Parte 12

158 18 16
                                    


Michael entrou no meu escritório logo pela manhã, irritado, não falava coisa com coisa.
- Michael quer ser mais claro por favor?
- A Zenere. Eu encontrei com ela, logo pela manhã.
- Então.
- Nada ela ameaçou esmagar minhas bolas, e riu na minha cara. Quem aquela mulher pensa que é, preciso ensinar uma lição a ela Ruggero.
- Mike, estou aqui esperando uma solução e você vem desabafar seu tesão pela advogada, chame a para transar e acabe com isso. Ele agora me olha furioso.
- Eu não tenho tesão naquela loira. Seguro a risada.
- Nem você acredita no que diz amigo.
Mas voltando ao assunto, ela não quer conversa não é mesmo.
Então terei que aborda-la.
Na hora do almoço, estou no carro com Mike, peço a Robson que estacione na frente do fórum, pois segundo Mike ela está aqui.
- Você disse loira, mas não entrou em detalhes que era linda também. Ele faz uma careta e desce do carro.
Vejo a expressão irritada no rosto da advogada, e quando ela tenta passar, ele segura seu braço, é o momento que saiu do carro.
- Doutora. Ela então me encara e aponto para o meu carro.
- Por favor, só preciso que aceite almoçar, quero muito ouvir e preciso que me ouça também.
- E porque eu faria isso?
- Porque o meu hospital errou, e eu admito, não sou de me esconder quando algo acontece. Sou um homem para resolver meus problemas.
- Não posso dizer que estou impressionada.
- Certo. Andou investigando sobre mim, porque não pergunta diretamente a fonte.
- Você tem um ponto, mas ainda não me convenceu.
- O bebê que a sua prima espera é meu. Ela arregala os olhos mas não dou detalhes só aponto para o carro.
A loira se recompõe e entra, Mike coça a barba com frustração nítida.
- Se controle, vou deixá-los sozinhos assim que essa conversa acabar. Ele revira os olhos e voltamos para o carro.
O caminho foi feito em silêncio até o restaurante.

Depois do garçom anotar nossos pedidos e sair, Valentina me encara.
- Muito bem, quer me contar porque minha prima está grávida de um filho seu, tenho certeza que tem dinheiro suficiente para pagar uma barriga de aluguel.
- E tenho, esse era o plano, mas não agora, daqui alguns anos.
Olha doutora o que vou dizer não se trata de acordos nem acusações.
Não estou falando como empresário, no meio em que vivo, passei por diversas situações, de mulheres grávidas a filhos grandes que mães decidiam vir reclamar pensão, para não ser alvo de mais escândalos, resolvi guardar minhas sementes, e fazer uma vasectomia.
- Assim acabaria de vez com todo o transtorno.
- Exatamente.
- Isso ainda não explica como elas foram parar no útero da minha prima.
- Abaixa a bola loira, estamos só conversando.
- Quem pediu a opinião do cachorro? Já vi que a loira é osso duro. Mas acho que Mike fez algo a ela pois a tensão entre eles é grande.
- Não coloca tuas garras de fora não.
- Vocês dois querem parar. Falo sério e ela volta a me encarar.
- Fala de uma vez.
- Eu não sei como, mas aconteceu.
- E você quer que eu acredite?
- Você mesmo disse que tenho dinheiro suficiente para pagar, porque eu iria fazer algo assim com alguém que não conheço.
- Não sei. Me diz você, porque?
Respiro fundo.
- Valentina.
- Ainda é doutora Zenere pra você.
- Tudo bem Doutora. Pego envelope com tudo que tenho e coloco diante dela.
- Porque você está me dando isso.
- Porque quero mostrar a você, que o erro é meu, e sinto muito, de verdade não posso imaginar pelo que sua prima passou, e realmente não tem fortuna no mundo que repare o meu erro.
Mas é do meu filho que estamos falando.
O meu único filho.
Ela fica em silêncio olha para todas as provas em suas mãos.
- Eu não estou pedindo que fique calada, e não mova nenhuma ação contra mim.
Muito pelo contrário.
- Você investigou no hospital, quem fez o procedimento. Faço que sim.
- Foi através da investigação que descobriram de quem era o esperma utilizado.
- Entendo. Que confusão dos diabos.
- Nem me fale, tem uma semana que eu me tranferir e recebo uma dessas.
Ela respira fundo.
- Eu vou conversar com a Karol, não queria fazer isso, ela já está aguentando muita coisa, mas preciso saber o que ela quer fazer, e sinto te dizer isso mas...
- O que?
- Ela ainda não está certa de levar adiante a gestação.
- Você está querendo dizer que ela vai abortar o meu filho?
-  O filho é dela também.
- Não, ela não pode fazer isso, é a minha única chance de ser pai.
- Sinto muito, mas essa decisão só cabe a ela. Eu vou ficar com isso. Ela aponta para o envelope.
- É todo seu, só peço que... Droga esquece. Ela assente e vai embora.
- Ruggero,  porque entregou a sua cabeça em uma bandeja para ela?
- Porque é o meu filho Mike, eu não posso ter outro, e agora eu corro o risco dele nem nascer.
- Eu nunca te ouvir falar assim.
- Porque eu nunca tive medo de perder alguém a não ser a minha avó, e agora estou em panico de perder alguém que eu nem conheço, e isso está me sufocando.
- Calma cara, pensamento positivo.
Assinto.

Mas a agonia que sinto no peito me deixa distraído o restante da tarde, não consigo me concentrar em nada e quando dou por mim estou na frente do Mundo dos Sonhos outra vez, vejo o pessoal sair do lugar e me dou conta que está fechando.
Me aproximo da porta na esperança que ela esteja ali, e um alívio percorre meu corpo quando a vejo.
Ela abre a porta e me deixa entrar, e não só me serve como devolve o dinheiro que deixei e fico ainda mais admirado quando me chama para fazer algo diferente.
E aqui estou eu, decorando um bolo de aniversário, algo que eu nunca imaginei fazer, até a aflição que eu estava sentindo diminuiu um pouco, e não sei mas quando ela me olha é como se pudesse ver tudo aqui dentro, é como se pudesse ler a minha alma.

Em casa já na cama para dormir, penso em como me divertir com ela essa noite, e em como sorrir, algo que não faço há muitos anos.

Eu te coloquei para trabalhar e você me agradece.
Você fez muito mais.

Estou genuinamente surpreso com a pessoa que é Karol Sevilla, de golpista a mãe do meu bebê não tem nada, e isso é um problema pois tenho certeza que vai ser uma guerra tentar tirar meu filho dela.

Você Chegou Onde histórias criam vida. Descubra agora