Parte 32

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Quando Karol correu, meu coração se apertou e se ela não estiver bem.
Deixo o jantar para trás e corro atrás dela.
- Ruggero você não pode me deixar sozinha. Escuto mas já estou entrando no meu quarto e vejo Karol no banheiro vomitando tudo o que comeu.
Aliso suas costas, tentando de alguma maneira confortar- lá.
- Que nojo, deixa ela aí, vamos voltar para a mesa.
Levanto e empurro Sofie para fora do quarto.
- Acho que você ainda não entendeu.
- Não, é você que não entendeu, eu voltei por você, eu te amo e te quero de volta.
- Eu não amo você, já amei, mas isso ficou lá atrás, a mulher lá dentro é mãe do meu filho, é a quem eu vou me dedicar por inteiro.
- Você não a ama.
- É sabe de uma coisa, tem razão, mas nós escolhemos a quem amar e eu já escolhi, porque é ela é nobre, leve, me faz sorrir, não se importa com status, carreira, dinheiro, todos os seus princípios se baseiam em família e já que estamos falando de mim, você lembra qual era o meu sonho?
- Você não pode estar falando sério.
- Qual era o meu sonho Sofie?
- Construir uma família.
- Exatamente, eu já estou realizando, você correu atrás do seu sonho, e eu estou correndo atrás do meu.
- Isso é vingança.
- De maneira alguma, isso é seguir em frente, isso é viver, eu passei muito tempo escondido em mim mesmo depois que você me deixou, mas então ela apareceu e me tirou do lugar sombrio em que eu vivia, e eu não quero voltar para lá.
- Nós podemos ser felizes.
- Eu já sou feliz Sofie, sou realizado, não preciso de mais nada.
- Não é verdade.
- Eu segui em frente finalmente e você vai fazer o mesmo, amanhã vai pegar suas coisas e voltar para o lugar de onde veio.
- Não... Eu...
- Sim, ou ligarei para o seu pai vir buscá-la.
- Você não faria isso.
- A eu faria sim. Ela sai batendo a porta com força e volto para o banheiro.
Pego uma toalha e coloco embaixo da água gelada.
E me sentei no chão bem atrás dela.
Quando seu corpo cai para trás, estico os braços ao seu redor e a trago para mim, encosto sua cabeça em meu peito e levo a toalha até sua testa.
- Você não precisa...
- Shiu, fique um tempo assim até passar a náusea.
Nem termino e ela já está com a cabeça no vaso novamente.

Quando Karol se recupera, coloco ela sentada no balcão, e abro o chuveiro.
- Vem eu te ajudo, levanta os braços.
- Eu não vou ficar pelada na sua frente. Dou risada e levanto sua blusa, lutando contra o desejo, desvio o olhar do seu sutiã azul escuro, que os deixam empinados bem na minha cara, e minha mente já está gritando um caralho.
Coloco ela em pé e puxo o jeans do seu corpo, empurrando-a para o box.
- Consegue ficar em pé.
- Sim.
- Vou pedir a Marta para fazer um chá e ligar para médica.
- Não precisa, meu remédio está na bolsa.
- Mas você vomitou muito, tem algo errado.
- É claro que tem, eu estou grávida. Responde e aceno um não saindo do banheiro, seu corpo estava me distraindo.

Saiu do quarto ainda com a visão de Karol, atravesso o salão e Martinha está pegando a bolsa para sair.
- Ruggero você precisa de alguma coisa?
- Um chá para Karol, ela vomitou até às tripas o que eu faço?
Ela sorrir e alisa meu rosto.
- Deixa que eu vou preparar.
- Peça ao Marcelo para te levar em casa, não quero você andando de ônibus a essa hora.
- Pode deixar, cuide bem dela.
- Vou fazer o meu melhor.
- E mande aquela outra embora, não quero vê a cara dela aqui amanhã.
- Sim senhora.
Volto com o chá e encontro Sofie sentada chorando.
- Ruggero. Ela sussurra.
- Voce vai deixar nosso amor acabar assim?
- Sofie ele já acabou a muito tempo, quando eu acordar amanhã não quero vê-la aqui, não vou te deixar na mão, vou ajudá-la em consideração ao que vivemos mas é somente isso.
Sigo para o quarto e assim que entro Karol está de pijama penteando os cabelos.

