Sofia narrando
Cheguei da escola e fui arrumar meu quarto, livros, cadernos, roupas jogadas em todos os cantos. Nunca fui muito bagunceira, mas ultimamente tudo tem ficado uma bagunça, principalmente a minha cabeça.
Desde que comecei a fazer um pouco mais de sucesso com minhas músicas muitos amigos se afastaram. Passaram a me tratar com indiferença, comentários maldosos sobre mim se tornaram frequentes.
Não é que eu me importe muito com o que falam, mas me gera muita ansiedade, não saber o que esperar, eu gosto de ter controle da situação, e quando perco fico em um nível de estresse muito elevado.
Mas em dois dias meu estresse ganhou nome e um par de olhos claros, Dove.
Não consigo entender o porquê dela ter sido tão seca comigo, eu não fiz nada errado, eu acho. Não trocamos nem meia dúzia de palavras direito.
Mas ela que se dane, agora quem não quer ser amiga dela sou eu.
(...)
Enquanto arrumava meus livros fiquei pensando em como seria daqui por diante, um programa exibido no país inteiro. Uma coisa é fazer shows pequenos e gravar algumas músicas que bastante gente ouve mas não sente interesse em saber mais sobre quem está cantando. Outra coisa é milhares de pessoas me vendo todos os dias na televisão.
Acho que só agora está começando a cair a ficha. Eu já fiz alguns comerciais de pasta de dente, gravei um filme natalino mas foi só, não foi uma grande produção, muito pelo contrário, o filme nem ficou muito conhecido.
Mas essa é a minha chance, de crescer, de conseguir fazer as pessoas se interessarem não só por uma música que viralizou, mas sim por toda a narrativa do álbum que gravei.
Doze músicas, falando sobre sonhos, medos, desejos... uma chance de fazer valer a pena tudo, de devolver aos meus pais um pouco do que eles fizeram por mim, poder dar um descanso a eles, que a anos não sabem o que é ter um tempo só para si.
Eu não vou perder essa oportunidade, eu não posso perder.
(...)
Minha irmã chegou era quase seis da tarde, ela mal falou comigo, foi correndo tomar banho. Fiz dois sanduíches para a gente e esperei ela voltar.
— Como foi o treino? — Perguntei assim que ela voltou.
— Foi legal, mas quero saber como foi lá na emissora, assinou o contrato? — Ela mordeu o sanduíche e se jogou no sofá.
— Sim, mas tem um problema. — Sentei ao lado de Paulina no sofá. — A minha dupla, ela claramente tem problemas comigo, eu tentei conversar mas não rolou. — Suspirei e mordi meu sanduíche.
— Que tipo de problemas? — Minha irmã riu. — Talvez ela só seja tímida.
— Eu falo e ela não me responde, ou quando responde é super seca, mas quer saber, não vou me importar com isso, ela apresentando bem o programa já vai ser ótimo.
— Isso, e tenho certeza que logo vocês se acertam e viram amigas.
— Não sei não, bom, eu não vou mais puxar assunto. — Dei de ombros.
Depois de comer o sanduíche fui para o quarto pegar meu celular.
Procurei em cima da mesinha que ficava em frente a janela mas não estava lá, procurei no guarda roupa e também não estava.
— Onde eu enfiei, droga. — Procurei na cama e nada do celular aparecer. — Paulina você me ligar por favor, perdi meu celular.
— Tá, vou ligar. — Ela ligou mas não ouvi nada, o celular estava chamando, mas no quarto não estava. — Como você conseguiu perder o celular?
— Eu queria saber. — Me joguei na cama.
O celular da minha irmã tocou alguns minutos depois, era a nossa mãe. Meu celular tinha ficado no carro.
— Parece que só depois das oito e meia você terá o celular. Como conseguiu ficar o dia todo sem o celular? — Perguntou incrédula.
— Eu estava com a cabeça cheia e quando cheguei fui arrumar meu quarto, nem lembrei do celular.
— Bom, uma pena, porque você atingiu sessenta mil seguidores e não postou nada hoje. Sabe, a propaganda é a alma do negócio gata! — Ela riu.
— Deve ter aumentado por quê a Kids começou a fazer a propaganda do programa, inclusive amanhã depois da aula eu irei lá.
— Posso ir junto? Por favor, por favor! — Ela me abraçou.
— Pode, quero sua opinião para o figurino mesmo.
(...)
A noite chegou e com ela uma leve chuva fez o clima esfriar, o vento soprava forte e fazia as janelas baterem, fui até elas e antes de as fechar consegui ver como a lua estava brilhante, noite de lua nova, nova lua, novas pessoas, novas coisas....
Minha mãe me entregou o celular e eu fui para o quarto por meu pijama para dormir. É um vestido azul do Bob esponja, o coitado já está até surrado de tanto que uso, mas não consigo me desfazer dele, ganhei de uma pessoa especial.
Nicholas... ah já faz tempo desde que vi ele pela última vez...
Vesti meu pijama e deitei na cama, meu celular estava cheio de notificações, limpei todas e depois postei um vídeo antigo cantando, com a legenda "algo novo vem por aí".
Eu estava começando a sentir o sono tomar conta de mim até que entrei no whatsapp e vi que um número desconhecido havia me mandado mensagem.
"Desculpa não ter falado direito com você." — A mensagem havia sido mandada a horas, e só podia ser dela, pelo menos ela reconhece que não falou direito comigo. Pensei um pouco antes de responder e mandei apenas um "tudo bem" e fui dormir.
Se ela quiser ser minha amiga, ela que comece o assunto apartir de agora, porquê eu não vou.
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Até o próximo 🦋💖
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Até você voltar
Fanfiction🦋 Dizem que o amor supera tudo, e que por uma paixão se deve sim arriscar. Mas até onde uma mentira bem contada pode nos levar?🦋 • Uma Fanfic Dofia. Livro 1 da trilogia. ■Plágio é crime!!