🦋Capítulo 37🦋

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Narrador

Dove estava esperando Sofia na sala, José foi até a loira e a chamou para o escritório, sua expressão era calma, então ela o seguiu sem preocupação.

— Fique á vontade! — O homem falou sentando em uma confortável poltrona preta. — Eu poderia falar muitas coisas, mas a principal delas é que eu estou preocupado com você.

As palavras dele fizeram a cabeça de Dove girar, afinal, por quê ele estaria preocupado?

— Por quê a preocupação? — A loira perguntou com a confusão estampada em seus olhos.

Algo que poucos sabem sobre o pai de Sofia é como ele consegue ler as pessoas, e em como uma parte sua se preocupava com todos. José conheceu o pai de Dove, foram colegas no colegial, e por coincidência ou não, agora a filha do seu antigo amigo está apaixonada por Sofia.

Mas seu generoso coração era bom demais para se preocupar apenas com a própria filha, ele via nos olhos da garota o quanto ela guardava as dores, e em como deve ser difícil lidar com certos traumas.

— Eu me preocupo com Sofia, mas também com você, em como essa relação vai mudar a vida de vocês. — Um suspiro profundo saiu de seus lábios. — Temo que isso acabe mal, para vocês duas. E também sinto que você não está bem, Dove. — Seus olhos pousaram em Dove com o mesmo carinho com que ele olhava para as filhas. — O que quero dizer é que não precisa se sentir sozinha, nossa família sempre estará de coração aberto para você.

Talvez aquela conversa não fizesse sentido naquele momento, mas uma coisa no coração de Dove derreteu, naquele momento foi como se ela pudesse sentir a presença de seu pai, com os olhos marejados foi até José e o abraçou.

— Obrigada. — Foi tudo que saiu, uma voz embargada, e a certeza de que sua vida não seria a mesma de antes. Em tão pouco tempo Sofia deu a Dove algo que o dinheiro não pode comprar, o acolhimento, o carinho, o amor.

Seres humanos sentem a necessidade de pertencer a algum lugar, e para a loira, se sentir pertencente a uma família depois de tanto tempo encheu seu coração de esperança.

Ninguém poderia afirmar como tudo aquilo iria acabar, mas em tão pouco tempo a Carson conseguiu trazer a loira de volta, como se o ar voltasse a ser puro, como se fosse fácil respirar.

Então não importava qual seria o fim, Dove apenas iria aproveitar, afinal, não é todo dia que o amor abre a porta e nos deixa entrar.

— Qualquer coisa que precisar, não hesite em falar comigo. — José deu um sorriso tímido e foi até a porta. — Agora vamos ver se Sofia já voltou. — Riu e foi com Dove de volta para a sala.

(...)

— Não tá com frio? — A loira perguntou enquanto sentia o vento ficar ainda mais forte, provavelmente iria chover.

— Um pouco, mas eu gosto. — Sofia se ajeitou ao lado de uma árvore enquanto esperava Bonnie vir buscar a filha. — Acabou que você nem conseguiu falar o que queria sobre o Miguel.

— Certo, acho que a melhor forma é falar diretamente então lá vai: Miguel tá tentando te prejudicar para que eu fique no seu lugar na gravadora! — Falou rapidamente e ficou analisando cada expressão da morena.

— Merda, e agora?

— Eu não vou deixar ele te prejudicar, vou falar com ele, não é justo. — Dove levou o polegar até a palma da mão de Sofia. — Confia em mim?

— Sim senhorita. — Seus lábios se curvaram para um sorriso mas logo desistiram e roubaram um beijo de Dove. — Desculpa os comentários da tia Lora.

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