🦋Capítulo 35🦋

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Dove narrando

  Passei a tarde toda com o nervosismo estampado no rosto, queria ver Sofia, pedir desculpas, falar que eu só não queria a magoar, mas acabei omitindo, poder pedir ajuda em relação ao Miguel, não é justo ele a prejudicar para que eu fique no lugar dela.

— Já são seis da tarde, não consigo esperar mais, me deseje sorte, Anne. — Desliguei o celular e pedi para minha mãe me deixar na casa de Sofia.

O caminho foi silencioso, dava para ver que mamãe estava distante, me pergunto o que anda se passando em sua cabeça, mas não é difícil de imaginar, deve ser Miguel, normalmente é ele.

(...)

— Bom jantar, filha. Me ligue quando quiser ir embora.

— Obrigada mãe, eu te amo. — Abracei minha mãe e deu para ver sua expressão confusa, mas as vezes é necessário deixar a guarda cair e apenas se permitir sentir, talvez se ela me ver fazer, se anime a tentar.

A passos receosos toquei a campainha, havia mais um carro lá, será que é visita?

Em poucos segundos a porta se abriu e Paulina veio me receber.

— Cunhadinha! — Falou baixo e me abraçou. — Soube que deixou a minha irmã esperando. — Riu e me puxou para dentro de casa.

— Não foi por mal, eu garanto. — Tirei os sapatos e a acompanhei até a sala de estar.

— Olha quem chegou, mãe!!

Cumprimentei Laura e José, em seguida fui até as escadas que levavam ao quarto de Sofia.

Paulina ficou na cozinha e eu fui praticamente correndo para o andar de cima.

A porta do quarto estava fechada, bati e em fração de segundos vi meus olhos se depararem com um rapaz alto. Com o rosto familiar, estava com o mesmo sorriso da primeira vez que eu o vi.

— Nicholas. — Minha voz saiu com uma leve pontada de desgosto. — E a Sofia?

— Foi comprar sorvete, mas já deve voltar, você deve ser a Dove, prazer. — Abriu mais a porta e se afastou para mim passar.

Entrei e fui até a cama de Sofia, estava com o cheiro dela, arrumada, o lençol perfeitamente encaixado, já no chão havia papel de bombom, jogos, sapatos e uma caixa de pizza, o que indicava que o garoto estava ali já fazia um bom tempo.

Me segurei para não virar os olhos, digamos que chegar ali e dar de cara com Nicholas não estava nos meus planos.

— Sofia falou bastante de você, devem ser boas amigas. — Comentou com um sorriso convencido nos lábios, mas seu olhar era indecifrável.

— Você nem imagina. — Cruzei os braços. — Pensei que estivesse na Inglaterra.

— Estava, mas vou voltar a ser vizinho da Sofia, quero recuperar o tempo perdido. — Suas palavras saíram em um tom que não me agradou em nada, mordi o interior da minha bochecha para não lançar um comentário um tanto quanto ácido sobre o querido.

— Ah. — Foi tudo que saiu de meus lábios.

— Conhece o namorado da Sofia? Ele é tipo, bonitão? — Seus olhos pousaram em meu rosto como se quisessem analisar minha reação.

— Digamos que ele seja muito bonito mesmo. — Encarei meu reflexo no espelho e dei um ênfase no ele, Nicholas não pareceu notar a ironia na minha voz, provavelmente estava mais preocupado em imaginar como deve ser o seu "rival".

— Bom, mas isso vai mudar, agora que voltei... — Falou dando um tapinha em meu ombro, mas que porra é essa?

— Eu não acho que vá mudar. — As palavras voaram da minha boca, e dessa vez o loiro notou meu incômodo.

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