- Uaaa.. Uaaaa. Uaaa.
Merda, preciso de alguma coisa, sinto meus órgãos se movendo aqui dentro.
Coloco a mão sob meu ventre, e volto a vomitar até sentir meus cabelos sendo unidos na cabeça por uma mão, e quando volto a sentar meu corpo é apoiado a outro, Gaston tem minha cabeça apoiada em seu ombro e alisa meu cabelo, e continua até sentir que não vou voltar a vomitar.
- Se sente melhor, ou ainda tem algo para a privada. Sorrio fraco e ele me ajudar a ficar de pé.
Eu levantei, com muito calor e resolvi tomar banho, mas assim que sair o enjôo me pegou aí já viu.
Enxaguei a boca e peguei a toalha para secar os cabelos.Quando saiu, Gaston está ali me esperando, já vestido para sair.
- Porque não contou pra gente?
Levanto os ombros e lágrimas escorrem por minha bochecha, ele levanta rápido e me acolhe em seus braços.
- Vou matar aquele filho da puta. É aí que choro mais.
Porque eles não sabem a confusão que está sendo minha vida, Michel é o último dos meus problemas.
Ele não me faz falar nada, só que vamos conversar todos juntos, porque somos uma família e eu não estou sozinha.
Só assinto e ele vai, então resolvo me vestir para ir comprar o material que preciso.
Desço as escadas e entro na confeitaria que já está cheia com o povo tomando café.
- Ei Kaká quanto tempo. Seu Luís acena pra mim, e logo depois dona Clotilde passa por mim beijando meu rosto e agradecendo pelos doces ao salão.
Sorrio para ela e aceno para outras pessoas.
Quando chego próximo ao balcão Jorge acena pra mim, Gaston está ali com ele.
Uma xícara contendo café com leite é depositada por Jorge e acabo engoiando com o cheiro do café, Gaston percebe na hora e retira a xícara levando pra longe, sendo xingado por Jorge.
- Ei amor da minha vida, quero só um suco de limão. Ele faz uma careta e Gaston bate na sua cabeça, balbucio um obrigado e ele pisca o olho para mim.
- Quem é o imbecil? Jorge fala e nos viramos para a porta.
Valentina está ali, um pouco afastada da porta de vidro, um carro cinza super chic está parado e um homem que não reconheço está gesticulando muito, posso ver seu perfil, parece muito bonito.
Mas pela cara de Valentina, não é nada agradável.
- Deixa que eu coloco pra correr. Jorge avisa e seguro seu braço impedindo de ir lá, pois Valu já está entrando.
- Quem é o playboy? Ele já se adianta e Valentina revira os olhos.
- Só um advogado, que tenho vontade de pisar na cabeça e esmagar suas bolas.
- Uau, ele fez algo para não merecer as bolas? Gaston que pergunta.
- Nasceu homem. Jorge cobre as bolas.
- Irmãzinha, eu sou homem e adoro minhas bolas.
- É claro que adora. Estalo a língua falando, e eles entram em outra discussão, mas Valentina me puxa para um abraço.
- Vai sair? Faço que sim.
- Preciso comprar algumas coisas, tenho que decorar alguns bolos para esse fim de semana. Ela me acompanha até o meu carro.
- Qual foi do playboy? Ela então respira fundo.
- Eu vou resolver primeiro e depois te conto, não quero que tenha mais algo para pensar agora. Entendo e nos despedimos.Depois do almoço, tirei um cochilo, é só o que tenho, sono. Muito sono.
A tardinha levanto e resolvo me concentrar no trabalho.
Vou para a parte do laboratório que criamos e retiro o primeiro bolo, o projeto, e o material e mãos à obra.
Gaston aparece deixa um beijo na minha bochecha, um sanduíche, minhas vitaminas e um copo com suco de limão. Olho para ele questionando.
- Achei no seu quarto, imaginei que ainda não tomou.
Lavo as mãos e seco com o papel toalha.
Pego as vitaminas e o suco, e logo após começo a comer o sanduíche.
- Como se sente?
- Estranha, é tudo uma loucura Gás você não tem noção.
- Ele já sabe. Faço que não.
- Ele não tem nada haver, ele...
- Karol, não o defenda, ele vai ter que assumir ou vou...
- Eu ainda não sei se vou ter esse bebê.
- Como?
- Gaston, não é do Michel. Ele arregala os olhos e sua boca abre e fecha.
Mamãe resolve aparecer nesse momento chamando-o, porque tia Luce ligou avisando da torneira que quebrou.
