🦋Capítulo 51🦋

68 7 114
                                    

Sofia narrando

Acordei eram quase onze da manhã, meu corpo estava terrivelmente dolorido e meus machucados ardendo, uma enfermeira se ofereceu para me ajudar no banho, mas recusei, seria constrangedor ela me ver chorar sentindo o contato da água nos machucados.

Após o banho a mesma refez os curativos e foi pegar meu café da manhã, meus pensamentos estavam confusos, eu poderia ter morrido, onde eu estava com a porra da minha cabeça?

Não demorou muito para a porta se abrir e Paulina aparecer, seu sorriso ao me ver era genuíno.

— Sua idiota, da próxima vez que me assustar assim, eu mesma te mato. — Minha irmã me abraçou com força, muita força, mas me esforcei para não esboçar dor.

— Eu também te amo. — Olhei para ela que me encarou ainda séria, mas logo sua expressão se suavizou.

— Fiquei com medo de perder você, a irmã mais sem juízo e legal desse mundo todo. — Por um instante seu olhar se tornou indecifrável. — Mas já que está bem, preciso atualizar as fofocas!

— O que seria de mim sem você, hein?

— Não vamos nem imaginar! — Um breve riso escapou de seus lábios. — O Nicholas passou horas aqui, sabia? Queria até dormir aqui, mas a mamãe tranquilizou ele e o mandou para casa.

Eu olhei para a Paulina sem saber ao certo o que dizer, a enfermeira logo voltou para o quarto e deixou uma bandeja com suco, torradas e gelatina.

— Não vai dizer nada? — Me questionou enquanto eu começava a comer. — Esse garoto te ama!

— Não fala besteira, ele só estava preocupado, o Nick é um ótimo amigo, aliás, por quê falou em um tom meio animado?

— Você sabe que eu adoro a Dove, mas Sofia, você podia ter morrido! — Um suspiro pesado escapou dos seus lábios. — E não é só isso, até quando vocês vão se esconder? E teve a sua demissão...

— Não foi culpa dela.

— Mas o que ela fez pra impedir?

— Isso nem faz sentido, as coisas não estão fáceis agora, mas logo tudo se resolve, eu amo ela.

— Espero que esse amor não te machuque.

— Nossas princesas conversando! — A voz da minha mãe fez nossa conversa encerrar, confesso que uma sensação estranha ficou no meu coração.

— Como está? — Meu pai veio até mim e beijou minha testa.

— Estou bem pai, pronta pra outra! — Brinquei e minha mãe me lançou um olhar sério.

— A gente te ama muito!

— Eu também amo muito vocês! — Um nó se fez na minha garganta só de pensar na possibilidade de os deixar, de nunca mais ver meus pais dançando na cozinha, ou de não ver minha irmã surtando enquanto escuta as músicas da One Direction. Momentos simples mas que me fazem ver que sou rica de algo que dinheiro algum pode comprar.

Meus pais ficaram um pouco comigo e logo foram trabalhar, Paulina também não demorou a ir para casa, quando achei que estava sozinha avistei um par de olhos verdes me encarando da porta, borboletas voaram em meu estômago.

— Oi. — Dove sorriu. — Ouvi dizer que aqui se encontra a paciente mais linda, é verdade?

— Oi, possivelmente.

— Será que ela aceitaria um beijo?

— Até dois!

Ela veio até mim e sentou na cama com delicadeza, seus dedos acariciaram minhas bochechas e seus lábios tocaram os meus delicadamente, sua língua parecia dançar com a minha, um beijo demorado que me fez desejar não estar tão dolorida.

Até você voltar Onde histórias criam vida. Descubra agora