- Vem sentar aqui, não beba tudo, só um pouquinho. Chamo para a ponta da cama  e coloco a xícara em suas mãos.
Arrumo os travesseiros levantando o edredom chamando para que se deite,  mas decido deitar também e não resisto mais, arrasto seu corpo para perto do meu e ela encosta a cabeça em meu peito, suspiro sentido o cheiro gostoso que vem dos seus cabelos.
Ficamos em silêncio, cada um com seus pensamentos, e então percebo que desde o momento em que há conheci , senti essa necessidade de protegê-la de cuidar dela, e com o passar do tempo meu carinho foi crescendo e depois do beijo hoje, não tenho mais dúvidas ela não é só a mãe perfeita para um filho meu, ela também é a mulher perfeita para mim, e não posso deixar escapar sem tentar.
Eu demorei sonhei em ter uma família, ter um amor como dos meus avós, como dos meus pais, e Karol é alguém que vejo isso.

- Se sente melhor. Pergunto depois de um tempo em silêncio. Ela passa a mão nos olhos e me afasto para ver seu rosto.
- Não chore, não suporto ver você chorar.
- A culpa é sua. Levanto a sobrancelha confuso com o ataque.
- Porque eu fico com a parte ruim e você somente com a boa. Entendendo o que ela quis dizer.
- Na verdade, eu não fiquei com a parte boa. Falo porque ela está grávida de um filho meu, mas não fui eu que fiz um filho nela.
- Ficou sim, só colocou ele lá, eu tenho que passar por tudo para ter ele aqui. Resmunga brava
- Bem, eu não tive o prazer de colocar ele lá, então... Karol bate em meu peito.
- Ruggeroooo
- Ué e não é verdade. Seguro sua mão e deixo um beijo mas não solto.
Ficamos em silêncio novamente.

- Como era o seu pai Karol? A curiosidade aperta e quero conhecer um pouco do meu sogro.
- Incrível. Ela conta como era a relação com o pai, o que ele gostava de fazer e minha admiração só cresce por sua família, compartilho momentos que vivi com os meus pais e respondo suas perguntas, compartilhando nossos momentos que ficaram em nossa memória.
- Estou com fome. Ela solta.
- Espere um pouco, vou buscar algo para você.
- Quero bolo de cenoura da Martinha.
- Não é muito pesado? Pergunto já da porta.
- Estou desejando.
- Ok, mas uma fatia pequena. Ela faz bico e quero rir.
- Você pode vomitar se comer demais.
- Tudo bem, vai uma fatia. Demoro um pouco mais para achar tudo na cozinha e quando me aproximo da sala, Sofie está de pé na porta.
Ela olha para mim, acena um não com a cabeça e abre a porta puxando a mala e saindo.
Pego o telefone de casa e ligo para Robson pedindo que a leve para um hotel, e logo depois para Ruan, peço a ele que faça uma transferência para a conta de Sofie, ele não questiona mais sei que ficou curioso.

- Porque disse que eu era dona da casa?
- Porque você é. Karol pergunta depois de comer.
- Ruggero, estou aqui só de passagem.
- Para mim não é assim. Falo com toda sinceridade e sei que ela pode captar isso.
- O que está querendo dizer?
Coloco nossos pratos em cima da mesinha e volto para a cama.
- Passamos por relacionamentos conturbados Karol, você sofreu, eu também, e isso fez com que tomassemos decisões de não dar chance ao coração, mas o destino parece que gosta de brincar com a gente, você está grávida de um filho meu.
E não quero de jeito nenhum confundir as coisas, mas me sinto bem com você, quero tentar de verdade dar uma família a ele.
- O que...
- Quero tentar com você. Nos encaramos e seus olhos brilham e ela é tão linda.
- Você está querendo ter algo comigo? Onde está a piada? Confuso questiono.
- Não seja chata, porque eu não iria querer ter algo com você?
- Porque não sou o seu tipo. Agora quero uma explicação.
- E qual é o meu tipo?
- A mulher no sofá, por exemplo.
- Isso não quer dizer nada, eu e Sofie não existe mais.
- Você ainda a ama.
- Eu amei, e não foi pouco, mas tudo o que sinto hoje é carinho, por tudo o que vivemos.
- Tem certeza?
- Absoluta.
- Ela não é a mulher da sua vida?
- Bem, a mulher que eu quero para a minha vida está aqui na minha frente e pretendo fazê-la muito feliz.
- Ruggero. Sussurra com emoção em sua voz.
- Então o que você tem a dizer?
Com um sorriso lindo ela se joga em meus braços, e meu coração acelera, quentinho por ganhar alguém para dividir o espaço.

2...5

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