Ele me lança um olhar, de essa conversa ainda não acabou e só assinto.- Kaká estou indo. Felipe avisa, e olho a hora.
- Pode deixar que eu fecho. Falo e ele acena para mim.
Termino meu lanche e resolvo fechar, assim posso voltar ao bolo.
Quando me aproximo da porta, o cara de ontem está ali e acena para mim, abro a porta.
- Acho que cheguei muito tarde? Sorrio.
- Eu já estava para fechar, mas posso fazer uma exceção, vem. Faço sinal para que ele entre e abaixo um pouco a porta de fora, assim não entra mais ninguém.
Coloco para ele um brigadeiro branco e um tradicional, ele parece sorrir ou ao menos acho que é um sorriso.
Abro o caixa, e depósito no balcão.
Ele me encara confuso.
- O seu troco.
- Ho. È... Você não precisa devolver eu te devia.
- Os brigadeiros custam dez euros não cem.
- Tudo bem não tem problema eu quis pagar. Pego o dinheiro do brigadeiro que ele comeu.
- Ok agora estamos kits.
- É sério pode ficar.
- Não, é o preço justo.
- Acho que encontrei alguém mais teimosa do que eu, minha avó precisa te conhecer.
- Porque?
- Ela me diz sempre, não existe pessoa mais teimosa no mundo do que você.
- Agora você sabe que tem. Ele assente.
- Dia difícil hoje também?
- Posso dizer que sim, mas o brigadeiro ajudou a diminuir. Sorrio.
- O local é seu?
- Da minha família. Ele assente novamente e parece querer conversar mas não sabe como começar.
- Quer fazer algo diferente? Não sei porque pergunto, nem o conheço
- Diferente?
- Sim, tenho certeza que é algo que você nunca fez. Ele levanta uma sobrancelha e abro a porta do balcão.
Chegando ao laboratório ele observa tudo e lavo as mãos passando o gel para higienizar, aponto para a pia, ele tira o paletó, e dobra as mangas da camisa social.
- O que vamos fazer? Aponto.
- Você faz... Ele parece surpreso e me aproximo do bolo segurando o saco para fazer as flores.
- Vem aqui. Ele se aproxima.
- Segura assim, vê os desenhos, só precisa contornar mas bem devagar e com precisão. Ele assente.
- Assim? Pergunta e vejo que está torto a maneira que segura, então ponho minha mão sobre a sua e nos olhamos.
Quando percebo que estou prendendo a respiração, desvio o olhar movendo sua mão, indico a posição correta.
- Assim, desse jeito. Ele assente e até vejo um sorriso repuxar o canto dos seus lábios.
Me afasto e passo a fazer os desenhos no outro bolo que faltava.
Quando termino, venho até ele e começo a colocar os enfeites, ele está terminando de contornar o último desenho.
- Como eu fui?
- Perfeito.
- Isso é incrível.
- O que?
- O que você faz, é arte.
- Obrigado. Me curvo em agradecimento segurando o avental e cruzando uma das pernas e agora eu tenho seu primeiro sorriso de verdade, com direito a covinhas sexy.
- Consegui. Ele franze o cenho.
- O que?
- Fazer você sorrir. Aponto.
- Tenho que admitir, nunca fiz nada igual.
- Eu tinha minhas suspeitas. Ele sorrir novamente e morde o cantinho dos lábios negando, e me ajuda a colocar na geladeira e desligo as luzes, o acompanho até a porta.- Eu posso te oferecer uma carona para casa. Sorrio.
- Só se você me colocar nas costas.
- Como? Aponto para cima.
- Eu moro aqui em cima.
- Aqui. Ele então olha para cima e faço que sim.
- Já que está em casa, eu vou indo.
- Boa noite Ruggero.
- Boa noite Karol, espero ele andar até o carro, mas para com a porta aberta e se volta para mim.
- Obrigado Karol.
- Eu te coloquei para trabalhar e você me agradece. Ele volta a sorrir.
- Você fez muito mais, e agradeço de verdade. Assinto, e ele entra no carro luxuoso.
É incrível como tiramos sempre conclusão de que os ricos por terem muito dinheiro não passam por problemas, esse cara está passando por algo muito grande, seus olhos e sua expressão falam por si, a falta de sorriso em seu rosto bonito é prova de que ele não tem uma alegria a muito tempo.
A solidão parece o acompanhar.
Que triste.

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FanfictionMinha vida está melhor que novela mexicana, então se gosta de rir da vida alheia, pega pipoca, dá o play e vem rir da minha suas escomungadas.