estou, e faz um aceno de cabeça.
Entramos no meu quarto e me sento na cama cruzando as pernas.
- Eu te dei o tempo que precisava mocinha agora você precisa me ouvir.
Ela abre a bolsa e coloca em minhas mãos uns papéis.
- Isso é todas as provas que tenho contra o hospital do Ruggero. E foi o mesmo que me entregou. Completa.
- Porque ele faria isso?
- Porque é honesto.
- Valentinaaa.
- Karol, o que quero dizer é que, ele reconheceu o erro da sua empresa e nos entregou isso, mas tem algo que quero compartilhar com você. Assinto.
- Ruggero conversou comigo, ele sofreu muitos golpes, de mulheres dizendo está grávida de um filho seu, então decidiu operar mas antes recolheu seu último sêmen, para no futuro poder ter seu filho, ele sempre quis ser pai, mas por ser rico as mulheres se aproveitam.
- Você está querendo dizer que essa é a única oportunidade que ele tem para ser pai? Ela assente.
- Não quero fazer pressão em você, mas o cara já demonstrou de várias maneiras que pode ser um bom pai, para o seu filho, olha o cuidado com você.
- Eu ouvi Valentina aquele cara falando que ele queria me tirar o bebê.
- E você acha que eu vou deixar. Ela sorrir.
- Ele está passando por algo muito pior agora. Minha expressão é totalmente confusa.
- A história que o hospital cometeu um erro veio a tona, e a mídia não perdoa, ele está tendo que se explicar diante de autoridades e está correndo o risco de ser até preso por isso.
- Meu Deus Valentina.
- Estou te contando porque você faz parte de tudo isso e quero que saiba o que acontece. Ele deve participar de uma conferência de impressa para dar mais explicações. Esfrego a mão nos cabelos nervosa e por um momento penso que posso ajudar.
- Onde? Eu preciso ir até lá.
- Não acho que seja uma boa ideia.
- Valentina, aconteceu comigo, só eu posso explicar. Ela pensa um pouco.

Estaciona o carro e olha para mim.
- Você tem certeza que quer entrar ai?
- Sim, eu preciso fazer isso, pelo nosso bebê.
Então abro a porta e vejo o carro cinza estacionar atrás, o montanha lá sai do carro e me direciona um olhar e só balbucio eu volto logo.
Já até acostumei com eles na minha cola.

Entro no local reservado é um auditório da faculdade de medicina.
Passo por todas aquelas pessoas e quando consigo chegar a frente, posso ver Ruggero, observo as pessoas e ele está sendo bombardeado de perguntas.
- Senhor Pasquarelli voce tem noção de quanto desonesto seu hospital foi, ao fazer um procedimento sem o consentimento do paciente? Ruggero respira fundo e abre a boca para responder.
- Na verdade ele não foi desonesto. Falo e até me surpreendo com a rapidez das palavras.
- Quem falou? Um pergunta.
- Fui eu. Saiu da multidão e me aproximo dele que arregala os olhos ao me ver, e sorrio.
- Vocês querem saber, se o hospital cometeu um erro?
- E quem é você? Um deles me interrompe.
- Sou a paciente. A expressão de surpresa em todos é enorme.
- Meu nome é Karol Sevilla, estou grávida de 10 semanas, o pai do meu bebê é o senhor Ruggero Pasquarelli e ao contrário do que pensam, não foi nada irregular, eu sabia o que estavam fazendo.
Esse sempre foi o desejo do Ruggero, só que ele queria realizar no momento certo, e ele chegou então senhores, me desculpem mais tudo que estão dizendo é errado.
- Então você é apenas uma barriga de aluguel?
- Alguém que ele pagou para ter um filho?
- É.. eu não sou...
- Não, ela é a minha noiva, a mulher que escolhi para me casar e vocês estão invadindo a minha privacidade.
Querida venha até aqui.

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