Até você voltar

🦋Capítulo 36🦋

Sofia narrando

— Desculpa... não sei se foi uma boa ideia ter dito. — Olhei para Dove que estava imóvel, como se um filme estivesse passando em sua cabeça.

— Não quero pensar nisso agora, quero pensar em você. — Seus olhos encontraram os meus. — Pensar no teu rosto. — Esfregou seu nariz no meu e sorriu. — No cheiro. — Seus lábios foram até meu pescoço e pude sentir o som de sua respiração aquecer minha pele. — No beijo. — Seus lábios foram até os meus, de uma forma doce e lenta, sua boca quente era o suficiente para me fazer perder o fôlego. — Sofia, eu acho que eu te amo.

O que? Meu Deus!

Meus olhos paralisaram nos dela, ela acha que me ama, durante muito tempo me questionei sobre o que seria amar alguém.

Sobre as diferenças do amor e da paixão, mas nunca cheguei a uma conclusão. Nas músicas, nos livros, tudo é tão descrito de uma forma tão bela, mas na vida real é difícil saber.

Mas com ela ali, me encarando e suas bochechas corando, eu queria poder dizer com certeza, mas as pessoas falam que o amor só vem com os anos, e não faz nem um mês direito.

Seria precipitado então dizer? Eu amo a pessoa que ela é, eu amo o seu jeito, sua voz, seu sorriso, seu maldito sorriso que me faz querer comprar a lua e lhe dar. Porquê assim como a lua, Dove é capaz de se destacar em um céu repleto de estrelas.

E foda-se se é cedo, mas se o amor for como falam nos livros, nas músicas, então eu amo ela, e se não for, tudo bem, porquê se eu pudesse escolher alguém para amar, esse alguém com certeza seria a garota mais linda que eu já vi, com a voz doce e tão preocupada com todos, que é como um rio de águas cristalinas, se eu pudesse escolher alguém para amar com certeza seria a Dove.

— Droga, falei bobagem né... — Sua voz me arrancou um sorriso e eu a puxei para um abraço apertado.

— Acho que eu também te amo... na verdade tenho 97% de certeza. — Ri. — Os três por cento que falta, depende de você ter certeza... — Levantei e fui até a porta, sua expressão confusa era incrivelmente fofa. — Vamos descer, o jantar logo ficará pronto.

Fomos para a sala e todos estavam lá, os pais de Nick fizeram muitas perguntas sobre o programa, sobre nossas músicas, até chegar na parte dos "namorados".

Eles sempre fizeram questão de deixar claro que queriam ver Nick e eu juntos. Que esse era um grande sonho deles.

(...)

— Então Dove, não acha que eles fariam belo casal? — Lora disse e eu senti minhas bochechas queimarem de vergonha e desconforto.

— Na verdade acho que não é apropriado eu me envolver nisso, já que Sofia já tem alguém em seu coração. — As palavras de Dove arrancaram olhares curiosos de todos.

— Bom, melhor comermos! — Meu pai salvou o clima e serviu o jantar. — Espero que gostem!

O jantar foi repleto de conversas e risadas, em alguns momentos eu podia sentir o Nick me encarar, mas logo ele desviava o olhar.

(...)

— O jantar foi ótimo, é ótimo estar de volta! — O pai de Nick falou abraçando meu pai. — O próximo será na nossa casa, assim que tudo estiver arrumado!

— Sofia, foi um prazer te rever meu bem, está uma moça tão bonita, e Paulina então, nem se fala. Espero poder ver mais vocês duas. — Lora nos abraçou.

— Sofia, queria falar com você, a sós, por um momento, podemos? — Nicholas perguntou enquanto ajeitava os fios loiros de seu cabelo.

Acenti com a cabeça e o segui até a porta um pouco afastada de todos. Dove ficou falando com minha irmã.

— Foi divertido, quer dizer, foi como os velhos tempos. — Com as mãos na jaqueta foi até o quintal. — A gente vivia jogando vôlei aqui, lembra?

— Lembro.

— Eu sei que eu errei com você, mas, eu realmente lamento, e acima de tudo... — Sua palavras hesitaram enquanto seu maxilar ficava tenso. — Sabe quando eu voltei para a Inglaterra, muita coisa mudou, as pessoas eram diferentes das da nossa escola. — Um suspiro pesado saiu de sua boca. —  Me tornei tudo aquilo que eu criticava nos babacas da minha turma.

— Eu realmente não sei onde quer chegar. — Senti o vento frio da noite se chocar contra minha pele. — Se pretende se explicar, não há necessidade, nós não tínhamos nada.

— Você é a garota mais incrível que eu já conheci, eu não queria te perder, mas eu fiquei tão confuso, mas agora eu estou aqui. — Sua pele parecia brilhar enquanto seus olhos aos poucos começavam a marejar. — Eu voltei para termos as sextas de pizza, os fins de semana na fazenda, as corridas bobas e as apostas sem sentido, Sofia, eu saquei que não é mais apaixonada por mim. — Sua voz falhou e uma lágrima desceu pela sua bochecha. — Mas quem tá aqui é o Nick, o seu melhor amigo, que faria qualquer coisa pra te ver feliz.

Em algum canto da minha memória as lembranças pareciam tão vivas, como se estivessem em uma fogueira, e o fogo pudesse hipnotizar.

Quem estava ali não era o Nicholas por qual fui apaixonada, era o Nick, o meu amigo Nick, que brigava quando faziam Bullying comigo, que me ensinou a jogar futebol, que na maior parte da minha vida foi meu refúgio.

O garoto loiro e que sonhava em ser ator, mas que um belo dia acordou e decidiu que iria ir para o exército. Não era o Nick de hoje de manhã, que estava fantasiado de garoto popular.

Ali na minha frente estava sua versão de sempre, a versão que me salvou tantas vezes, e que não tinha medo de demonstrar sua fragilidades, a versão que eu podia confiar.

— É bom ter você de volta seu infeliz. — Um sorriso brotou em meus lábios e eu o abracei.

— Carinhosa como sempre senhorita Carson!

— Nicholas, vamos filho! — A voz da mãe dele ecoou e nos afastamos.

— Tchau Carson, te vejo amanhã! — Fez uma reverência e saiu correndo.

Assim que ele e os pais cruzaram o portão fui correndo para dentro atrás de Dove.

— O papai chamou ela para conversar. — Paulina disse assim que me viu entrar.

— Estranho, sobre o que a conversa?

Minha irmã apenas ergueu os ombros e foi para o quarto. Fiquei sentada no sofá esperando Dove voltar.

🦋》》》》》》》》》》》》》》》》》》》🦋

Até o próximo!!!❤️